terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Canto dos Deuses

Lira na mão, frutas na bolsa e lá vou eu
Cantando por cada taberna da velha Gálea
Poucos galeões no bolso, uma garrafa de hidromel
E ainda assim um sorriso estampado na cara
Como o mais rico dos comerciantes do mundo
Da flauta de Pan faço proezas inimagináveis
E canto canções com encantos em cada semitom
Sons que já encantaram espíritos dos bosques
E fizeram arvores me deixarem passar por florestas
E ninfas se aproximarem das bordas para me ouvir tocar
Som que já cativou corações humanos e élficos
E de tantos magos que nem posso mais contar
Pois o dom me concedido pelos deuses é genuíno
O de soar aos mortais como a voz dos deuses
De fazer-los me amar com toques na citara
De fazê-los se destruírem com o tom do carnix
E conduzir suas almas rumo ao banquete de Odin
Quando guiado por seus corvos, toco minha ocarina
E ao longe Fenris me acompanha com seu forte uivar
Com meu canto levo meu fado de seguir sem rumo
Destino que as Nornas me deram e não pude questionar
Porem o amor a minha musica também está em mim
E por isso sigo as estradas, errante, solitário
Marchando apenas acompanhado da minha canção

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Criação Divina

     Se é verdade que Deus criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo, isso eu não sei, e nem vim discutir a veracidade disso, mas um fato deve ser ressaltado: O Criador teve um lapso e tanto de criatividade, seja lá quem ele for. Fez um mundo tão complexo que funciona praticamente sozinho, segundo suas ordens e preceitos mirabolantes que até hoje ninguém entende direito. 
     Agora mais uma vez não querendo me comparar a Deus, mas já o fazendo: É assim que me sinto em relação a algumas de minhas criações. Peguemos por exemplo “Chardon”. Sem duvida um de meus textos românticos que mais amo. Ele tem uma trama que julgo maravilhosa, mesmo sendo tão simples. A muito tenho tentado ultrapassar este limite, este nível, mas dês de então acho que nunca escrevi um texto tão maravilhosamente romântico como aquele.
     Um que me foi um presente um tanto quanto estranho foi “O Vinho Escarlate”. Pra quem não chegou a ler, foi o meu texto erótico mais “apimentado”. Alguns bateram palmas, outros tiveram desmaios, quedas de pressão e até teve uma amiga que vomitou! Eu particularmente adorei ter o escrito, tirou um peso enorme das minhas costas! Eu estava a tempos interessado em ousar escrever algo tão livre de pudores e receios, e consegui. Depois de um tempo tirei este conto do ar, mas caso alguém queira ler, tenho todos os meus textos aqui muito bem guardados.
     Outras que eu não posso deixar de citar são minhas series românticas inspiradas em grandes paixões: “A fagulha Breve de uma Esmeralda”, “Um Doce Amigo”, “O Garoto Copia” e recentemente estou trabalhando em “Mon Petit Chat Noir”, que tem alguns poemas inteiramente em francês.
     “Mon Petit Chat Noir” tem me dado um trabalho em particular, pois é difícil escrever estando tão feliz. Meus amigos de profissão sabem que escrever de magoas e de sentimentos não recíprocos é muito fácil. Porem quando um poeta sente que alguém gosta dele, parece que a felicidade nos tira o estimulo criativo. Ficamos como Deus: Seis dias de criação, e agora que já temos uma obra, admiramos cada detalhe dela, a fim de poder ver se achamos algo que nos motive a criar de novo. Porem acho que novos textos tão bons assim, talvez apenas por milagre...

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Quem és tu?

Quem és tu, jovem e estranho peregrino
Para invadir minha vida assim tão de repente
E destorcer um mundo tão lógico e solido
Quais dons secretos esconde com sigo
Quais formas esconde sub a pelagem negra
Quais dos meus medos estão por traz de ti
Quem o mandou até mim, e o porquê
Quais dos males do mundo vens trazer
Pois o bem que me fazes deve ser proposital
E um plano maligno arquitetas por traz
Pra fazer ruir o mais resistente dos impérios:
A mente deste poeta que aqui escreve

Quais feitiços esta preparando, cavalheiro
De quão sortidos eles podem ser
Feitiços que seduziriam a mais solida estatua
Feitiços que poriam para dormir o próprio Sol
E que transformariam em pedra os rios
Cantarias cantos místicos quando perto de mim
Talvez para que eu perdesse meus poderes
Afim de tornar um mago experiente como eu
Apenas uma doce criança em seu colo

Quão forte será que és, nobre companheiro
Será que lutas esgrima ou és hábil com as mãos
Desatas nos em questão de instantes
E outros tantos faz ao meu redor sem que eu note
Será que foste treinado entre os assassinos do deserto
E pretendes me matar na calada da noite bruna
Será que tens pratica em preparar armadilhas
Será que sabes onde eu vou estar a cada instante
E já preparaste uma armadilha a me esperar

