terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Vale a pena?


     Valer a pena... Isso tem tomado muito a minha cabeça ultimamente. O que vale a pena a final? Será que os sacrifícios que fazemos em prol de alguma coisa vão ser reconhecidos por alguém, de tal forma que isso compense os prejuízos? Será que, graças a alguma hipotética justiça da vida, existem coisas que valem a pena?
     Tenho chorado muito por estar pensando nisso. Me pego me dilacerando por amor, por estudo, pela minha família... E sei que nada disso tem retorno imediato. O problema é que não tem parecido ter retorno algum. Não que eu seja ganancioso ou interesseiro, do tipo que faz as coisas pensando em recompensas, mas ser pisoteado depois de tanto esforço é no mínimo desestimulante. E chega uma hora que vale mesmo a pena é parar pra pensar no que estamos fazendo.
     Engraçado que anos de respeito e de amor devotados a sua família podem ser desconsiderados quando postos juntos a um único “defeito” seu. Ou ainda, anos de estudo e bom desempenho de um histórico brilhante podem ser insignificantes perante o mal desempenho em uma avaliação. O pior é que na maioria das vezes somos humilhados ou ainda sofreemos graves perdas pelo simples fato de falharmos uma vez. Já falei quanto a isso em outros textos: Quanto mais perfeitos somos, mais as pessoas esperam perfeição nas nossas ações. E nós certamente vamos falhar em um ponto, pois não somos perfeitos.
     Já que não existe justiça no amor nem no mérito, por que ser “alinhado”? Por que o mundo nos pede algo que ele mal sabe reconhecer?! De certa forma, eu acho que eu é que devo estar errado, e que no fundo o mundo quer que a gente seja livre e que não ligue pro amanhã. Mas ainda acho que ainda penso assim pra aumentar minha esperança de que existe alguma justiça no mundo, mesmo que eu não a entenda... Mas devo afirmar que nunca vi prova de tal justiça.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Experimento


     Eu queria propor um teste bem simples, mas que acho que resolveria o nosso problema: Vamos para um canto mais calmo e a gente tenta encostar nossas bocas uma na outra. Se for legal, a gente pode fazer mais algumas vezes, mas isso nem é o mais importante. Se o experimento der certo, a gente pode ir, num dia que você tiver mais tranqüilo, numa lojinha que eu gosto lá no centro da cidade e comprar dois pequenos anéis de prata, pra usarmos como uma prova de que aquele nosso teste deu certo, pra que nunca nos esqueçamos disso. Se der ai mais um tempinho, a gente pode trocar estes anéis de prata por um outro, este um pouco mais caro, e mudar pra uma casa que você ache legal e que fique fácil de irmos trabalhar. Depois disso podemos viver o resto da vida juntos fazendo todo o dia pequenos testes tão simples quanto este que começou esta conversa e tentando nos melhorar mutuamente para que a cada dia a gente passe a ter mais resultados positivos...
     ...
     Claro, isso é só uma ideia... Achei que seria legal fazer assim, sei lá...

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Me pergunto...


Quem vai te acordar as sete
quando perder a hora de acordar
e que vai ter posto a mesa
com café e a sua geleia favorita?
Quem vai te preparar uma sopa quente
quando você chegar gripado
depois de um dia de trabalho
naquele escritório gelado?
Quem vai pintar o nosso quarto
daquela cor que você adora
e te surpreender com um jantar romântico
só para comemorar?
Parece que não vou ser eu...

Quando vou poder fazer aquele crepe
com o molho de laranja e manteiga
que eu vou flambar no meio da sala
só pra te ver sorrir?
Quando eu vou te buscar na empresa
naquele nosso carro que você escolheu
e vou te levar para aquele restaurante
que serve uma mousse deliciosa?
Quando vou poder dançar com você
a principal valsa daquela festa
de comemoração de da passagem
que eu demorei anos para conquistar?
Quando vou poder te apresentar
para aqueles meus amigos tão estranhos
que você só olha de longe as vezes
e derreter minhas amigas com nossos beijos?
Parece que nunca vou poder...

Por quê?
Não sei...
Porque sim...
Porque eu não posso...
Porque você não quer...
Porque eu não dei sorte...
Porque eu não consegui...
Porque eu fracassei...
Porque me tornei obsoleto e falho
em minha principal tarefa
que é te fazer feliz...

