domingo, 28 de março de 2010

A canção

A lua brilha amarela em meio ao céu azulado que acaba de surgir
Apenas eu na clareira cercada de carvalhos e de musgo
Sentado sobre uma árvore caída, velha e oca,
Sussurro canções míticas que ouvi na minha infância
Sussurro as canções que ninam as ninfas dos bosques
Sussurro a canção que faz revoar a inerte coruja
A canção se espalha pelo ar, junto a brisa
Se perde no sereno que encobre as montanhas
E deve repousar sobre neve que tampa os seus cumes
Me acompanham na sombra elfos errantes
Que pararam sua caçada ao ouvir minha voz
E agora formam o coro da melodia serena
Nas arvores, as dríades embalam a melodia
Lançam seus olhos sobre as montanhas e guiam o vento
E este, ao passar entre as arvores, ecoa
E se soma a essa simples e lírica canção

Todos juntos cantamos sem abalar a floresta
Porem esta se agita suave e calma
Como se os galhos dos carvalhos se rendessem
E aos poucos ondulassem com a melodia...
Os pios das corujas, o barulho do rio distante
Tudo se espalha com facilidade na noite
E o leve sussurrar da canção a isso se soma
Dando vida a terra e fazendo germinar as sementes
Fazendo com que a riqueza dos homens seja ínfima
Perante a grandiosidade da natureza...
Perante a gloria dos magos...
Perante a honra dos elfos...
Ou perante esta simples canção
Que se perde dentre os velhos carvalhos...

quinta-feira, 25 de março de 2010

Banho

Nu
A água desliza sobre minha pele
Minha mente vaga, perdida
A deriva no mar das duvidas
Ensabôo-me com calma
A fim de limpar cada idéia ruim

Será o que isto que estou sentido?
Penso em tudo que houve...
A minha mão passeia por meu corpo
Será que é paixão?
Meu corpo, minhas sensações
Tudo indicava que sim
E de desejo me inflamava
Ao deslizar a mão por meu abdome

Mas será que é somente?
E mais uma vez pairo...
E me vejo um mar difícil de descrever
Bem mais fundo que a água da banheira
E emergindo neste líquido noto
Que toda a paixão é só a espuma...
E que tem algo ali em baixo
Um monstro dos meus sonhos...

Ajoelho...
Sento...
Abraço minhas pernas
A água do chuveiro cai na minha cabeça
Escorre por meus olhos
Desliza em méis lábios
E a carência se revela mais forte
Mais forte que minha racionalidade normal
E que talvez este sentimento nem exista
Seja apenas uma ilusão que passa
E que escorre frente a meus olhos
Assim como a água do chuveiro

Respiro lentamente
Sozinho e sem olhares externos
Reflito o que farei da minha própria vida
Sentado inerte no fundo de uma banheira...

sexta-feira, 19 de março de 2010

O tédio faz milagres

Em uma estressante aula de matemática no curso superior, somos capazes de testar o limite de nossas forças de resistência psicológica. A aula segue uma linha de ritmo que parte do interesse absoluto e do deslumbramento. Logo após algumas matrizes e alguns somatórios, o ritmo cai para total exaustão física (o que significa tendinite por tanto escrever) e mental (que significa que: “A aula tá um porre!!!”).
Porem, após os primeiros 80 minutos (são 240 ao todo) de aula corridos, notamos fenômenos fascinantes. Um deles é um ao qual já fui apresentado no ensino médio: A atração magnética que a carteira exerce sobre os alunos. Nem sei se este campo criado é magnético, mas que é fortíssimo é.
Outro fenômeno notório é que genes primordiais que herdamos de nossos antepassados anfíbios começam a si manifestar. Em um dado momento uma mosca entra pela janela. Imediatamente vemos que todos, disse TODOS, os alunos param o que estão fazendo para observar o movimento caótico descrito pelo inseto.
O ultimo e também mais interessante é o poder estremo que feromônios tem nestas horas. Sim!!! A exaustão psicológica altera ate isso. É nestas horas que você repara que, por traz das fantasias de NERDs, a sala está lotada de gente bonita e interessante. Aquela menina de cabelo esquisito, de repente vira alguém cheia de estilo. O garoto de óculos é que pisca sem parar passa a ser um cara forte e de olhos brilhantes. E de um modo geral todos parecem bem mais interessantes e nos ficamos cada vez mais carentes... E o pior é saber que todos são inteligentes.
De um modo geral, eu tenho um conselho pra quem passa por estes sintomas: Esquece de tudo em volta e foca no professor. Depois da aula, nem a cadeira, nem os insetos, nem os NERDs como você vão ser tão interessantes quanto são nestas horas de estresse. Depois de um dia de estudo, a única coisa que atrai mesmo é a cama...