Quão talentoso és, amigo amante
Será que seus doces tem gosto de ambrosia
Será que teus vinhos tem gosto de estrelas
Pois de certo estes gostos devem ser passageiros
Os pratos que prepara devem ter toda sorte de veneno
E poções capazes de matar toda uma vila
Ou ainda de tornar qualquer um louco por ti
Capaz de transformar um lobo errante como eu
Em mais um membro da alcatéia que lideras

Quais verdades não me disseram ainda, viajante
Quais fatos terei que arrancar de sua mente
Quais destinos tua mão ainda não me contou
Por quantos terei que passar pra descobrir
Para poder ver por trais de teus profundos olhos
O segredo guardado por traz destas pedras de âmbar
Uma obscura verdade que talvez seja simples
Mas que sei que escondes a qualquer custo

Será que me persegues inventor das alegrias
Será que te ofendo com estes versos
Versos modestos de alguém que reluta
Reluta em não se tornar chato em enfadonho
Mas no fundo da alma deste escritor
Fica findado o texto com apenas uma reticência
Onde gostaria de escrever seu nome
E mais uma bela declaração de amor

Se fazer tudo isso que disse de ti, sonho dos apaixonados
Espero que não pretendas matar-me futuramente
Por que bebi do veneno que és tu já faz bom tempo
E agora em meu sangue flui o fado cruel, mas necessário
A dor de um amante contido, cativo e encoberto
Mas que deseja gritar pra que todos no mundo ouçam...

sábado, 18 de dezembro de 2010

Heterogêneo

     Às vezes eu me pego em lapsos de ignorância, crendo em “não verdades” absurdas. Talvez a principal delas seja pensar que todos têm as mesmas facilidades e dificuldades que eu. É bem difícil entender como as pessoas agem as vezes, e eu torno isso bem mais impossível quando tento explicar usando a minha maneira de pensar. Existem pessoas que são formadas para “entender” as mentes alheias, e mesmo assim são alvo de deboches com suas metódica analises de um ser tão complexo.
     Muitas vezes acabo por me iludir com certezas de reciprocidades. Posso estar mais uma vez me iludindo achando que todos são iguais, porem sou presunçoso ao ponto de dizer que quase todos já fizeram isso.  Quando odiamos alguém, achamos que esta pessoas nos odeia reciprocamente. Quando amamos, a mesma coisa. Porem, principalmente com o amor, a reciprocidade é praticamente um mito! É tão fácil de encontrar quanto uma pedra de âmbar caída em meio a um mar de pedregulhos multicoloridos sem valor. Quando sentimos algo em relação a alguém é como ser olhássemos um quadro impressionista: Cada um veria o que quisesse, segundo suas subjetividades e anciãs secretas. Mas sempre existe a chance de termos um colega de contemplação, porem pode ser que este prefira apenas mentir, dizendo que viu uma simples faísca onde na verdade ambos tenham visto uma floresta em chamas.
     Outro de meus erros comuns é achar que todos são tão criativos e curiosos quanto eu. Me dói saber que uma pessoa quer uma informação, porem seu orgulho a impeça de fazer uma simples pergunta. Adoro responder perguntas, porem as melhores são as que vem acompanhadas de sede de resposta, sede esta que muito tenho. Mas na maioria das pessoas o que existe e apenas um desejo de continuar vivendo com as mesmas informações de sempre, o mesmo mundo fixista.
     Também costumo a pensar que todos sabem lidar com o não assim como eu lido. Tenho esta facilidade não por estudos longos de ioga ou de meditações e mantras, sei lidar com os não’s por que muito os ouvi. Os não’s são meus companheiros de estrada desde que nasci. Se ganho não pra uma coisa que queria, procuro outra pra querer. Se recebo um não para um plano, passo para o B. Talvez o não mais difícil seja o do amor, porem já levei tantos que sei algumas coisas que ajudam muito. Amor não some, não se esquece, mas pode ser “mutado” em algum sentimento qualquer, seja ele bom ou ruim. Meus amores nunca se tornaram sentimentos ruins mesmo depois dos piores nãos.
     Muitas outras coisas ainda eu poderia expor referentes a este meu defeito, porem esta minha ânsia de contar tudo de uma só vez também é um defeito. Deixar parte da historia para ser contada no pé da orelha de alguém é uma boa escolha. Porem seria uma ilusão crer que todos se interessariam nestes detalhes da mente humana assim como eu me interesso

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Pensamentos

     Para os que acompanham de perto a novela que é minha vida, devem saber que este fim de ano tem sido muito intenso para mim. O mundo tem me preparado uma serie de cenas que juro pra vocês que eu achava que não estavam no meu script. Tenho me empenhado para manter minha cabeça no lugar, mas tem sido difícil...
     Hoje, uma pancada muito grande veio me tirar de orbita. Não sei como será de agora em diante, visto que querendo ou não isso que ocorre afeta em todos os parâmetros a minha vida. Mas uma coisa eu sei: Tive muitas coisas boas das quais minha mente não vai se esquecer! E talvez elas sejam o que tem me mantido estável mesmo depois da pancada a que me referi acima.
     Visto que esta é a minha vida, e eu sei muito bem que decepções fazem parte dela, o jeito é tentar dar a volta por cima, catar os cacos que poderem ser reaproveitados e seguir em frente! Cacos não, desta vez tenho verdadeiras jóias para me acompanhar em minha caminhada.
     Estou escrevendo abaixo, para fechar essa postagem, algumas idéias que tive recentemente. São um grande emaranhado de frases que tenho feito, mas que não consigo encaixar em textos compostos do jeito que gostaria, mesmo assim não seria prudente impedir que elas se tornassem publicas:


“Ultimamente troquei os pesadelos por sonhos, os medos por duvida, os desejos por fatos e a solidão por saudade.”