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Um Texto sobre Um Rio


     Quem já escutou muitos nãos na vida, pensa duas vezes antes de dizê-los. Talvez esta seja uma ótima frase para começar um texto onde queria falar muita coisa e não sabia como. Tenho visto muitas pessoas ultimamente, velhos amigos, novos amigos, futuros amigos... Tenho observado como eles têm facilidade de negar. Conheço poucos que como eu têm dificuldade de dizer não. Analiso isso muito em comparação com a fome: Quanto mais fome temos, mais difícil se torna recusar um prato de comida. Talvez por isso eu sempre pense duas vezes antes de negar qualquer coisa.
     Tenho passado por maus bocados no que se diz respeito à evolução natural das coisas. Parei de ver o mundo me deixando pra traz, como fazia antes, agora ele começou a me empurrar. Meus velos amigos, aqueles de verdade verdadeira, irmão de alma de longa data, estes já se consolidaram em estados estáveis de existência, sujeitos a pequenas oscilações. (Para os que entendem de física, é análogo a uma partícula num mínimo local do potencial.) Eu que em tudo era análogo a eles, fui ficando pra traz... Bem, talvez a natureza da vida aceite melhor as pessoas de um dado modelo (assim como os potenciais). Talvez ainda eu esteja enganado, e eu apenas seja inadequado para o tipo de situação estável em que eles se encaixaram.
Em fim, me vejo sendo forçado a integrar massas que eu nunca me via. Vejo que a vida esta me jogando em uma forma que eu não queria estar. Infelizmente todas as vezes que tentei sair deste fluxo, tentei me agarrar a algo para não ser arrastado, recebi um não. E é neste momento que eu retomo o primeiro parágrafo: Estes em quem eu tentei me ancorar estão firmes por que já se ancoraram, acharam algo em que valia a pena se prender e que não os rejeitou. Mas eu não posso criticá-los por não darem uma mão a quem está tentando sair do fluxo, uma vez que eles têm apenas uma mão livre e devem escolher a quem dá-la, pois pé horrível ter que soltar a pessoa que se prendeu a você. 
      Quem se vê como eu, está com os dois braços livres nadando contra a correnteza. De fato, parece que meus braços cansados já não nadam com a mesma força de antes. E temo que em breve me encontrarei descendo rumo ao lugar comum, daqueles que se cansaram, dos que desistiram de lutar ou dos que morreram tentando. Um lugar onde as pessoas se escoram em pequenos apoios temporários... Onde elas se dão a mão e soltam ao leu, como se um dia fossem achar uma onde se apoiarem solidamente, mas são treinadas a se ver e a ver todos como portos fracos e instáveis.
     Não vale a pena me debruçar muito sobre esta metáfora do obvio: Os tempos estão mudando e eu estou sendo forçado a me adaptar a contragosto (embora ainda esteja perseverante) . Esta leva de relacionamentos estranhos, pessoas fáceis, “ficadas” e sexo barato tem contagiado o mundo e o meu redor de tal forma que me causa asco. Eu tento dia após dia fugir deste sistema, mas quanto mais tento, mais pessoas tentam me jogar nele. Todos dizem querer algo sério com alguém legal... Mas quando chegamos com a intenção de algo serio, elas fogem e nos dizem ainda “Nossa, você é o cara perfeito! Qualquer um iria querer namorar você.”. Tenho duas conclusões obvias: ou a pessoa mentiu a respeito de mim ou eu simplesmente não sei mais o que é ser legal!
     Vou terminar o texto logo... Estas coisas na minha cabeça tiram qualquer criatividade ou censo de poesia. Desejo sorte aos meus colegas que lutam contra a corrente, desejo reflexões aos apoios já sólidos (ou mais sólidos que nós) para que eles possam escolher bem quem ajudar a se apoiar e aos que estão no fundo, desejo que se achem entre si e que sejam felizes.

sábado, 22 de setembro de 2012

Sétimo Selo - Os Votos


    Que neste novo ano que eu inicio, não mude lá muita coisa alem do primordial. Quero que a musica que eu ouço continue tendo o mesmo som, que venham as mesmas vozes e podem ser até as mesmas melodias, mas que os músicos continuem a tocar dia após dia. 
    Que meus amigos não se afaste, que eles tenham saúde e força pra poder mudar minha vida e poder me ajudar a tornar a deles melhor, que nossos laços se estreitem e que se tornem cada vez mais inquebráveis.
    Que minha velha tristeza e solidão venha sim, mas com moderação, apenas para cumprir sua cota nas emoções que tenho todos os dias. Que elas não me tirem muito o sono e que, como sempre, passem depois de uma noite bem dormida.
    Que a beleza do mundo sempre sorria para mim, para que eu sempre possa apreciá-la. Que eu não tema a beleza, nem como objetivo, nem como presente. E que ela não me impeça de tentar, de ousar ou de ter o que ela faz parecer inalcançável.
    Que eu veja mais e mais Deus no mundo, e não nos templos. Que Ele extrapole as portas das igrejas e os livros sagrados e atinja o coração das pessoas. Que Ele dissemine o seu amor e a sua paz, e que finde toda esta guerra que se faz em seu nome.
    Que meus sonhos sejam mais e mais sonhados e que possa ver alguns deles diante de mim. Que eu não desista dos sonhos só por que são complicados ou inacreditáveis. Que não passe uma noite sem que eu sonhe com as mais diversas alegrias.
    Que meus presentes de aniversario sejam beijos e abraços de pessoas que eu amo. Que eu possa fazer todos ao meu redor mais felizes do que eu. Que eu tenha o dom de colher este ano tudo que tenho semeado e que eu possa esperar em paz a chegada do próximo equinócio de primavera.


Auto retrato... Nada melhor para refletir sobre o novo do que olhar para si mesmo. Espero que o novo ano não passe de uma copia melhorada do anterior.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Sexto Selo - A Canção


A lua brilha amarela em meio ao céu azulado que acaba de surgir
Apenas eu na clareira cercada de carvalhos e de musgo
Sentado sobre uma arvore caída, velha e oca,
Sussurro canções míticas que ouvi na minha infância
Sussurro as canções que ninam as ninfas dos bosques
Sussurro a canção que faz revoar a inerte coruja
A canção se espalha pelo ar, junto a brisa
Se perde no sereno que encobre as montanhas
E deve repousar na neve que tampa os seus cumes
Me acompanham na sombra elfos errantes
Que pararam sua caçada ao ouvir minha voz
E agora formam o coro da melodia serena
Nas arvores, as dríades embalam a melodia
Lançam seus olhos sobre as montanhas e guiam o vento
E este, ao passar entre as arvores ecoa
E se soma a esta simples e lírica canção

Todos juntos cantamos sem abalar a floresta
Porem esta se agita suave e calma
Como se os galhos dos carvalhos se rendessem
E aos poucos ondulassem com a melodia...
Os pios das corujas, o barulho do rio distante
Tudo se espalha com facilidade na noite
E o leve sussurrar da canção a isso se soma
Dando vida a terra e fazendo germinar as sementes
Fazendo com que a riqueza dos homens seja ínfima
Perante a grandiosidade da natureza...
Perante a gloria dos magos...
Perante a honra dos elfos...
Ou perante esta simples canção
Que se perde dentre os velhos carvalhos...







