Saudades? Eu sinto, e muita. Sinto saudades das manhãs de domingo em que eu levantava antes de você e tinha o prazer de te ver dormindo... Nossa, como era lindo... E então eu sorria e tinha certeza que era feliz. Te cobria, por que você sempre mexia muito na cama e acordava descoberto e arrepiado de frio, e depois ia pra cozinha. O café era um desafio. Foi difícil mudar meu café fraco e doce pra um que te agradasse, mas eu me esforcei. Na verdade, acho que encontrei foi um meio termo, em que tanto eu quanto você ficássemos felizes. Lembro que sempre ficava na duvida do que fazer com o pão: Torradas? Um misto quente poderia ser melhor... Ou então ainda algo como geléia ou queijo simplesmente... Eram coisas tão irrelevantes, mas sabia que teria o prazer de ver seu sorriso quando visse quem havia tido o trabalho de escolher tudo com carinho.
Mesa posta, eu ia ao banheiro, lavava o rosto, escovava os dentes e ia te acordar. Talvez de todos os sacrifícios o mais difícil, pois te ver ali dormindo era de longe a coisa mais bela de meu cotidiano... Um beijo na testa, e no ouvido um sussurro dizendo “Bon dimanche, mon amour.” E então eu ouvia sua voz em um breve bocejo. Sabia que já tinha feito a minha parte, ia para mesa e não demorava você estava lá... Perguntas triviais: “Dormiu bem?” “Espero que goste.” “Vai onde hoje?” Eram perguntas tão doces de se fazer... Soavam como uma musica de um coro muito bem ensaiado... Tenho muita saudade...
Saudades... Faz noites que não tenho estes sonho triviais de alguém apaixonado... Faz noites que não tenho sua imagem em mente antes de dormir. Há dias não vejo se quer seu rosto... Talvez reste apenas um nome em minhas orações...
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