“Sei que mesmo sendo um cara comum, sou simplesmente incompreensível pra qualquer psiquiatra. Eu poderia até o deixar louco, se assim o quisesse. Mas prefiro fingir que sou apenas estranho...”

“O primeiro de qualquer coisa marca muito. Mas você é que escolhe se as cicatrizes serão deformações ou apenas um charme...”

“Sou incrivelmente chato, mas sei que posso ser mais que já sou, e isso meio que me conforto, sabem.”

“Querer é o sinônimo de ter quase possibilidade remota de conseguir, é sinônimo de não ter... Querer é a maneira que achamos de tocar o intangível...”


     Agora, frases de outras pessoas que tem me ajudado muito, e que não param de ecoar em minha cabeça:


"Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim o único no mundo. E eu serei para ti única no mundo..." (Le Petit Prince - Antoine de Saint-Exupéry)

“Então... Sua mãe vai brigar com você, né?” (Mon Petit Chat Noir)

“Procure um lugar pra ficar sozinho e pensar...” (minha xícara de chá)

“O que os sacerdotes não sabem, com o seu Deus Uno e sua Verdade Única, é que não existe história totalmente verdadeira.” (Morgana, a fada, em As Brumas de Avalo

“Que eu tenha hoje e a cada dia, A força dos Céus, A luz do Sol, O resplendor do Fogo, O brilho da Lua, A presteza do Vento, A profundidade do Mar, A estabilidade da Terra, A firmeza da Rocha. Que assim seja! E assim se faça!” (Oração Pagã)

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Desafio

Meu atual desafio é descrever em versos
Um sentimento mais que normal pra muitas pessoas
Mas que me acometeu de repente estes dias
Me tocou e me motivou a ser feliz de novo
Desta vez com muito mais força e vontade
Por que agora fatos colorem minha imaginação
Que até pouco fantasiava em descrições romancistas
(E no mundo real as coisas são melhores que em romances)

Sentimentos não podem ser escritos com tinta
Eles são escritos com fatos e sangue
Com suor, fôlego e com cada arrepio mínimo
Eles são fáceis de descrever ao se dar a mão
Ao olhar nos olhos ou sentir o cheiro de alguém
Mas o meu oficio me pedi pra que eu os descreva
Pra que eu os faça tangíveis em versos
Porem minha incompetência também fala alto
Um poeta não pode fazer o que não sabe
Sentimentos descrevo sim, mas não este
Este fica para o jovem que chamei de gato
E ainda de ágata, e em outrora de “pequeno amigo”
Ele pode ler estas paginas cheias de entrelinhas
Sem que eu me dê o trabalho de escrevê-las...

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Espaço Vetorial

Vivo em um espaço vetorial
E não faço aqui comparações
Minha vida é um conjunto maluco
Cuja real função ainda não sei
Nem se a mesma é injetora
Muito menos sobrejetora
Sei que minha vira comuta
Tanto na soma quanto no produto
Apesar de produtos serem poucos
E os que acontecem são pequenos
Por escalares menores que 1
Resolvo meus problemas
De uma maneira vetorial
Pois é muito complexo pra mim
Lidar com grandezas sem definição
E algo aqui está muito errado
É um espaço maluco sem explicação
Não dá pra calcular a cardinalidade
Não encontro se quer a dimensão
Já tentei achar a base canônica
Mas aqui não a cada como o convencional
Neste emaranhado de vetores
Apontando para todos os sentidos
Talvez seja muito curioso
E igualmente difícil
Encontrar um outro conjunto
Com que se possa fazer bijeção!

domingo, 5 de dezembro de 2010

Noite Rastejante

A noite se estendia por horas rastejantes
Do palco todo é escuro e nada se acha
E a alma que me abita me tira de mim
Personagem não sente, apenas existe
Mas é do fundo da multidão oca
Que se procura o que não vamos achar
É lá que ouço a voz mesmo sem ela estar ali
É de lá que olho a porta cada vez que ela range
“Não, ele não está aqui, pare de ouvir coisas
Concentre-se nos seus amigos...”
Eles não são mais amigos meus
Agora são apenas olhos de pena no escuro
Eles me diminuem com seus pesares
Sufocam-me com abraços vão
E me dão conselhos que não quero seguir
Sem paciência nem pros que amo, fujo
No tumulto ninguém nota a minha falta
Deito-me no concreto duro e olho o céu
Nuvens róseas me cercam como um manto
O vento forte joga longe as lagrimas que choro
E rapidamente as nuvens choram junto a mim
Molhando a roupa branca já imunda
Onze batidas e a porta não se abre
O silencio impetuoso rasga meu peito
E neste momento a culpa me vem
Palavras poucas que posso ter dito
E o ferido de algum modo que não sei
Ando sozinho na rua deserta do sétimo dia
Nem a lua me acompanha... Sozinho...
Acompanha-me uma barra de chocolate
Mas não planejava comê-la toda
Comeria apenas metade, e daria o resto
Sendo assim ela fica pra depois
Não posso mais pensar por mim
Não mais me defendo de pesos na alma
Apenas paços vazios de um zumbi
Minha voz roca de um sapo
E meu lamento mortal de quem quis
Fazer alguém feliz mesmo sem poder...