Sem duvida nenhuma melodia se encaixa tão bem na descrita no meu texto quanto o som do violino.
e sem duvidas a musica celta ajuda neste quesito. Este desenho é de uma grande amiga que dedica sua vida a estas duas coisas e por isso tem um lugar especial aqui. Exaltar os amantes da boa musica e os deuses que a fazem é parte do meu oficio.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Quinto Selo - A Amizade


    Na minha inocência sempre os julguei um achado, mas hoje os julgo uma conquista. Procurei, cultivei, refinei e curti cada uma das minhas amizades. As lapidei como se faz a uma pedra preciosa. As dobrei em fogo quente e gelo como se faz a uma espada. Sei que foi muito difícil fazê-las, mas algumas em especial parecem que são na verdade um presente, pois nosso trabalho é só tirar a poeira regularmente. Estes anos foram uma dádiva: encontrei quatro grupos de pessoas que eu simplesmente não poderia ter encontrado melhores. E é deles que quero falar hoje.
    O primeiro é sem duvida o mais presente no meu dia a dia, eles eu vou chamar aqui de Gentleman! Conheci cada integrante da Gentleman de uma maneira distinta, cada um ao seu tempo, mas todos formaram o que pra mim é um ninho acolhedor de felicidade e alegrias. Não concordamos em tudo, não trabalhamos na mesma coisa, mas sinto que somos como grandes irmãos!  Cada um deles ocupa um lugar relevante e incomparável no meu cotidiano e é peça fundamental do meu desenvolvimento como pessoa, seja como um cientista, ou como um artista ou até mesmo o desenvolvimento pessoal. A gentleman, antes de uma equipe, é minha escola.
    O segundo é uma família com quem já viajei, com quem já me mascarei, com quem já me travesti, com quem já toquei, cantei, pulei, chorei, sorri... Estes amigos que aqui chamarei de Cia. são em suma as pessoas mais perfeitas que eu poderia encontrar pra fazer o que fazemos de melhor, sermos nós mesmo ao sermos outras pessoas. Somos cúmplices de nossos pecados e de nossos votos, se nossos martírios e de nosso jubilo. Sorrimos para os mesmos rostos durante anos e por isso eu não sei se algum dia me desligarei deste outro lar que achei na Cia.. Acredito que a distância só testa a força dos laços que nos unem, e nos momentos de reencontro eles se mostram tão fortes como nunca.
    O terceiro grupo eu aqui vou chamar de “Núcleo”, não por ser o centro, mas por ser um apelido carinhoso que o dei. O Núcleo é um conjunto de amigos que caminham sobre as mesmas condições que eu! Temos a pele da mesma cor, olhamos o mundo pelas mesmas lentes e vemos que somos, entre nós, mais uma família. É com eles que posso falar de tudo que eu penso, posso exercitar o meu ser pessoal e posso por em voga a sinceridade absoluta e sem receio! É a eles que devo as minhas mais loucas alegrias, as minhas aventuras mais insanas e a minha espontaneidade de ser eu mesmo.
    O ultimo citado neste texto te inclui, caro leitos. Meu amigo de todos os dias, mesmo que eu nunca tenha te conhecido. “Meus amigos que ainda não conheci”. Vocês que estão ai nas suas casas e me mandam sempre sua atenção e carinho na forma de comentários legais, de uma foto bacana que me alegra numa noite triste. Você que tecla comigo quando eu to sozinho no meu quarto... Você sabe o quanto você é importante? Nossa, você não tem noção!!! Juro que se não fossem me chamar de lunático e ameaçar me internar, quando te visse pela rua, te daria o maior abraço de todos! É ótimo saber que sempre tem alguém ai do outro lado. Sei que as vezes eu posto Adele e MCR mil vezes por hora, que publico muita coisa emo no twitter, que faço desenhos de vocês sem avisar, que escrevo coisas que deveriam ter censura de dez mil anos... Mas peço infinitas desculpas se necessário!!! Vocês trouxeram pra minha vida uma nova definição de companheirismo e amizade. Alguns de vocês são tão insubstituíveis quanto cada uma das pessoas que vivem nos grupos que citei antes! Você minha companhia de todas as horas, é a melhor companhia que poderia ter aqui!!!
    Bem, a cada um de vocês que está nestes grupos, meus parabéns! Peço que na chegada da primavera, quando eu estiver mais velho, me dêem a honra de ter vocês como amigos mais um ano!




Dois belos desenhos que escolhi para ilustrar este texto. São dois magnânimos exemplos (como os outros modelos dos quais postei o desenho aqui no blog) de amigos incrivelmente perfeitos! O primeiro é integrante da "Gentleman" e o segundo é "Um Amigo que Nunca Conheci". Bem, se os conhecem, parabéns, pois eles são pessoas incríveis! Se eu te chamo de amigo, saiba, você merece tudo que eu for capaz de dar, por que você é a uma das coisas mais valiosas que tenho!

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Quarto Selo - A Tristeza


Tristeza tem gosto de gelo
de bronze gélido e afiado
da voraz e amaldiçoada adaga
empunhada pelo tempo

Tristeza tem cheiro de medo
de quando o fim esta perto demais
de quem já não tem esperanças
se não a dada pelo próprio fim

Tristeza tem a textura do tecido
do meu travesseiro reserva
de abraças nas noites sem sono
quando nada mais resta a fazer

Tristeza tem a cor das águas
de lagrimas silenciosas e frias
de quem chora por não ter
menor fração do pouco que quer

Tristeza me soa como um sussurro
de uma velha contralto ingrata
de quem tive a companhia por anos
 e nunca me deu retribuição






Estes foram meus primeiros desenhos feitos em noites triste. Tenho muito a agradecer a estes modelos, pois desenhar me ajuda a me livrar de parte da tristeza, da solidão. Acho que as vezes podemos achar a solução da tristeza sendo apenas nós mesmos. Amigos podem ajudar também, mas pouco... A solução das coisas que nos ocorrem (e também a culpa de certo modo) sempre esta nas nossas mãos.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Terceiro Selo - A Beleza


