A lua brilha amarela em meio ao céu azulado que acaba de surgir
Apenas eu na clareira cercada de carvalhos e de musgo
Sentado sobre uma árvore caída, velha e oca,
Sussurro canções míticas que ouvi na minha infância
Sussurro as canções que ninam as ninfas dos bosques
Sussurro a canção que faz revoar a inerte coruja
A canção se espalha pelo ar, junto a brisa
Se perde no sereno que encobre as montanhas
E deve repousar sobre neve que tampa os seus cumes
Me acompanham na sombra elfos errantes
Que pararam sua caçada ao ouvir minha voz
E agora formam o coro da melodia serena
Nas arvores, as dríades embalam a melodia
Lançam seus olhos sobre as montanhas e guiam o vento
E este, ao passar entre as arvores, ecoa
E se soma a essa simples e lírica canção
Todos juntos cantamos sem abalar a floresta
Porem esta se agita suave e calma
Como se os galhos dos carvalhos se rendessem
E aos poucos ondulassem com a melodia...
Os pios das corujas, o barulho do rio distante
Tudo se espalha com facilidade na noite
E o leve sussurrar da canção a isso se soma
Dando vida a terra e fazendo germinar as sementes
Fazendo com que a riqueza dos homens seja ínfima
Perante a grandiosidade da natureza...
Perante a gloria dos magos...
Perante a honra dos elfos...
Ou perante esta simples canção
Que se perde dentre os velhos carvalhos...