domingo, 23 de junho de 2013

Pouco Mudei

Pouco mudou neste começo de estação
O céu ainda está rosa a noite, sempre faz frio
E eu ainda me deito na minha cama sozinho
Ainda pego o meu celular como sempre fazia
E ainda tento mandar as mesmas mensagens
Para a mesma pessoa que há anos que mando

Minha barba maior só disfarçou minha idade
Ainda sou jovem demais para ser creditado
Jovem demais para ser tratado com respeito
Jovem demais para conquistar quem eu amo
Ainda falta a experiência adquirida com os anos
Que meu sofrido coração ainda não assimilou

Ainda estudo as teorias que eu sempre estudei
Números demais aplicados a problemas insolúveis
Ainda teorizo sobre as mesmas idéias que tinha
Enquanto coloco minha cabeça da forma desejada
Mesmo não podendo mais fazer os mesmos traços
Por que esqueci o meu compasso numa estrela

Ainda olho pro céu a noite procurando planetas
E os focalizo com a mesma lente ocular embaçada
Ainda troco o garfo pelo fouet sem necessidade
E pico os meus legumes com tesoura, não com faca
Ainda ouço as mesmas musicas quando triste
E as cantoras sempre me lembram de quem amo

Ainda amo as mesmas pessoas que antes
Ainda sou consolado pelos mesmos amigos
Ainda choro pelas mesmas causas inúteis
E pelas mesmas coisas que não acontecerão
Ainda me apaixono em apenas um piscar de olhos
E me deixo iludir pelos mesmos velhos truques

Posso dizer que ainda sou meu mesmo em fim
Cresci muito pouco de uns tempos pra cá
Ainda tenho os mesmos olhos caídos de antes
E ainda choro por dentro quase todo o tempo
Mesmo negando sempre que me perguntam
Por amor aqueles poucos que me consideram

E ainda tenho um velho livro para escrever...

domingo, 2 de junho de 2013

Algumas Desculpas e Agradecimentos

     Às vezes, fazemos burradas tão grandes que nada pode apagar. E isso não é tão incomum quanto pode parecer. Você que está lendo este texto com certeza já deve ter deixado de estudar para uma prova insubstituível, não é? Deve ter uma ou duas, se não dezenas, de cicatrizes que vieram de pequenos deslizes incorrigíveis. Bem, isso não é de tudo ruim! Podemos aprender muito com esse tipo de erro. Só quando passamos por coisas assim, sabemos realmente o peso de nossas ações.
     Hoje escrevo para pedir desculpas por um dos meus maiores erros incorrigíveis. Este em particular deve ser o pior erro que uma pessoa pode cometer: Amar. Não! Amar por si só não é um erro. Mas o amor, se adquirido em um momento inadequado, pode desencadear uma série de eventos indesejáveis... Este momento inoportuno aqui é muito bem representado por um amor não correspondido por um amigo. Sério, se nunca fez isso, agradeça aos seus deuses todos os dias! É horrível! A gente chora, a pessoa que amamos chora, as pessoas que nos amam choram...  Simplesmente, este é sim um erro incorrigível.
     Quando digo incorrigível é por que é amor. Se fosse qualquer outra coisa (Como paixonite, tesão, fogo, etc...), um pouco de vinho, tempo, chocolate e sono já tava de bom tamanho pra esquecer. Com o amor o buraco é mais embaixo. A gente fica o resto da vida preso à pessoa, preocupado com ela, como se de alguma forma fossemos responsáveis por tudo de ruim que acontecer a ela, pelo simples fato de não estarmos lá para protegê-la. Podem se passar anos, mas toda a vez que você ver a pessoa, vai sentir a mesma vontade de ir até ela e abraçá-la apertado, como se nunca fosse soltar. E toda vez que abraçá-la, seu cérebro vai parar o tempo por alguns instantes e registrar cada décimo de segundo com detalhes que só você poderia perceber.
     Então, este meu deslize aconteceu a um bom tempo. Hoje, ainda sinto esta vontade de estar perto e de ajudar essa pessoa em tudo que ela precisar... Porem depois de tanto correr atrás dele, acho que a assustei... Talvez por que ela notasse que não ia ter cura... Talvez por que ela chorasse toda vez que eu falava no que sentia... Mas são só palpites... O fato é que, agora, toda a linda amizade que tínhamos virou um singelo aceno de longe nos corredores da universidade. Culpa? Unicamente minha por ter tentado algo impossível tantas vezes.
     Mas neste texto queria parar um pouco para dar a devida atenção para algumas pessoas. Existiram anjos na minha vida que eu nunca terei como retribuir cada favor que me fizeram. Eles enxugaram as minhas lagrimas sempre que chorei... Ouviram, e ainda ouvem, minhas lamentações estúpidas e recaídas infantis. Eles me deram água quando mal conseguia respirar, me abraçaram e me levaram pra casa quase rastejando. Estes amigos passaram as piores tribulações ao meu lado e sempre tiveram fé na minha felicidade futura, mesmo quando nem eu mesmo mais acreditava. (De um deles eu até roubei um beijo uma vez, pensando na pessoa que amo.) Sem estes meus escudeiros, mal teria chegado até hoje sem estar pelo menos mil vezes mais gordo ou fumando horrores... Eles me deram força pra continuar minha vida, mesmo depois de todas as minhas falhas (Às vezes falhas com eles mesmos...).
     Quero fechar este texto agora reiterando minha eterna divida com estes meus anjos da guarda... Qualquer coisa que eu possa fazer por eles será um eterno prazer, e sem dúvida bem menos do que eles merecem. Quero também pedir a todos, mais uma vez, pela minha humanidade limitada, pela minha mania de fazer o certo e por ser franco demais quando não deveria. Espero poder estar com vocês, pelo menos, o resto de nossas vidas.