quinta-feira, 8 de março de 2012

Transição

     Em alguns dicionários, podemos encontrar a palavra transição como um conjunto de mudanças que ocorre num dado espaço de tempo. Não sei se a palavra é bem essa, mas é exatamente deste sentido que queria falar. Esta tem sido uma grande semana de transição. Minha vida re-emerge de um período de férias completa: sem amor, sem estudo, sem trabalho, sem produção, sem novidades...
     Estas mudanças tem exposto um Alastus que não se vê a um bom tempo. Acordar às seis da manhã animado e sorrindo não é uma coisa comum, eu sei. Mas tenho conseguido esta façanha sem grandes problemas. Primeiro por que tenho tido sonhos revigorantes com a pessoa que escolhi pra sonhar, segundo que meus dias tem sido extremamente divertidos e interessantes, muito mais do que nas férias.
     O namoro, apesar de potencialmente complicado, tem me feito muito bem. O fato de nunca ter me apaixonado por alguém assim tem tornado esta experiência única. Pela primeira vez na vida recebi um “eu te amo” que não veio nem de minha mãe nem de um amigo, e isso pesa muito pra mim. Alem disso, a distancia é meio que uma coisa boa, pois nos dá espaço para sermos nós mesmos, sem as complicações que são acarretadas de um namoro que começa próximo. O nosso gradual conhecer aumenta minha curiosidade, e posso confessar que também o meu interesse.
     Sabem, às vezes me pergunto se não aconteceu um pouco rápido demais, porem analisando o meu histórico de paixões, talvez esta vez tenha sido uma das mais graduais. Sempre fui de paixões que surgem em um instante, através de um olhar ou de um sorriso, mas desta vez ela veio através simplesmente do conhecer... Poderia ser esta uma “paixão lógica”? Se meu celebro de físico me ajudou neste feito, acho que estou no caminho certo, raras foram as vezes que minha intuição física me traiu.  Mas não... Não se trata de lógica, e sim de amor, que como sabemos, é inexplicável...
     É engraçado se pegar do nada pensando em coisas de namoro... Nunca tinha me pego pensando nestas coisas... Não penso só em momentos românticos e bobos como de costume, mas também em coisas como casa, relação com a família, como posso ajudar isso tudo... Pela primeira vez sinto a fé no “felizes para sempre” se apoderando de mim com tanta veemência. Talvez seja por estar namorando alguém mais novo... Ou ainda por que acreditei demais em todas as coisas que me contaram quando criança...
     Vejam só como estou: Planejava escrever um texto sobre as varias coisas que estão acontecendo, e só consegui falar de uma até agora... Acho que também seja a mais relevante, a única que me faz sorrir de verdade, com certeza total... 
     Já que o texto acabou romântico, vai ai uma conclusão que cheguei agora a pouco: Meu romance tem gosto de musse de maracujá. Pode não fazer muito sentido pra você... Mas faz todo sentido pra mim... Se algum dia estiver tomando musse de maracujá, pense nisso...

domingo, 4 de março de 2012

Improviso - Dádiva

     É verdade que ando estranho... Uma leva de carência e solidão tem me tomado nos últimos dias de tal forma que era indescritível. Poucos foram os versos ou estrofes, e eu estava ficando frio, abatido, doente... O silencio estava se tornando um martírio pra mim... Minha própria companhia, que tanto preso, estava se tornando insuportável.
     Mas não posso questionar os métodos em que trabalha a vida. Em um sábado (dia que pra mim sempre foi sinônimo de fossa sentimental), um convite, uma conversa... Senti voltar um sentimento que não via há muito tempo na minha vida: Felicidade. Como já dizia Quintana, “sorri de repente e um gosto de estrela me veio no céu da boca”. Do nada a solidão que me invadia sumiu, e o quarto vazio nada mais era que a moldura de uma janela brilhante...
     A quem justificar? A quem culpar por isso tudo? Talvez a mim mesmo, com o meu estado supremo de carência... Ou talvez seja um caso diferente de química, algum atrativo comum... Só que livre de proximidade... Infelizmente... Alguns ousariam dizer que é amor... Claro que isso passa na minha cabeça muitas vezes, mas um bom escritor pensa sempre duas vezes antes de usar esta palavra. Tão bonita... Tão mortal...
     Mas quando paro em meu quaro e penso no que se passou nas ultimas horas... É mágico... É como se todos os pedidos que fiz durante chuvas de meteoros tivessem virado verdade... É como se voasse sobre um campo de flores, e sobre elas pousasse para dormir... É como o cheiro da flor da laranja... É de um jeito só seu...
     Enquanto meus olhos estão encobertos por este caleidoscópio de sentimento explosivo e confuso, minha alma se enche de questões, de duvidas, de incerteza... A final, lembro-me de como o mundo é cinza lá fora... Pra ser sincero, acho que desta vez vou preferir acreditar na lindas musicas tocadas em harpas e em pianos dizendo aos românticos que tudo vai dar certo e torcer pra essa ser a minha chance de ser feliz...