    O que devemos chamar “belo”? Sempre me perguntei isso. Na verdade, acho que muito me perguntei por que as pessoas insistiam em falar que meu conceito de beleza é bem defasado da realidade. Não sou nada fibonacciano, muito menos um fã da perfeita simetria. Isso por si só já mata o que a maioria dos especialistas dizem sobre beleza. Podemos colocar da seguinte forma: Pra mim, o que é belo por si só se justifica. Não se tem um porquê, ser belo transcende as causas. O belo pode sim ser definido pelo sentimento que nos traz. Gosto de dizer isso em cores também. Este texto vai dedicado especialmente a um tipo de beleza, uma cor de beleza: A Beleza Vermelha.
    A grande maioria das pessoas vê beleza em algo que seja esteticamente sedutor. Um corpo bem treinado, condizente com a sexualidade e que involuntariamente intriga as pessoas. Este é a beleza que classifico como vermelha. Os de beleza vermelha são os que são notados, os que são invejados. Tendemos a achar que homens e mulheres de beleza vermelha são felizes e tem tudo que querem na mão. Não é uma verdade. Às vezes manter esta beleza é mais custoso que mantê-la. De sertã forma, tenho muita compaixão por estas pessoas. São vitimas de assedio, relacionamentos superficiais... Imagino como sofreria um romântico como eu tendo uma beleza vermelha. É difícil de entender se a pessoa gosta de você ou do seu corpo... Alem de ser alvo de criticas de pessoas invejosas... Não, de fato não me veria neste padrão estético. Adoro pessoas vermelhas por que elas se revelam incrivelmente mais profundas do que achamos que elas sejam, e adoro ser surpreendido ao conhecer pessoas que valem a pena!
    De fato, uma vez conheci um garoto que era muito bonito (inclusive se tornou um grande amigo meu). É o típico cara que ninguém deixava de olhar, sabem? Caras reconhecem a sua superioridade, mulheres cobiçam como um sapato de camurça e salto de marfim, evolução e do cravejado de rubis. Mas ai é que esta, ele não se sentia assim! Durante um bom tempo, devo confessar que achei que ele era gay, por que tantas mulheres o rodeavam e ele se quer notava. Acho que nos que não temos este padrão de beleza, temos este modo de pensar? Demorei muito a me acostumar com a idéia de que a beleza vermelha não era muita coisa. Acho que na adolescência nos estamos com o cérebro embebido em hormônios e agüentamos melhor esta farsa estética.  Hoje vejo, no exemplo deste cara algo muito valido. Ele estuda como eu, trabalha como eu, tem problemas de família, tem complicações financeiras... E te garanto também que as divas lindíssimas da televisão têm TPM, elas acordam descabeladas e com mal hálito. Somos todos seres humanos em iguais condições de sofrimento e alegria.
    Não quero com este texto desvalorizar a beleza vermelha, muito pelo contrario! Acho ela atraente, como todos. Mas quero deixar bem claro a todos que beleza não esta ligada a caráter, a inteligência, a nível de esforço para conseguir algo e nem a qualquer coisa se não à própria beleza. Se você é de beleza vermelha, meu parabéns! Reconheço a sua beleza! Pra mim você é uma obra de arte da natureza, de Deus, da evolução e do caos que rege este universo. Sei que não é fácil ser assim, assim como não é fácil ser eu. Quero dizer que te vejo como um irmão de condições. Quero que as pessoas vejam vocês alem de beleza estética, e que suas outras cores, suas verdadeiras cores, se sobressaíam juntamente a este vermelho. Assim como um quadro, a beleza monocromática é simples, insuficiente e morta.






Estes desenhos são de dois garotos que conheci pela internet e em um belo dia resolvi desenhar. Sem duvida meus leitores concordarão que são belos exemplos da beleza vermelha, porem pelo pouco que leio e ouço sobre eles, temos aqui sim uma bela amostra de talento, garra, superação e valentia que transpõem qualquer beleza que possamos ver com os nossos limitados olhos humanos.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Segundo Selo: O Espirito


Meu espírito é um ser que pede
   Pede silencio da morte para bem refletir
   Pede a brisa leves que sopram no alto das montanhas nevadas
   Pede os ecos das florestas esquecidas pelas eras

Meu espírito é não passa de um eu carente
   Carente de companhia na solidão da eternidade
   Carente de saber mais do que sabia antes e menos do que saberá amanhã
   Carente de ter o que julga merecer mas não pediu pra ganhar

Meu espírito é hoje se tornou mais completo
   Completo de aceitação e de paciência pra poder seguir em frente
   Completo ao ponto de não sentir mais dor pelo que já sentiu
   Completo ao ponto de insistir em permanecer no que todos julgam erro

Meu espírito é eternamente critico
   Critico de si próprio e de sua natureza de erros e acertos aleatórios
   Critico do universo e seus desdobramentos regados pela loucura
   Critico do que os espíritos que me cercam são quanto espíritos

Meu espírito entende muito,
 Compreende pouco,
  Explica mais que compreende
   e não se ensina mais do que já sabe
    a não ser que sofra pra aprender

Meu espírito divaga
 num lado de lembranças
  rodeado de cardumes de alegrias
   que são predados por grandes e fortes tristezas
    que na falta de alimento vão o devorar

Meu espírito
  (assim de tudo)
    ainda se procura




Estes dois desenhos representam duas coisas muito importantes pra mim: Primeiramente a amizade (que abordarei em selos futuros), ela é uma figura importantíssima na jornada dos nossos espíritos. A outra coisa que ela representam são que algumas pessoas podem encontrar a  fé e a espiritualidade nelas mesmas. Acho que este é o caminho! Não se deve achar que igrejas trarão a paz do seu espírito, quem pode lhe dar isso é só você. Parabéns a todos que se acharam e que estão se achando como seres espirituais.