domingo, 28 de novembro de 2010

Oráculo


    Responder perguntas sempre me foi um dom. Sempre pedi perguntas, sempre procurei perguntas... Sempre as destrinchei como quem lê e re-lê as paginas de seu romance favorito. Procurava as respostas para as perguntas mais estranhas e elas sempre vinham a mim sem exitar. É como se meus livros se remexessem e cuidassem para que fossem abertos na pagina certa. Este dom me foi dado pelo tempo, que me doutrinou a tirar as duvidas dos que as tem, e assim achar em mim mesmo verdades que eu nem sabia que não conhecia.
     Meus velhos amigos sabem o quanto gosto de responder suas vans curiosidades a respeito da minha vida. Adoro despertar o interesse de uma pessoa. Geralmente sou perguntado quanto a reis, rainhas, impérios... Quando me perguntam de mim é como se uma voz endógena me dissesse: “Ele poderia estar te perguntando de Cesar, de Apolo, de Einstein. Trate de tirar todas as duvidas desta pessoa que te acha mais importante que todo o resto!” Nesta hora eu fico mais folgado, pois sou o único livro que preciso ler para responder as perguntas e a verdade é só o que precisa ser dito.  Felizmente caminho ao lado da verdade a um bom tempo.
     Porem, a mim foi tirado o dom de fazer perguntas. Talvez não algumas como “Qual o parâmetro que será usado no experimento?” ou ainda “E se em vez de R³ usássemos um espaço vetorial genérico?”. Mas convenhamos, estas perguntas não são as mais interessantes. O mais interessante na vida não é o Nobel e sim o amor, a felicidade, o prato do almoço, a hora de levantar... A vida não é feita de grandes eitos, mas de pequenas ações somadas. Cada uma mais importante que a outra, mais verdadeira que a outra. Cada uma merece uma pergunta e uma resposta.
     Respostas tenho dado há muito tempo, perguntas sei que não são meu forte. Também não sei dar respostas a perguntas que ainda não foram feitas. Sei que poderia dizer uma resposta qualquer antes, algo apenas trivial, mas não me contendo com respostas vans. Gosto de poder falar com franqueza,m de maneira aberta e franca, mas nada posso fazer sem antes uma pergunta que me faça falar. Mímicos não fazem perguntas para os que não falam por gestos, mas como falo por eles também, estou apto a responder qualquer pergunta, seja dita por quem for.
     Agora espero meu oráculo reverso, para que iluminar com sua função antagônica a dos oráculos normais: Em vez de uma resposta preciosa, uma pergunta que mudara minha vida.

“Se ele disser que me ama, direi que é recíproco. Caso contrario, direi que não o é...”
(Alastus, refletindo olhando uma pedra de âmbar)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O Garoto e A Rosa

     Era uma vez um menino que sonhava com uma rosa. Mas não era uma destas rosas de jardins normais. Muito menos era alguma garota que tivesse este nome, pois garotas não eram o forte deste menino. A rosa com que ele sonhava era um presente simples, vindo do fundo do coração. Este menino sonhava com o dia que alguém Le daria uma rosa...
     Alguns de vocês, meus leitores, poderiam se perguntar: “Que coisa estranha? Só uma rosa?” Mas pra ele não seria só uma rosa, seria “A Rosa”! Ele já tinha pensado muitas vezes em tulipas, margaridas, cardos (que eram suas flores preferidas)... Mas nenhuma tinha o brilho, a elegância, a caoticidade, a complexidade... A rosa era única...
     O garoto também pensava na cor da sua rosa... Os populares diziam: “Rosa para uma amiga, branca para uma pessoa que você respeita, vermelha para uma paixão...” No fim o menino não se importava com a cor. Seja a rosa vermelha, amarela ou anil, ele vai a adorar do mesmo jeito. Vai tirar uma pétala em especial e por dentro de um livro que use muito. Vai chegar em casa e por num vaso no meio da sala, sozinha. E todos perguntarão “De quem é esta rosa?”. E o garota ira apenas abrir um largo sorriso.
     Certa vez ele fez um juramento com alguns amigos, onde todos pediram coisas relativamente impossíveis. Este simples e ingênuo menino pediu apenas uma rosa. Ele saiu pelo mundo a procura dos presentes que seus amigos pediram: Livros, panetones, algodões doces... Cada item recolhido era um amigo feliz... Meses se passaram desde que ele coletou todos os itens que seus amigos pediram, e até hoje nada de ganhar a sua tão desejada rosa...
     Toda noite este garoto pensa quando vai ser o dia em que vai ganhar a tal flor, pensa em quem o dará este presente... Será um amigo?  Será que vem de longe? Será que a rosa é rara? Será que tem bilhete? Ele só não tem duvidas que de qualquer forma será um dia maravilhoso! E que a pessoa que o der a rosa, seja quem for, vai ganhar o melhor abraço do mundo: O abraço de um de alguém feliz.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Eminência