segunda-feira, 15 de março de 2010

Me envenenei com você...

Lembro que no fundo eu gostava de tudo aquilo
Que eu sofria sim, mas adorava tudo
Adorava te ajudar mesmo sem nunca ter nada em troca
Adorava fomentar aquela idéia de que um dia você ia mudar,
Mas, no fundo eu já sabia
Estava apenas me envenenando com mentiras
Mas adoraria me envenenar mais
Que pena que já tive a overdose...

Sou assim...
Fui passivo aos seus atos...
Fiel a minha cegueira...
Mas agora até mesmo esquecer dos meus jeitos,
Esquecer como sou,
Esquecer de minhas formas de dizer sim você consegue...
Até esquecer pra que eu dizia não você esqueceu...
Será que valeu a pena...
Será que me envenenaria outra vez?

sexta-feira, 12 de março de 2010

Estes Olhos... / Estos ojos...

Estes Olhos...

O que será que podem dizer estes olhos
Negros como a noite sem lua ou estrelas
Negros como o ébano recém cortado
Negros como um lago com águas inertes e antigas
Olhos tão profundos quanto este lago pode ser

São os olhos de uma pessoa bela
Que foi presenteada com dons que poucos têm
Alem da pele trigueira e da mente leve
A arte de traços que poucos constroem
A dádiva de fazer da vida um esboço
E de um esboço uma obra de arte
O dom de com estes olhos captar o belo
E só sintetizar em uma folha
Em uma mistura de desenho e poesia

(Poema dedicada ao talentosíssimo Ismael Álvarez. Que seus trabalhos se multipliquem.)





Estos ojos ...

¿Qué pueden decir esos ojos?
Negro como la noche sin luna ni estrellas
Negro como el ébano recién cortado
Negro como un lago de agua inerte y de edad
Ojos profundos como el lago puede ser

Ellos son los ojos de una persona hermosa
Lo que se presentó con los regalos que pocos han
Además de la piel oscura y la luz la mente
El arte de los rasgos que la construcción de unos pocos
El don de la vida para hacer un croquis
Y un croquis de una obra de arte
El regalo con estos ojos de captura de la belleza
Y para resumir en una hoja de
En una mezcla de diseño y de la poesía

(Poesía dedicada a lo talentoso Ismael Álvarez. Que tu trabajo se multiplica.)