domingo, 16 de setembro de 2012

Primeiro Selo: Os Sonhos


     Um peixe me disse uma vez que o caminho natural dos sonhos é o despertar. Transpor esta membrana que separa o Sonhar e o mundo em que vivemos é uma tarefa pra poucos, ouso ainda dizer, para os obstinados. Os sonhos são o momento em que a nossa mente despreza todas as leis da realidade, todas as limitações da “realidade”, e se deixa experimentar. Enquanto dormimos, nossa mente nos testa em situações de alegria e de tristeza a fim de nos tornar mais conhecedores de nos mesmos, alem de nos oferecer pequenos momentos de realização.
     Não é a primeira vez que escrevo sobre meus sonhos, na verdade já o fiz tanto que não me lembro nem qual foi a ultima, muito menos a primeira. Gostaria de ser capaz de escrever todos os meus sonhos, o que provavelmente daria um best-seller, principalmente para nerds, homossexuais e amantes da boa musica. Mas talvez possa resumir minha maratona de sonhador em três ápices, três historias de estórias que vivi em sonhos:
    Primeiro gostaria de contar do meu maior sonho, desde o momento que comecei a pensar sobre relacionamentos: O primeiro beijo, debaixo de uma chuva torrencial, roubado pela pessoa por quem você se apaixonou. Acho que, tirando eu, deve sobrar meia dúzia de homens no mundo com o mesmo sonho. Bem, meus leitores assíduos podem se lembrar da série “Mon Petit Chat Noir”. Esta serie foi escrita para o garoto com quem dei o meu primeiro beijo. Foram sonhos e sonhos narrados nesta época neste mesmo blog. Devo dizer que meu primeiro beijo não foi um marco da transição sonho-realidade. Em meus sonhos havia mais grama, mais pessoas e era eterno. Mas eu consegui pelo menos que foi roubado, foi do cara por quem eu estava perdidamente apaixonado e chuviscava no dia. Por mim foi perfeito e eterno. Dizem que o primeiro beijo nunca se esquece, eu acho que é bobagem. Mas afirmo categoricamente que nunca esquecemos da realização de um sonho.
     O próximo sonho de que quero falar é deveras estranho. Numa noite, eu estava na oitava serie na época, eu sonhei com um jovem mago. Estranhamente este mago tinha a pele toda roxa, assim como os olhos e o cabelo. Eu não sei por que, mas a partir daquele instante, eu sabia o seu nome. Era como se a palavra surgisse dentro da minha cabeça, uma palavra que nunca tinha ouvido: Alastus. Ele era tudo que eu queria ser, era como eu queria me sentir, ele era a personificação de todos os sonhos que tinha naquela época. Neste mesmo sonho, Alastus foi atingido por uma flecha no coração e socorrido pela sua irmã. Que rapidamente arrancou a flecha dele. No susto eu acordei, já era hora de ir à escola. Quando fui me trocar, vi que no lugar onde ele tinha sido atingido pela ponta de aço, eu tinha um arranhão em forma de “x” que não me recordava de onde tinha conseguido. Ignorei. Nas próximas duas noites, sonhei com Alastus, em ambos os sonhos ele era atingido, mas não morria, lutava e persistia com seus poderes. Na primeira noite foi a flecha, na segunda foi mordido na perna e na terceira uma lança no ombro...  Não sei como explicar ao certo, mas todas as noites acordei com arranhões nas formas dos ferimentos. Sei que parece uma besteira, mas pra mim foi muito real. Hoje, acabei por me tornar Alastus e transferir muito de mim a ele. Somos parceiros de estrada. Espero que em breve possa apresentar ele pra vocês.
     O ultimo sonho que gostaria de falar é o exemplo de sonho que não se cumpre nunca: Felicidade. Recentemente aprendi uma palavras que pode soar estranha: Eudemonismo. Mas consiste apenas do pensamento de que o objetivo da vida humana é a felicidade. Sou adepto deste pensamento, embora acho que a felicidade é utopia. Felicidade é um estado pleno onde nossas almas não se importam com nada, apenas com o agora. Não há necessidade de pensar no amanhã, nas conseqüências e nem nos riscos se somos felizes. Felicidade, acima de tudo, só é felicidade se é eterna. O que fazemos é colecionar pedacinhos de felicidade aos quais demos belos nomes: Amor, Alegria, Orgulho, Honra... 
     Acredito que não existe um caminho comum para todos, uma receita de felicidade. Devemos nos permitir sonhar e degustar as pequenas amostras que temos. Devemos tentar ser felizes sem nos atentarmos ao fato de que a vida não permite que sejamos plenamente felizes. Devemos apenas deixar seguir.A busca pela felicidade não é justificada pelo resultado, e sim pelo caminho.



Este desenho é a imagem que mais me indica os sonhos que narrei acima. Ela trás consigo um pouco do roxo, cor que pra mim se tornou uma bandeira, e também as fatias de felicidade que tanto procuro em minha vida. Sonhar é dar um passo a mais na direção da realização.

