segunda-feira, 28 de junho de 2010

Culpado

Não quero ver uma lagrima em seu rosto
Não quero me deleitar de seu sofrimento
Não quero que tenha receio de me falar
Nem que não olhe em meus olhos
Pois de quem sofre aqui já me basto
Já me basto de me culpar por tudo
Martirizar-me por tudo que passamos
Culpar-me por não mais ter-te ao meu lado
E lamentar ter te jurado meu amor
Mesmo sabendo que este não te interessava
Mesmo sabendo que poderia perde-lo
E agora quando vejo esta distancia
Sei que no fundo a causa foi minha escolha
Arriscar em algo que eu não podia ter
Por versos demais num só soneto
Tentar ser feliz de tamanha maneira
Que sei que não é tão simples assim
E que talvez nem me seja possível
Não a esta altura de minha vida
Sempre soube que era tudo muito bonito
Bonito demais pra ser real
Sabia que eu estava criando este amor sozinho
Eu o vi crescendo dentro de mim
E não fiz nada pra pará-lo
E agora sofro pra poder seus galhos
Pra não deixar que este amor nos destrua
Ou que destrua o que restou de nossa amizade

sábado, 26 de junho de 2010

O Dom de Terpsícore

Das artes que brilham entre as nove mudas
Este jovem poeta domina grande parte
Destaco a escrita, o drama e o canto
Mas existe uma dádiva que não me foi dada
A grande graça da sétima musa grega
O dom de Terpsícore, a rodopiante
Não me foi dado o talento de dançar
E como o invejo, caros leitores
Pois a dança é mais que simples versos
É a pura essência que me inspira
É a poesia antes mesmo de virar poesia
É a combinação de sentimentos e prazeres
Numa ligeira alquimia mundana
Que torna do corpo a pura alma
Expressa entre a musica e os passos
Entre os rodopios e os olhares sutis
Entre cada movimento coreografado
E ate em cada improviso quironomico
Não posso ser dono de todas as artes
Mas posso admirar um jovem talento
Posso descrever meu jovem Hélios
E posso às vezes ousar em meu quarto vazio
Dançar ao som de minhas musicas melódicas
Ou sapatear enquanto todo piano
Posso brincar de ser o jester da peça
Mas sempre sabendo que apenas brinco
Pois a arte plena é dos poucos que tem dom
E não possuo este de que falo
Me reata apenas fazer como sempre
Absorver os passos do artista que vislumbro
E transformar em meus eternos versos de amor...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Quero um Amigo Emo

Quero um amigo que sinta e compreenda minha dor
Que ao me ver chorando, chore junto comigo
E que sem motivos me abrace e sorria pra mim
Que a cada segundo me lembre de que é meu amigo
Quero alguém que não fale como se fosse fácil
Quero alguém que não me deixaria sozinho
Por que não gosta também da solidão
Eu quero um amigo que transborde emoções
Emoções mil que este poeta não possa descrever
Estas que possam me contagiar e motivar
A me tornar cada dia mais seu amigo
Quero poder desejar bom dia a esse alguém
E sorrindo dizer que ele é o cara mais legal do mundo
Sem medo de que as pessoas entendam errado
Por que no fundo o que importa é o amor
E não a nada mais perfeito que o amor entre amigos
E só um poeta ou alguém muito emocional podem sentir
Como é puro e sagrado este amor eterno
Por isso quero um amigo assim
Pois de poeta já me basta a mim
Quero um cara que saiba chorar quando for a hora
E que olhe pra mim e sorria se me ver feliz
E eu prometerei estar sempre lá pra apoiá-lo
Para dizer-lhe o que quiser ouvir
E pra aceitar que a vida dele também é difícil
Pois seremos amigos pra todas as horas
Eu e meu futuro amigo emo...


domingo, 20 de junho de 2010

Mil Abraços

Hoje o que eu realmente queria
E um presente que ganho pouco
Mas tão simples de presentear
Que aos poucos que eu o peço
Sempre tenho a agradecer
Queria hoje apenas um abraço seu
Seu e de todo o resto
Centenas de abraços sucessivos

Queria abraços dos meus amigos
Que nem sempre estão aqui
Mas que sempre me abraçam
E chegaram a me viciar
Nesta simples troca de afeto
Entre irmãos não irmãos

Queria abraços de meus inimigos
Dos odiados ate os professores
Dos ladrões aos traidores
Queria poder dar-lhes perdão
Dizer-lhes que tenho pena
Pedir-lhes misericórdia
E desejar-lhes sorte na vida
Mais do que eu tenho na minha
Pra que sigam seus caminhos em paz

Queria um abraço dos que não conheço
Que tanto tem a me oferecer
Que horas tem livres pra conversar
Que curiosidades tem pra eu sanar
E que pesares tem ao me olhar
E tem desejo de me indagar
E medo das minhas respostas