Eu poderia ter me privado deste amor desenfreado
Ter parado este sentimento antes que crescesse
Porem, a espera fez com que ele tomasse forma
E não pude resistir a sentir esta força de novo
O prazer de pensar em alguém todo o tempo
Mas nisso esqueci-me de um fato relevante
Dos erros que já cometi por agir desta forma
Do histórico enorme de quase romances acabados
E da eminência de uma fatalidade que eu criei
Posso ter cavado minha cova outra vez
Posso estar arriscando mais messes de tristeza e dor
Mas não tem como tentar mudar tudo
Recolocar a terra no lugar está fora de cogitação
Agora é me enterrar ate o pescoço e esperar a maré subir
Ver se alguém vai me salvar ou se a historia se repetirá
Torcer para que o rapaz a quem devoto alegrias
Também se alegre em estar junto de mim
Escolhi por ser feliz na espera e esqueci...
Esqueci que a toda espera corresponde um fim
Ou o fim do achado, da alegria da Gloria do Herói
Ou a morte... O frio... A solidão...

domingo, 21 de novembro de 2010

Me ajude...

sábado, 20 de novembro de 2010

O que é melhor?

     Quem é melhor? O que avança ou o que espera? O que joga ou o que nem se quer tenta. Sempre fui dos que esperam. Os que esperam são os tidos como passivos, amenos... Na verdade eles são pessoas que querem ser amadas, pois já amaram muito sem que ninguém as amasse. Eu sou assim... E espero ainda, muito menos do que outrora, mas espero. Acho que a espera em si é boa, ela enobrece o sentimento, o aumenta, o eleva... Pouco a pouco vemos os sentimentos tomando dimensões inimagináveis...
     Todos têm sonhos, mas acho que todos nos que assim como eu ficam esperando o cara perfeito, todos nos no fundo temos o mesmo sonho: O cara vem, põem a mão no nosso rosto e diz que nos ama, sem mesmo termos nos declarado para ele antes. Não importa se o rapaz sabe um trecho de Shakespeare ou se comunica por libras! O importante é o sentimento... Às vezes nem seriam necessárias palavras, um simples olhar, um beijo cândido talvez...  O simples ser amado já é um sonho por si só...
     Em fim, o que é melhor? Sonhar ou ir à guerra? Ser dos que esperam ou dos que avançam sem pensar duas vezes? Eu sou dos que esperam... Sempre fui... E acho que sempre serei também... Mudar minha essência não é a coisa mais fácil do mundo, ainda mais com uma característica que é tão forte em mim. Mas não posso te forçar a escolher o mesmo que eu. Cada um com seu caminho, com sua responsabilidade, com o que prefere chamar de verdade.
     Responda pra si mesmo: O que é “Melhor”?

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Enrijecimento

       Algumas vezes na nossa vida encontramos alguém que sabemos que vai durar pra sempre. Porem ‘sempre’ é uma medida temporal muito incerta, assim como o horizonte é para as distancias. O sempre pode durar só mais uma noite assim como o horizonte geralmente está a menos de dez quilômetros. O fato é que neste momento o pra sempre que acreditamos é até o dia de nossa morte, ou até quando as estrelas virarem pó.
      Aí o que há para se fazer? Procuramos estar com esta pessoa e aproveitar cada segundo deste incerto “para sempre”. Mas estar perto depende de dois, e não só de um. Estar perto pode ser mais difícil que fazer o para sempre se alongar. E o perto é outra destas métricas confusas. Japão e china estão perto um do outro, mas para dois amantes, esta distancia definitivamente não pode ser chamada de “perto”. “Perto” é para os apaixonados uma questão de meros centímetros. O problema pode vir no fato de o seu perto ser perto demais para quem você ama... 
       A parte mais vivida do amor nem é a proximidade, e sim a partilha. Quando nos apaixonamos pegamos tudo de nossa vida e juntamos a vida daquela pessoa amada. Se a pessoa também o ama, ela gentilmente divide com você o fardo que pode ser carregar tanta coisa. Mas já se você deu o azar de se apaixonar por alguém que não te ama, o fardo será só seu.  Terá que prosseguir carregando seu fardo e o da pessoa amada, ate que não a ame mais e possa deixar o peso referente a ela pra traz.
       Os fardos podem ser encarados como castigos para os corações aventureiros, porem são eles que fazem, de um coração mole que se apaixona facilmente, um coração rígido que consegue ser feliz sozinho. E sozinho o coração de pedra se vê confortável em não mais amar como amava. Por mais que a sua racionalidade te faça acreditar que você precisa se apaixonar novamente, seu coração se contraiu e enrijeceu, assim como o magma outrora maleável e incandescente. Por mais que veja garotos que são absolutamente ideais, não se apaixona mais... Apenas perdeu o dom de amar. O que era vivo regrediu à matéria bruta...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Eu me amo assim...