sábado, 14 de julho de 2012

Nietzsche


     “Há sempre alguma loucura do amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura.” E isso me reconforta. Sempre fui perseguido a cerca de ser um ‘escravo’ da razão, um físico, alguém que deveria ter um pensamento critico a cerca das coisas e mesmo assim me acho no direito de amar e ser amado. De amar diferente, de amar do meu jeito, de amar de verdade. Realmente, sentimentos não são bem vindos na resolução de um complexo problema de física. Aprendi com um grande mestre que nossa intuição no Maximo nos leva a dormir e comer doces, e nunca a mudança de variáveis certa para resolver um problema. Mas o que todo bom cientista sabe é que toda grande idéia nasce dos sentimentos: Da curiosidade do jovem Einstein, do fascínio do garotinho Leonardo, até mesmo do amor tão inusitado do casal Curie.
     “Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal.” É por amor que muitos já cometeram atrocidades e foram odiados por isso, eu sei muito bem, Mas o ódio também está “além do bem e do mal”. O amor sega nosso estudo censo de que o que fazemos é melhor do que o que os outros fazem. Quando amamos, projetamos nossa visão de perfeição, que antes habitava nosso próprio ser, em outra pessoa que antes era tão torta e confusa quanto as outras. Na verdade o bem e o mal é só uma impressão relativa. Afinal, quem faz mal ao que é mal, é dito por bom. Indago-me ainda se as pessoas já se deram conta de quão distorcidos são seis alicerces de comparação.
     “Não há fatos eternos, como não há verdade absolutas.” E digo ‘como’ de uma forma causal. Nossa realidade é frágil, pois se sustenta em teóricos pilares de ‘verdade absoluta’, que na verdade carecem de uma fundação solida. Como físico, cito um exemplo bem atual: A recém comprovada “Partícula de Deus” (como a imprensa insiste em chamar, embora atraia mais e mais criticas ao assunto) trouxe luz ao estudo da gravitação quântica. Agora, podemos, através do campo de Higgs explicar diversos fenômenos que careciam de uma teoria adequada. Mas a verdade que a imprensa não mostrou é que uma massa de mentes brilhantes dedicaram sua vida ao estudo de outras teorias, tão boas quanto a de Higgs, e agora vêem seus trabalhos serem ridicularizados por colegas de departamento ou membros mais sortudos da comunidade científica. Até o meu trabalho, que parece elementar e confiável por tratar de moléculas muito bem estabelecidas, é sujeito a este tipo de mudanças. Amigos, nós acreditamos em moléculas há aproximadamente duzentos anos!  Quantas verdades muito mais antigas que essas já não vimos caindo por terra?
     “A moralidade é a melhor de todas as regras para orientar a humanidade.” Mas moral é uma coisa que poucos conhecem. Quando penso em moral, prefiro me referir à sua origem grega, êthica. Esta ultima sim, traduz todo o sentido de moral. Êthica nos diz a respeito do elemento e do todo, em uma única palavra. A moral é composta por duas vertentes inseparáveis. A primeira é a Moral Individual, por muitos chamada também de código de honra, ou em algumas vezes de ética. Ela nos diz o que é certo no nosso mundo, o qual não transpõe a nossa própria pela. A segunda vertente é a Moral Coletiva. Esta é baseada na história, nos costumes, no respeito próprio e no respeito que temos que ter uns pelos outros. Esta moral é muito mascarada pela cultura, pela religião e por tantos outros meios de nos dizerem o que é certo, mas na verdade podemos apenas dizer que esta moral impede que o seu mundo, aquele que não deve sair do limite tangível da sua pele, extrapole-se demais e atinja o mundo do outro. Moral, meus amigos, tanto a individual quanto a coletiva, é o que todos precisamos ter. Se todos tivermos, teremos todo o resto. Mas (mesmo não sendo pessimista e ainda não maldizendo a humanidade) posso afirmar categoricamente que tal coisa é utópica.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Ainda Insuficiente


     Eu sou muito, mas ainda não consegui ser o suficiente pra muita coisa. Muita gente inveja meu talento pra matemática, mas ainda não consigo resolver as equações diferencias mais simples que recebo nos testes e embora todos falem que modelo magnificamente, sempre faço falsas considerações que me levam a falhas trágicas em problemas de mecânica. Não consigo passar um elemento continuo para dentro de um diferencial sem perder a lógica completamente, ou ainda escrever um código com mais de cem linhas sem que ele apresente nem um erro.
     Tenho sido um péssimo amigo, do tipo que nada pode fazer e pouco tem a dizer. Não posso dar exemplo de vida por que meu vivo pra mim. Tenho tirado erros críticos em todos os dados e mal tenho podido jogar. Tenho escrito pouco e tenho traído as esperanças de quem confiava em mim pra prestar favores. Tenho traído meus ideais em troca de novos que tenho que absorver. Tenho negado meu ser em troca de um ser que ainda nem é.  Mas será que algum dia será?
     Não tenho sido o suficiente pra merecer que alguém se de ao trabalho de me completar, se quer... Nem pra valer um beijo avulso e sem sentimento de um amigo, nem para merecer um abraço apertado de mais de dois segundos, nem pra merecer que alguém sorria ou chore por mim... Tenho feito bem menos que o necessário para ouvir uma palavra de consolo ou para poder encostar minha cabeça no colo de alguém. Tenho sido tão injusto ao fingir que mereço tudo isso, quando é consenso comum que não mereço!
      O pior de tudo, não tenho merecido se quer que me dêem a chance de me mudar...

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Vozes no Meu Quarto

Ouço sempre uma voz que me soa forte
E tem hálito de camomila com sequilhos
É a voz que me diz quem eu devo ser
Que sempre é o que eu não sou
E quando quero ser quem não sou
A mesma voz me adverte do erro
Como se quem me prende queira
Na verdade que eu me liberte
Mas só me confunde...

Ouço sempre uma voz de um doce amado
Que nunca foi meu e que nunca será
E que tem cheiro de livro velho na estante
É a voz que se cansou, que se casou
Que me diz pra correr atrás dela
Mesmo com palavras para que me afaste
Som maravilhoso que ecoa em minha mente
Mas que já esta frio em meu coração...

Ouço sempre uma voz destas sedutoras
Que sussurram ao pé do nosso ouvido
E trazem com sigo o aroma do porto doce
Esta voz é a que me lembra que sou humano
E que desejo a carne, a pele, o suor
Que me dá ânsia de ser profanado
Como uma igreja invadida por um pagão
Mas que me diz que não mereço...

Ouço sempre uma voz em tom de guerra
Transpirando desafio e deboches incessantes
Que saem quentes como o fogo de um dragão
E me dizem do que não vou fazer nunca
E me lançam a face a minha total culpa
Desafiam minha gaiola de sanidade
Que me protege dos erros mundanos
Mas que me impede de fazer o que anseio...