Porem, mas que qualquer abraço
Queria o de alguém que eu ame
E que me ame tanto quanto
E que possa me oferecer alegrias
E pequenos fragmentos de felicidade
Mesmo que sem grande valor real
E que me abraçasse sempre que desejasse
Assim como hoje desejo abraços
E não tenho a quem abraçar
Nem amigos, nem inimigos
Apenas meu travesseiro

Janelas da Alma

Dizem os velhos e os sábios populares
Que os olhos são as janelas da alma
Porem os seus olhos não são janelas
No máximo são basculantes fechados
Sua alma a mim é um livro trancado
O vejo vagando e procuro entender
Ler o que seus passos escrevem na areia
Ler o que seus olhos lêem no céu
Mas é impossível decifrar em palavras
Este código que pra mim é você
Mal sei descrever o que ele diz pra mim
Então saberia dizer o que é de fato?
Acho que nem você se conhece
Acho que ninguém te conhece
Mas juro que se tivesse chance
Seria eu ladrão ousado
Invadiria sua alma por completo
E te comoveria de amor tanto
Que não poderias suportar
Porem não cabe a mim pular janelas
Muito menos invadir almas
A um bom poeta apaixonado
Basta apenas admirar olhos distantes
Profundos, sinceros, brandos...
Cabe a mim, pobre poeta
Apenas decifrar o indecifrável
E tentar entender você...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Andando Sozinho

De minha boca saem espirais nebulosas
E de meus olhos, os meteoros congelados
Não, quem os fala não o faz como astrônomo
Nem como dragão de lagrimas encantadas
Quem vus fala é só mais um garoto qualquer
Que caminha sozinho pelo frio nevoeiro
Que caminha sobre a grama molhada de sereno
E que tenta seguir os passos que já foram dados
Por quem já passou pela mesma caminhada
E tenta não se perder na densa fumaça
O que este pobre garoto observa com pesar
É que não há mais trilhas de pagadas
Pelo menos não para onde quer chegar
E que agora não enxerga mais nada
Só vê o branco da nevoa e o verde da grama
Mas não há mais referencias de rastros
Agora terá que se guiar sozinho
Seguindo apenas seus instintos e talentos
E a voz de seus amigos que ouve de longe
Mas em plena consciência de que eles falam
Mas que jamais passaram por ali
Pois não se vê marcas na grama gélida
As únicas marcas são as deste garoto
Que agora caminha sem ver ninguém
Tentando achar trilhas onde não tem
Tentando chegar a um lugar
Que ele ainda nem pôde ver...

terça-feira, 15 de junho de 2010

O Amor e a Bruma

O amor é como a bruma dos lagos pela manha
É densa e suave ao mesmo tempo
Sublimemente passa por nossas vidas
Assim como passa pelos barcos dos pescadores
A fria superfície inerte de nossas almas segue
Tão fria e inabalada como estava durante a noite
Mas mesmo assim não mais é como era antes
Pois agora quem a vislumbra pela manhã
A vê recoberta por teste lindo veludo
Pelo doce balançar das brisas do amor
Brisas frias de paixão cortantes
E da paixão vem o tremor e o ardor
(mas estes não são do amor verdadeiro e puro)
Deixemos o calor para as tardes de verão
E conservemos em nos o frio amor do inverno
Que é a água gelada em que poucos ousam mergulhar
E eu sou um notório entre estes loucos...

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Minha atual situação...

     O pior de tudo é chegar ao fim de tudo que já passou e ver tudo que você lutou pra ter está desmoronando. Cheguei finalmente onde nunca achei que iria chegar. Foi-me reservado, entre todos os prazeres que pode ter um mortal, o de ser inteligente. Me foi privado o direito de ter amigos próximos e sinceros, de desejar algo melhor do que já tenho, de conhecer mais o mundo... Cheguei ao incrível ponto de olhar porá trás e dizer: “Será que é esta droga que eu sou?!”
     Outra coisa que me frustra é chegar aonde cheguei sem ouvir nenhuma frase de sentimento de afeto real. Sabem o que é nunca ter ouvido um “Você é lindo.”?! Eu realmente não sou pra mim, mas restava-me a esperança de ser a alguém. Jamais ouvi um “Eu te amo.”. Muito menos um “O que seria de mim sem você.”. Nossa, me bastaria um simples agradecimento despropositado e sem motivo. Mas nem isso...
     Na verdade quanto ao amor já ate absorvi a idéia. Parece que a mim foi reservado o talento de amar somente, sem nunca ser amado. Periodicamente me apaixono por alguém, fantasio senas românticas para contos, escrevo centenas de poemas... Uma hora eu me abro e tudo termina. Sempre choro as mesmas lágrimas geladíssimas, sempre demoro os mesmos meses pra me desiludir do amor. Minha alma fria já mecanizou este processo que nunca dá certo.
     Hoje só me resta ficar aqui digitando palavras na esperança que alguém que realmente se importe comigo as leia, mas seu que isso não irá ocorrer. E o fato é que eu escrevo muito melhor assim, palavras tristes e borradas por lagrimas. Mesmo que tivesse felicidades inimagináveis, estas não são fluidas o suficiente pra escorrer por meus dedos e fazer versos numa folha de papel. Resta-me passar mais muitas noites escrevendo a respeito da solidão... Do não amor... Do triste fim de minha vida gélida...