     Este estilo de vida te faz feliz a maior parte do tempo, o meu me dá raros momentos de felicidade... Mas quando eu fico feliz, é algo que me marca. Eu sinto minhas emoções, eu as degusto com prazer!
     Você nunca olhará alguém como eu olho, não se pensar assim pra sempre. Nunca terá o prazer de olhar para a cara de alguém e pensar que quer morrer beijando aquela pessoa, olhando na cara dela toda manha, dividindo consigo os problemas dela.
     Eu acho meu jeito de ser mais real, mais perfeito, mais sublime e fico feliz de ser assim! Será que algum dia você será tão satisfeito quanto eu sou? De ver-se bem até em dias como hoje, onde estou carente e sem ninguém pra me consolar? Pois eu me amo assim e não me mudaria...

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Reclamo a Posse

Só um idiota não reclama pelo que acha que merece
Reclamo a posse das palavras de amor que jamais ouvi
Reclamo por nunca ter visto alguém me amar de verdade
Por que se é direito ou dever eu não sei, mas é lógico
Que na vida todos possam ser amados ao menos uma vez
Reclamo pelos presentes prometidos que nunca ganhei
Pela rosa que até hoje deve estar me esperando por ai
Pelos beijos e abraços de amigos que nunca mais vi
Pelos objetos que tive que consegui por conta própria
Reclamo pelo que não tenho mais de certo devia ter
Pelo que todos concordam e dizem que sou merecedor
Reclamo por não ser um terço do que eu poderia ser
Reclamo por passar todas as minhas noites sozinho
Reclamo a posse dos meus tesouros que não são meus
Das coisas minhas que ainda não me foram dadas
Reclamo pelos amigos maravilhosos que não conheci
E pelo belíssimo conto de amor que não escrevi
E palas cartas de pessoas distantes que ainda não recebi
Pelo mérito de meus feitos que não são reconhecidos

Só um idiota reclama o que não é seu por direito
Mas sempre que algo não era meu, o cedi de bom grado
Mas será que eu também não posso ter nada meu?
A posse do pouco que tenho nunca me foi suficiente
E o direito cósmico de ter mais que isso me favorece
Mas mesmo assim o infortúnio me cerca a cada dia
E me priva das coisas que eu deveria ter...

Só um idiota reclama pelo que já esta em sua posse
Porem um idiota maior ainda abre a mão do que é seu
E cede por notar que o direito do outro é maior
Sou um exemplo pratico desta idiotice sem tamanho
Por incontáveis vezes larguei coisas que deveriam ser minhas
Por achar que os outros tinham mais direito que eu
E que aquilo outrora era meu, mas não o é mais
Restou-me por hora o fruto de meu fado estéril
Seguir ate que uma de minhas posses de direito me sorria
E ninguém a mereça mais que eu mesmo
Pra que em fim eu tente ser feliz...

domingo, 10 de outubro de 2010

Sobre Meus Versos

       Versos de amor não mudam vidas, eles apenas exteriorizam algo que dói no nosso intimo e que nos faria sofrer se não os escrevêssemos. Eles foram a marca de cada amor que tive, foram o que meus amantes me deixaram... Não tenho beijos dos quais lembrar, não tenho dias felizes para recordar... Não tenho juras de amor pra poder ouvi-las ecoar em minha mente... O que ecoa é só silencio, que expande e torna mais cinza ainda meus dias de primavera...
       Versos são obras de um intimo insaciado, carente e dependente de atenção... Fruto do desespero desta alma errante... Não so no sentido de varar ao leu por ai, mas também no sentido de errar repetidas vezes a procura de um amor que não existe. A procura de alguém que o me mereça... Existem muitos que me merecem, porem será que mereço alguém? Uma alma já tão desbastada e triste... Será que poderia fazer alguém feliz? Não sei nem se ainda sou capaz de ser feliz...
       Estes dias estão cada vez mais sombrios. Até os amores que eu invejava estão ruindo. Tenho visto meus amigos sofrerem por amor. Por amores difíceis, por amores acabados, por amores mal correspondidos... Talvez seja uma cruz de quem tem um coração capaz de amar de verdade. Talvez o sofrer seja mais um dos sintomas do amar. Porem, aos poucos ainda restam memórias felizes para recordar... De tempos onde o amor mostrou sua face mais alegre e sorriu para dois amantes. O que dizer para alguém a quem o amor nunca sorriu? O que dizer a um amargurado que passa os sábado deitado no seu quarto na esperança de dormir e despertar no dia seguinte sem a dor que sente todas as noites...
       Se o amor sorri as vezes ele esqueceu que também deveria sorrir pra mim... Ou talvez a dor seja para me fazer perceber que não sei mais o que é o amor... Mas minha alma fica aqui, parada, na esperança eterna. Muitos me achariam louco, mas acho que no fundo eu sou feliz. Tenho a chance de recomeçar do zero a cada vez que me dizem não... Tenho a difícil tarefa de uma fênix, agüentar a dor das chamas da morte e depois me reerguer pra começar de novo. Tenho a difícil tarefa de crer que a vida pode ser roxa, mesmo em dias cinzas... Tenho que ter esperança em mim... Mas será que ainda tenho alguma esperança? Será que ainda arde em mim uma chama capaz de amar com a mesma intensidade com que já amei? Que o tempo me dê a resposta...