Ouço sempre uma voz monótona em solo
Que de tão alta ensurdece quem a escuta
E tem som de vento forte de tempestade
Ela envolve meu corpo nu sobre a cama
Tornando mais só minha eterna solidão
E mais angustiante cada um dos meus medos
Sou torturado pela melodiosa solidão
Que me faz odiar mais a minha vida
Mas que me é a única companheira...

quinta-feira, 8 de março de 2012

Transição

     Em alguns dicionários, podemos encontrar a palavra transição como um conjunto de mudanças que ocorre num dado espaço de tempo. Não sei se a palavra é bem essa, mas é exatamente deste sentido que queria falar. Esta tem sido uma grande semana de transição. Minha vida re-emerge de um período de férias completa: sem amor, sem estudo, sem trabalho, sem produção, sem novidades...
     Estas mudanças tem exposto um Alastus que não se vê a um bom tempo. Acordar às seis da manhã animado e sorrindo não é uma coisa comum, eu sei. Mas tenho conseguido esta façanha sem grandes problemas. Primeiro por que tenho tido sonhos revigorantes com a pessoa que escolhi pra sonhar, segundo que meus dias tem sido extremamente divertidos e interessantes, muito mais do que nas férias.
     O namoro, apesar de potencialmente complicado, tem me feito muito bem. O fato de nunca ter me apaixonado por alguém assim tem tornado esta experiência única. Pela primeira vez na vida recebi um “eu te amo” que não veio nem de minha mãe nem de um amigo, e isso pesa muito pra mim. Alem disso, a distancia é meio que uma coisa boa, pois nos dá espaço para sermos nós mesmos, sem as complicações que são acarretadas de um namoro que começa próximo. O nosso gradual conhecer aumenta minha curiosidade, e posso confessar que também o meu interesse.
     Sabem, às vezes me pergunto se não aconteceu um pouco rápido demais, porem analisando o meu histórico de paixões, talvez esta vez tenha sido uma das mais graduais. Sempre fui de paixões que surgem em um instante, através de um olhar ou de um sorriso, mas desta vez ela veio através simplesmente do conhecer... Poderia ser esta uma “paixão lógica”? Se meu celebro de físico me ajudou neste feito, acho que estou no caminho certo, raras foram as vezes que minha intuição física me traiu.  Mas não... Não se trata de lógica, e sim de amor, que como sabemos, é inexplicável...
     É engraçado se pegar do nada pensando em coisas de namoro... Nunca tinha me pego pensando nestas coisas... Não penso só em momentos românticos e bobos como de costume, mas também em coisas como casa, relação com a família, como posso ajudar isso tudo... Pela primeira vez sinto a fé no “felizes para sempre” se apoderando de mim com tanta veemência. Talvez seja por estar namorando alguém mais novo... Ou ainda por que acreditei demais em todas as coisas que me contaram quando criança...
     Vejam só como estou: Planejava escrever um texto sobre as varias coisas que estão acontecendo, e só consegui falar de uma até agora... Acho que também seja a mais relevante, a única que me faz sorrir de verdade, com certeza total... 
     Já que o texto acabou romântico, vai ai uma conclusão que cheguei agora a pouco: Meu romance tem gosto de musse de maracujá. Pode não fazer muito sentido pra você... Mas faz todo sentido pra mim... Se algum dia estiver tomando musse de maracujá, pense nisso...

domingo, 4 de março de 2012

Improviso - Dádiva

     É verdade que ando estranho... Uma leva de carência e solidão tem me tomado nos últimos dias de tal forma que era indescritível. Poucos foram os versos ou estrofes, e eu estava ficando frio, abatido, doente... O silencio estava se tornando um martírio pra mim... Minha própria companhia, que tanto preso, estava se tornando insuportável.
     Mas não posso questionar os métodos em que trabalha a vida. Em um sábado (dia que pra mim sempre foi sinônimo de fossa sentimental), um convite, uma conversa... Senti voltar um sentimento que não via há muito tempo na minha vida: Felicidade. Como já dizia Quintana, “sorri de repente e um gosto de estrela me veio no céu da boca”. Do nada a solidão que me invadia sumiu, e o quarto vazio nada mais era que a moldura de uma janela brilhante...
     A quem justificar? A quem culpar por isso tudo? Talvez a mim mesmo, com o meu estado supremo de carência... Ou talvez seja um caso diferente de química, algum atrativo comum... Só que livre de proximidade... Infelizmente... Alguns ousariam dizer que é amor... Claro que isso passa na minha cabeça muitas vezes, mas um bom escritor pensa sempre duas vezes antes de usar esta palavra. Tão bonita... Tão mortal...
     Mas quando paro em meu quaro e penso no que se passou nas ultimas horas... É mágico... É como se todos os pedidos que fiz durante chuvas de meteoros tivessem virado verdade... É como se voasse sobre um campo de flores, e sobre elas pousasse para dormir... É como o cheiro da flor da laranja... É de um jeito só seu...
     Enquanto meus olhos estão encobertos por este caleidoscópio de sentimento explosivo e confuso, minha alma se enche de questões, de duvidas, de incerteza... A final, lembro-me de como o mundo é cinza lá fora... Pra ser sincero, acho que desta vez vou preferir acreditar na lindas musicas tocadas em harpas e em pianos dizendo aos românticos que tudo vai dar certo e torcer pra essa ser a minha chance de ser feliz...

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Tristes Verdades

     Uma triste verdade é que a beleza interior geralmente só pode ser vista pelos que nascem somente com ela... Odeio quando uma vez, ao termino de um namoro, ouvi a frase "Você é o melhor homem que qualquer pessoa poderia querer namorar..." e acho que foi a frase mais hipócrita que já ouvi em toda a minha vida. Se eu fosse mesmo o cara mais perfeito, por que então teria que ver quem eu amava nos braços de outro?
     Outra tristeza é que acreditei em mentiras durante muito tempo. Me contaram quando criança que algumas coisas existiam, outras deveriam ser sempre feitas de uma dada forma... Sempre com um ridículo censo pseudomoralista que notei que somente eu seguia. Meus amigos, alguns deles, ainda me acompanham... Acho que justamente por isso são meus amigos. E sempre que penso que estou fazendo errado, eles me colocam de volta neste caminho de carvão em brasa... São meus carrascos sim, mas andam de mãos dadas comigo sobre este penoso caminho.
     Talvez ainda possamos dizer que a única conseqüência disso é que a vida de que segue o caminho “certo”, se é que assim pode ser chamado, é ficar muito tempo sozinho, em casa, olhando o teto... E porque continuamos mesmo assim? Por que nos disseram em nossa infância que no fim tudo valeria a pena... E torcemos, dia aos dia, ainda que quase descrentes, que esta não é mais uma mentira idiota... Estamos cegos, assim como qualquer um, na mão de um futuro que ninguém conhece, mas que acreditamos que poderá ser feliz...
     E quem controla este futuro? A tão famosa justiça da vida. Eu confesso que acho que “A vida é justa.” não passa de um ditado, sem muito embasamento. A justiça existe sim, mas se ela se aplica ao caso de nós, pobres crentes na humanidade? Acho que não, mas torço para que sim... Por que por mais que eu nunca encontre alguém, por mais que eu nunca me encontre em alguém, por mais que nunca seja feliz de verdade, prometi a mim e ao mundo tentar ser eu mesmo... E o eu que eu sou me impede de ser desleal com minha moral, com o que eu acho certo, com meu coração, com as pessoas que amo...
     Preciso encontrar mais um parceiro de caminhada. Alguém interessado em tornar a caminhada na brasa mais suave, não de acabar com ela. Pois é fato: Quem sofre para amar, sofre por amor, mas sofre feliz...