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Mais uma de minhas tolas metáforas...

       Toda vez que vejo um alguém que amo e como se fizesse um vaso de argila. Primeiro disforme e mole, e pouco a pouco eu vou o dando forma. Mas por hora não deixa de ser um vaso mole que ainda aliso e trato a fim de o dar formas belas e sublimes.  Chega uma hora que não posso mais moldar tal vaso. Esta hora é quando chega a paixão. Ai nada mais me resta a modelar. O fogo vem e erigisse a argila assim como estiver, mesmo que ainda torta e pouco pensada. Esta feito, tenho um vaso agora. Mas tal vaso assim mal modelado deve ser escondido  numa estante bem isolada, para que ninguém o note.
    Mas assim como todo artista não posso abandonar tal criação. Quanto mais o tempo passa, mas irresistível se torna dar uma pequena mão de pintura no ornamento. Primeiro um tom lilás discreto. Por que não por um vermelho. Roxo junto! Põem uma flor aqui! Um bordado dourado... Quando me vejo, estou me deparando com uma obra mais complexa do que imaginava. Estava ali já uma peça pronta pra ir à exposição.
Esta é a pior parte, onde descobrimos que nada somos. Olhamos as outras obras que já foram rejeitadas, todos os cacos de vasos largados no chão do ateliê. Não, não vale a pena fazer mais um entulho desses me expor ao ridículo de novo. Mas não é um entulho. Eu gastei um tempo bordando este vaso. Eu quero que ele seja do mundo, e o mundo o julgue como quiser! E num lapso de coragem, mesmo que for catálogos ou por jornais, eu esperançoso lanço aos olhos dos interessados este vaso.
     Logo vem a noticia da aceitação. Nada, mais uma vez falhei. Não sou bom em fazer vasos... Ninguém tem nada por meus pobres vasos, nem um sentimento se quer. Eles não são capazes de causar sensação nenhuma. Este foi só mais um vaso entre tantos que já pintei.
      Ma vejo mais uma vez como o artista fracassado que sou e sempre fui: sentado no chão de minha casa, admirando meu belo vaso quebrado. Fico tentando reencaixá-lo, colá-lo com minhas lagrimas... Tudo em vão... Fico assim, sabia? Ainda vou ficar tentando achar um encaixe pra esta historia toda por um tempo... Vou parar horas de minhas noites sem sono pra analisar meus erros nesta obra. E talvez ate tente remontá-la a partir destes cacos. Mas uma coisa é sertã: Vou demorar ate moldar um vaso com uma pintura tão bela e formas tão puras quanto foram as deste ultimo.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Desistir de amar

Sabe o que mais me intriga nesta historia toda?
Não, de forma alguma é você ou seu jeito de ser
Seu ser alegre só tem re tornado mais e mais feliz
O que me deixa de cabeça ardendo e olhos em lagrimas
Nada mais é que a minha deficiência em ser amado
Será que é algo tão difícil assim achar
Alguém que apesar dos meus defeitos possa me amar?
Ou será que é a sorte que insiste em me mostrar
Caminhos tortos que só me confundem mais
E a cada prova de amor que passo
Descubro que sou um eterno amante descontente
Cujo coração volátil se apaixona por qualquer um
E nunca acha um porto seguro

Juras de amor já fiz a tantos quanto quis
Já chorei impetuosas noites corridas por amor
Já dei febre de queimar s orbitas molhadas
Já me peguei encharcando meu velho travesseiro
Mas tudo pra que? Pra nunca encontrar um amor
Não, não falo de um amor meu não!
Falo de um amor que me ame, que me entenda
E a cada prova que faço, cada vez que me rasgo
Dilacero mais meu coração velho e fadigado
Quando achar um amor que me ame
Se é que um dia encontrarei um assim
Não terei mais amor pra lhe oferecer
Ou, com sorte, ainda terei sim um amor fraco e frio
O máximo que poderia oferecer o meu coração
Pois já estaria aos remendos depois de tantas provas
E já não mais em mim se encontrara fé
De tentar continuar a jornada que o amor pede
Me tornaria frio e odiado talvez pelo único que me ama
E em fim seria abandonado...
Jogado as traças por ser incapaz de corresponder
Um amor por mais fraco que ele seja

Não, não posso perder minha fé em mim
Não posso desistir de um dia ser amado por alguém
Mas nestas horas gélidas onde lagrimas me correm
É muito difícil olhar pra frente e seguir
E impossível continuar sozinho
Preciso o quanto antes de um apoio pra prosseguir
Mas pra minha agonia final vem o triste fado:
O único apoio do coração é um amor correspondido
E é justamente pra chegar ate ele que estou pedindo ajuda...