terça-feira, 5 de outubro de 2010

O Eco das Eras

Deixai que as eras contem seus fatos
Deixai que a voz do tempo crie a história
E que os ecos dos mortais a carreguem por gerações
Que transportem o mito na voz das anciãs
Que carreguem a magia nos feitiços dos druidas
Que transmitam a mensagem por gerações
E que ela esteja incrustada nos corações
Assim como um velho carvalho nos seios de Gaia
Que as desventuras ecoem para os fascinados
E que a fé se grave em vitrais de catedrais
Mas que a historia nunca se perca
E que as eras tenham verdades a dizer
Ate pros que delas fogem
Ate para os tolos que temam a certa morte
Dádiva do tempo que nos torna mitos

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Mais um fim

Mais uma vez vejo meu mundo cinza de sempre
Já estou começando a me acostumar com esta vida
Com este meu vai e vem de paixões finitas
Com esta minha rotina entre cinza e colorido
Mas desta vez não sei o que tenho
Não derramei uma lagrima de quer...
Mesmo tendo sido o fim mais brusco que já vivi
Mesmo sendo um das maiores dores instantâneas
Mas foram dois minutos de dor e perda
Depois alguns instantes de ciúmes
Depois algum período sutil de questionamentos
Pra no fim pairar sobre um mar de mesmice
E de sertã foram feliz por ver a pessoa amada
Junto de outra pessoa que amo também
Já passei por decepções muito piores
Já me sanei de dores bem piores
Mas desta vez a cura foi tão breve...
O que será que se passa comigo?
Acho que deveria ter chorado na hora
Quando eu, por ego, não o fiz
Pois não quis fazê-lo no meio de todos
Agora, por mais que tente...
Mais um longo período sem lagrimas...
Pelo menos a pessoa que amava conseguiu
Obteve algo que eu nunca poderia o dar
Felicidade, simples e sutil como só ela é...
Torço que você seja feliz, Garoto Cópia

E eu? Retorno à meu mundo cinza
Que já foi colorido por esmeraldas desaparecidas
Que já foi adoçado por sobremesas deliciosas
Que já foi movido por pele trigueira e exata
E agora a pouco era alegre por uma cópia
Uma copia ideal de alguém de carne e osso
Mas que não mais colore meu mundo
Pois agora colore o mundo de outra pessoa...
Fico aqui, no meu mundo cinza
A espera do autor da próxima aquarela...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Meu Narciso

Minhas lágrimas distorcem seu rosto
E me impedem de te decifrar
Mesmo só te vendo de olhos abertos
Não consigo através deles olhar
E quando tento tocar sua face
Vejo você se aproximando também
Mas sua imagem desaparece...
É como amar uma pintura
Amar um auto-retrato animado
Quero beijar os lábios de um amor
Imerso em um lago espelhado
É como tentar salvar um príncipe
De uma prisão de cristal gelado...
Talvez possa te ter ao me imergir
Pois tenho sua imagem como companheira
Durante um mergulho nos meus sonhos
Mas entre sua imagem na minha mente
Prefiro ver você no meu dia a dia
Mesmo que seja só a sua imagem...
Sigo nesta tortura incessante
De abraçar e dar a mão ao cristal
À esta rocha enorme que nos separa
De seus olhos misteriosos
E tentar digerir a idéia fatal
De que não tenho forçar para romper este muro
Principalmente tentando rompê-lo sozinho...
Pense, meu Narciso, e escolha
A pedra funda mental da minha prisão
Está diante de seus olhos...

sábado, 25 de setembro de 2010

Un Garçon dans ma Vie

J'ai trouvé le gars parfait
Toute personne rêve de trouver
Une fois dans un tout tout est parfait
Les autres jours, non pas tant
Il suffit donc de se souvenir des jours heureux
Marche sans parapluie
La nuit je me suis endormi à côté d'il
Mais les souvenirs ne me rend pas heureux
Ne c'est pas la que je voulais
Je voulais un baiser sous la tempête
Je voulais être son compagnon pour la vie

Mais pour mon malheur éternel
Si vous ne me faites pas jamais une question
Je n'ai jamais eu le courage de parler
Tu est trop parfait
Même dans ses défauts
Tu est la personne me ferait plaisir
Mais tu ne mérite pas quelqu'un comme moi