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Pagamento

     Seria divertido se tido o que se faz para as pessoas tivesse retorno. Não estou me referindo à historia que o que se planta, se colhe. Estou pensando em algo mais forte... Uma Segunda Lei de Newton aplicada às relações humanas. Algo que garantisse a reciprocidade dos sentimentos e de suas intensidades. Mas isso não existe, ou se existe não funciona como deveria. Mas nada me impede de fantasiar nisso...
     Fico pensando o que pagaria semanas treinando pra fazer uma sessão de massagem hipnótica perfeita em um cara que nem está mais perto de você. Ou ainda o que valeriam dezenas de poemas escritos para o mesmo par de esmeraldas. Recebi em troca disso tudo foram quase três meses de depressão e uma foto que não podia ser guardada... 
    Ainda me indago o que pagaria diversos sábados onde agüentei delírios de um louco apenas por que gostava de vê-lo falar sobre o mundo, sobre si mesmo e sobre mim. Como alguém poderia pagar por anos de cumplicidade de alguém que sempre o achou lindo, mas que nunca tentou nada em respeito à amizade? Não há o que pague por anos sendo objeto de sedução sem esperança... Por este fui pago com um estoque ilimitado das mesmas coisas...
     Será que algo vale ser trocado por um amigo que te amou mais que tudo? Que chorou por você todas as noites? Que ficou feliz quando você amou outro? Que te perdoou antes mesmo que você pedisse perdão pelos crimes que você nem cometeu? Que ora por você todas as noites? Que tem como objetivo de vida te ver feliz? Fui eu quem pagou ao garoto que ama com mais amor, e mais amor, e mais amor... Mesmo não tendo o amor que realmente queria...
     Será que existe algo que possa ser trocado por dias e noites de solidão e de espera, seguidas de manhãs vazias? Será que se ganha algo por tamanho sofrimento duradouro? Espero que sim... Mas por este ainda não recebi nada em troca...
    Não acho que se deva pegar por nada destas coisas, mas acho que se eu quiser ter algo em troca do que eu faço pelas pessoas, o bom caminho é fazer algo por elas, mesmo que no fim não ganhe nada. Gostaria que mais pessoas fossem como eu e se dispusessem a fazer, antes de recebem... A gerar sorrisos nos rostos que chorar... As pessoas precisam aprender a viver...

sábado, 7 de janeiro de 2012

Redefinindo Solidão

     “SO-LI-DÃO (s. f.) Estado de quem está só, retirado do mundo...” E eu não sei como pode ficar tanto tempo sem ler este verbete... Hoje, em um lapso de coisa alguma a se fazer, fui a um dicionário e procurei, pela primeira vez, o significado de solidão. Me surpreende o fato de que nunca havia verificado esta palavra, haja vista a freqüência com que uso esta palavra. Talvez por isso mesmo acho que não o tinha procurado: Solidão já me era tão cotidiano, que nem a percebia mais como algo que valesse a pena explicar. Algo tão normal como “sono”, “sorriso”... Solidão pra mim era como “pão”! E isso, como um pão! Que pessoa em sã consciência procuraria pão no dicionário! (Devo admitir que já o fiz, e me surpreende muito com o que li.)
     Pois bem, agora me restaram só estas palavras pra tentar explicar solidão. Não digo que vim ao dicionário atrás de uma solução de todos os meus problemas ou atrás da compreensão total de meu atual estado, porem esperava algo mais conciso, palpável... Talvez um exemplo de aplicação... Talvez um relato ou uma nota editorial. Por um instante me dei ao luxo de olhar o rodapé, mas nada de mais avia lá alem de uma explicação de fonte bibliográfica para outro verbete, algo que dizia respeito a astronomia, se não me engano. Isso era irrelevante neste momento. Estava de frente a uma verdade que nem eu podia compreender. Por que tão pouco pra explicar algo tão abrangente?
      Tomado por um impulso filosófico, me senti desafiado a escrever-lhes um verbete para que seja suprida a carência dos dicionários no que diz respeito à solidão. Acho que tenho bagagem de vida suficiente pra escrever este verbete... Sim! Acho que verbetes deveriam sim ser escritos por especialista! Talvez assim as pessoas ficassem um pouco mais inteligentes ao ler o dicionário, não apenas um pouco menos burras. Vamos lá...
     SO-LI-DÃO (substantivo altamente substancial e independente do sexo) Estado que sentimos depois de anos tentando encontrar uma pessoa que nos faça feliz e nunca ter sucesso; ato ou efeito de se deitar a noite, abraçar o travesseiro e se quer ter em quem pensar; sentimento presente em pessoas que foram retiradas de suas famílias, de seus amigos, de seus amores e de seus sonhos e postas em um mundo vazio, cinza e triste; conseqüência inevitável de muito amar e ser abandonado; síndrome caracterizada por carência excessiva, acompanhada de insônia, deficiência respiratória, olhos lacrimejantes e desejo latente de ingestão de glicose; comportamento condicionado comum em pessoas dotadas de fé, esperança e nem um pouco de amor próprio. (Ant.: Felicidade, Sentimentos Recíprocos, Abraço, Amor, Amigos Verdadeiros)