quinta-feira, 11 de março de 2010

Confissões de um Garoto Roxo

     Se você já me conhece, já deve ter reparado na minha cor, não? Sim, eu sou roxo! Mas não pensem que isso é fácil. Nasci numa família onde todo mundo é branco. E ser roxo no meio de uma casa de brancos pode ser um desafio, por isso sempre escondi minha cor da minha família. Mas mesmo assim, não tem como, de vez em quando alguma pessoa virava para minha mãe e meu pai, falando: "Nossa, você já notou como este menino é diferente?" E eles cegos diziam: "O que?" e a pessoa sempre apontava para o obvio, eu era roxo.
     Depois de diversos anos escondendo de todos este "estigma" que carrego, eu me dei com um fato muito importante: Eu não era o único roxo daqui. Nesta cidade mesmo onde moro, comecei a notar que haviam muitos outros roxos, assim como eu. Sendo assim comecei a andar pelas ruas e observá-los. A cada instante via uma bochecha roxa corada, uma boca roxa sorrindo, uma menina roxa no balanço... Tinham roxos por toda a parte e poucos eram os que se preocupavam com o que os outros iam pensar de sua cor.
     Ao meu lado passavam também brancos, pretos, verdes, amarelos, pessoas de todas as cores. Eles às vezes paravam e reparavam naquela cor estranha, fora de contesto, o tal do roxo. Outros ainda, depois de terem parado, proferiam afrontas contra a exibição franca de tal cor. As velhas senhoras vermelhas e elegantes viravam o rosto como se não tivessem nada para ver ali. Lembro de uma vez quando uma criança inteligente, com potencial intelectual notório e com uma curiosidade incrivelmente natural, virou para seu pai e perguntou: "Papai, por que aquele homem é roxo?". E o pai desconversou. "Papai, mas porque eu sou branquinho e ele pode ser roxo?" O pai puxou forte o braço do garoto, que insistia em apontar e reclamar. "Papai, quando eu crescer, posso ser roxo também?" Ai o pai soltou um grande basta, pegou o filho no colo e sai de perto, como se o roxo pudesse saltar da pele daquelas pessoas e grudar na dele.
     Mas ao mesmo tempo que eu via tanto ódio, eu vi que muitos outros iam ate os roxos e os saudavam. A coisa mais linda de ver eram roxos sentados na praça rodeados de amigos. E estes amigos eram verdes, vermelhos, azuis, amarelos... Todos juntos! Rindo e se abraçando. Outra hora vi uma senhora tomar chá em uma padaria e ela era toda roxa. Mesmo assim os pretos e elegantes garçons a serviram com prazer, pois seu dinheiro era verde, seu sorriso era branco e seu chá era o mesmo mate ocre escuro que o das outras pessoas. A senhora só tinha uma diferença: Ela era roxa.
     Então cheguei a conclusão de que não preciso mais desse pó de arroz, desta tinta que uso para ninguém me ver roxo como sou. Eu sou roxo! E se alguém se julgar branco demais, verde demais ou a cor que seja demais pra lidar comigo, nada posso fazer. Escrevo para os roxos e para os que gostam deles, se não gosta, nada posso fazer. Um roxo que se ame como eu me amo pensa assim como eu penso. E se você não gosta nada posso fazer. E se algum dia alguém me perguntar quanto a minha cor, eu responderei sem perder tempo: “Eu? Eu sou roxo!” E se não gostar, esta pessoa poderá virar as costas pra mim. Mas sei que sempre existirão pessoas que gostam de roxos.
     Agora só me resta um único afazer, ser feliz. Outro dia passei pela rua a noite e vi dois roxos se beijando e trocando carinhos como qualquer duas pessoas que levam uma relação de amor. Eu ate hoje, graças a esta mania de ser branco, nunca fiz nada parecido... Alem disso, vejo os jovens roxos sentados em mesas de cafés, conversando sobre suas vidas. Vejo roxos trabalhando e ganhando o mundo com sua arte roxa, como deveria mesmo ser! Quanto tempo não devo ter perdido nutrindo esta fachada branca e triste que fui? Quem sabe o próximo passo é procurar outros roxos que sejam roxos de um roxo tão roxo quanto o meu? Na verdade acho que o truque é simplesmente não ligar mais para cores, nem pro preto, nem pro branco, nem mesmo pro meu próprio roxo...

domingo, 7 de março de 2010

Vazio ainda indefinido

Eu sinto um vazio que nem eu mesmo sei o que é. Talvez uma peça que tenha caído por ai, em uma estrada qualquer, e alguém tenha achado interessante. Talvez seja apenas algo que eu nunca tive, mas agora que preciso de repente tenha dado por conta de que faz falta. Ou talvez ainda seja apenas fruto da minha cabeça fértil, que já esteja vendo miragens no deserto da imaginação. Por favor, se achar esta peça que me falta, se souber dar-me notícias... Ao menos de seu nome... Por favor, eu suplico. Pelo menos me de um nome pra eu saber o que procurar...

quinta-feira, 4 de março de 2010

formspring.me

Quem é a pessoa mais talentosa que você conhece?

Pessualmente, fica um belo impate entre Giselle Mara e Adriana Ryal. Agora, quanto a conheser de nome, fica em primeiro lugar, sem duvidas, Tarja Turunen.

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