segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Reflexões na Insônia

     Noite de horas que se alongam e expandem como colossos... A saudade é como um pão que nunca acaba e somos forçados a comer. No inicio ela supre nosso espírito e nos dá animo pra seguir, apreciando mais seu paladar agridoce. Porem com o tempo o pão se torna bolorento e fétido, difícil de digerir até para os mais famintos. Eu ainda não larguei meu pão...
      Faminto? Posso até ser tido como o tal, mas não é isso que me fez ainda estar o segurando. Muitos outros, bem mais famintos que eu, já teriam o largado há muito tempo. O que me faz ainda estar aqui sofrendo e derramando lagrimas, comendo o pão bolorento da saudade, é a minha insanidade... Minha loucura... 
      “O que é certo deve ser feito”, pelo menos foi assim que me educaram. Porem nossos tutores esquecem de nos orientar que o bem vai nos trazer uma felicidade simplesmente póstuma. O certo não compensa pra quem não vive a eternidade... Sempre que fazemos o que é certo, justo, sempre que pensamos com a cabeça e com o coração, o mundo irá testar o quanto podemos agüentar fazendo assim. É um jogo bem simples: Se você agüentar até o seu velório, será recompensado. Com o que? Não sei... Pergunte ao seu Deus o que você ganha seguindo a vontade dele, ok? Algo ele te dirá, mas prefiro deixar que ele te conte...
     Logo sou levado a pensar: “O Amar compensa?” Pra mim sim, e muito. Mas e pra você, meu leitor? Já sofreu por amor? Se amar alguém, saiba que será testado incessantemente pelo mundo, até que queira desistir... Ajuda um pouco estar do lado de alguém por quem vale a pena lutar, mas e quando a pessoa está “longe”? Longe aqui pode significar muitas coisas, não é? Um continente? Duas quadras? Uma tribo diferente? Vinte anos? O quão longe está de quem você ama? Será que é ela, a pessoa amada, que está longe, ou você que se afastou? Barreiras podem ser erguidas tanto pela natureza quanto pelo homem...
     Outra coisa que você deve se perguntar se não concorda com muito do que eu escrevi até aqui, é se já amou de verdade. Será que isso que você chama, ou chamava, de amor é realmente Amor? Amor não “é fogo que arde sem se ver”, e repito, não é! Amor é algo que vai te fazer ver o mundo de uma forma poética sim, mas vai te dar o dom de odiar e querer bem ao mesmo tempo, esta é a marca do amor. Um dia vai se ver na mesma situação que eu: Olhando pra uma sombra no seu quarto e pensar que é ele, vai começar a pensar nele antes de fazer qualquer  plano pro futuro. Isso por que, por mais que você queira negar,não consegue imaginar o resto da sua vida sem aquela pessoa...
     E o sono não chega... Janela, telescópio, varanda, foto no laptop, desenhos, livro de cabeceira, leite quente, banho, varanda, cama... Parede, teto, outra parede, travesseiro... Parede, teto, outra parede, travesseiro... Parede, teto, outra parede, travesseiro... Celular!!! MENSAGEM!!! Promoção da operadora... Cama... Parede, teto, outra parede,  travesseiro... Travesseiro... Travesseiro... Falta de ar! Lua... Lua... Estrelas... Estrelas... Estrela... Você...
       Eu? Nem louco, nem insano, nem faminto... Eu sou um poeta que ama irracionalmente um garoto que não sei nem se existe mais... Estou só tentando achar meu sono nos versos dos meus textos... Achar uma saída no meu labirinto.. 

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Pessoas e Pessoas

     As vezes me pego sentado naquele lugar na rua ao lado da minha casa. Aquele que só eu e você sabemos como foi importante (ou talvez só eu saiba).  Já faz um mês e três dias daquela noite linda... Eu me lembro muito bem do quanto eu pedi para que o céu desabasse sobre nossas cabeças, mas ele estava tão bonito, parte estrelado, parte róseo e encoberto por nuvens... Duvido muito que você se lembre destes detalhes...
     No mundo nascem dois tipos de pessoas. Um tipo é o meu: Os que nasceram para amar. O sonho de alguém que nasceu pra amar é achar um cara perfeito, o “seu numero. Porem os que amam ao achar uma pessoa especial simplesmente se apaixonam. Não pensa mais se a pessoa por quem esta louco é o seu numero, do seu jeito. Ela passa a achar tudo que aquela pessoa faz passável, fofo, bonito ou até mesmo toma os hábitos  daquela pessoa como  certos, por mais loucos que sejam. Se exitar se entregam e geralmente terminam abandonados, pois no fundo sabem  que nasceram para amar e amar, e morrer tentando...
     Mas ainda existe o seu grupo: Os que nasceram para ser amados. Estes são belos, ou então charmosos, e tem em cada sorriso o dom de cativar os que nasceram pra amar. Porem alguém que nasceu pra ser amado não sabe lidar com o amor, pois o desconhece. O que estas pessoas fazem é dizer não. São peritas na arte de dizer não. Alguns ainda se aproveitam dos amantes antes de o fazer. Outros tantos preferem elevar o sentimento ao extremo antes do não. Fazer sofrer é outra marca dos que nasceram pra ser amados, porem sofrer por amor é algo que os que amam estão acostumados (Ou posso dizer até que gostam, pois no seu intimo acham que o sacrifício é necessário, e isso edifica o que sentem.).
     E a mesma historia se repete incessantes vezes. O que só sabe amar ama por instinto, o amado não ama por desconhecer o sentido desse sentimento. Um ciclo infindável. Os que serão sempre amados pensam sempre é sedo pra amar de verdade. Os que amam acham que nunca é tarde, e que sempre devem tentar de novo. É um jogo do qual as peças não podem sair até que alguém mude sua estratégia.
     Mas um fato relevante deve ser tomado em conta: Uma vez que o impasse  ocorre, se o que ama desiste, nada mais irá acontecer, pois o amor provavelmente se mudaria em ódio ou coisa pior. Nestes casos as boas saídas se encontram na mão do que é amado. Ou se abre e deixa se apaixonar, ou diz não e seguem ambos como companheiros de estrada. Nem leais amigos, nem inimigos.
     Qual o fim da nossa historia? Eu não sei... Escolhas devem ser tomadas, e fui impedido de tomar boa parte delas... Gostaria só de ser feliz...

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Realmente Relevante

Andando pela rua num dia chuvoso
Ou escrevendo no meu computador
Seja pensando em ótica ou em gramática
Escutando Placebo ou Beethoven
Cantando Amy Winehouse ou Edit Piaf
Não importa se danço tango ou eletrônico
Se cozinho macarrão ou brigadeiro
Se estou tomando café ou chá
Se visto preto, ou roxo, ou os dois
Se é noite ou dia de sol forte
Se é outono ou primavera
Com você aqui do meu lado
Ou estando ai sozinho em seu apartamento
Não importa realmente o mundo que estou
Não importa se quem fala é um amigo
Ou o meu cérebro maluco e alucinado
Perante todos estes fatos irrelevantes
Apenas uma verdade absoluta prevalece
E ela mora aqui dentro do meu peito bobo
E fica forte todo dia as cinco da tarde
E toda a noite quando fico te esperando ligar
Esta verdade de que tanto falo
É  a ultima coisa que te disse olhando nos olhos
Será que você se lembra o que é?