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

7º Selo: Não Posso Te Tocar

     Lembro de como era bom no começo: Eu era bobo e nem chegava perto de você. Por mais que se sofra com o amor mal correspondido, ele nos emociona e nos da esperanças de um amanhã dos sonhos. Mas o passado é como uma melodia contida numa caixa de musica, ele não vive, ele abita no nosso interior adormecido e só faz algum sentido cogitá-lo, quando lembramos que ele existiu. Este passado belo de cristal em que eu vivia já se partiu...
     Tudo começou com as declarações indiretas de amor. Sim, no começo nem era amor, era uma atração, um interesse, um conjunto de características em comum... Esta é a melhor época de qualquer amor, pois depende apenas de um para existir. No meu caso, este amor lindo durou ate muito... O sustentei por meses...
     Depois vem a fase mais triste de aturar, a fase onde abrimos o jogo. Nesta época perdemos horas falando para o teto palavras de amor, a fim de um dia ao lado da pessoa amada poder ter coragem de dizer a verdade. Doce ilusão... A coragem nunca chega! Ela é esgueira e foge quando mais precisamos dela. Quando passei por esta faze mal tive esta coragem... Mas tive uma resposta...
     A resposta: “Sim, eu te amo”. Tolinho, você me conhece mesmo? Se acreditou que a resposta foi esta provou que me conhece muito pouco. A resposta negativa é só uma confirmação do preceito obvio. Pior que um não é só um contra argumento, um detalhe, uma barreira. Algo que pareça simples mais que impossibilite tudo entre os amantes. Eu passei por isso...
     Agora passo por uma nova fase que superou todos os meus conceitos de dor: Verte triste e não poder ajudar... Querer te abraçar sabendo que tens medo de mim, do que eu sou, do que eu represento... E tem horas que não sei se a dor que sofres é por minha culpa, o que aumenta mais ainda a dor que sinto... Queria poder te abraças, dar um beijo em sua testa e te dizer: “Eu estou aqui...” Mas sei que não posso... Como posso te tocar sem motivo algum, sem que pense que estou passando dos limites? Que estou tentando forçar algo que não vai acontecer...
     Outras horas ainda penso se não se entristeceu com esta minha tristeza... Será que o simples fato de eu estar triste pela sua tristeza te deixa mais triste? Será que se importa comigo assim como eu me importo com você? Será que seria capaz de amar alguém que nunca vai te amar igual? Eu sou...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

6º Selo: Feliz Aniversário!

Todo ano os mesmos sorrisos
Todos me abraçam e beijam
Alguns poucos me mandam presente
Muitos me mandam mensagens
E o sol se põem do outro lado do mundo
Nada mudou alem de um numero
Mas que ria que fosse diferente...

Me dê um presente este ano
Que fassa este aniversario especial?
Que tal uma pergunta brilhante?
 Quem sabe um almoço comigo?
Quem sabe um abraço diferente
Quem sabe já não passe da hora
De me dizer algo que está ai guardado
Aproveite este dia especial
Me dê a sua verdade de presente
Suas palavras de embrulho
Te poupo ate o trabalho do cartão

Ou que tal simplesmente me dar folga?
Se não gosta de mim, me de trégua
Se gosta de mim, me de carinho
Agora se simplesmente simpatizar...
Que tal uma mensagem???
Ela não faz mal a ninguém
Muito menos a mim

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

5º Selo: Emersão


     O sono se expande como um nevoeiro, que esgueiro entra pelas frestas de nosso consciente o completando com o que podemos chamar de sonho. É Como se os sonhos fossem uma pedra lançada num lago, e suas catástrofes fossem as turbulências geradas por esta pedra. Por sorte, nosso subconsciente nos prove de duas defesas: A primeira é o simples fato de nos nunca morrermos em nossos sonhos e de que na manhã seguinte teremos o prazer de acordar e bastara uma leve esfregada de mão na nuca para que tudo suma da nossa memória.
     Esta historia fala de um homem que teve um destes dons roubado. Talvez por ironia divina, para os que crêem em Deus, ou talvez por acaso, para os adeptos da sorte, este homem teve uma chance que nenhum ser humano que se tem noticia teve. 
     Sr. R. acordou pela manha. Casa limpa e arrumada? Pelo visto sua mulher resolveu acordar mais sedo... Antes de escovar os dentes ele olha para do relógio de cabeceira: “6:30 / Sunday” Mais uma surpresa. Domingo? Ele jurava que ontem tinha sido terça... Mas seguiu sem questionar, pois ninguém reclama de um bom domingo. Da cozinha vinha um cheiro ótimo, que parecia ser de pão recém assado, macio e quente. Tiro e queda: na cozinha sua mulher o aguarda com uma bandeja de pão fresco com manteiga.
     Café a mesa, ele se senta e comeu pão com manteiga, que derretia e contrastava seu salgado com o doce do pão sovado. Logo desceram seus dois filhos, dois pequenos e loiros garotos. O mais velho já trazia a roupa de passei, pois hoje iria para a casa de um amigo. Sentaram os dois após beijarem os pais e também se serviram. O Sr. R. ficou admirando a sua família. Era a família dos sonhos de qualquer um.
     Se levantou e foi tomar ar na varanda. O céu estava semi-encoberto, de forma que a claridade era tal para que as cores nem se perdessem nem se realçassem e sim fossem exatamente do tom que são. A grama verde esmeralda, as flores amarelas do inicio da primavera, as casas brancas dos visinhos... Tudo perfeito... Tudo como sempre sonhou...
     A vista do Sr. R ficou escura e o chão sub seus pés de repente sumiu. Sentiu-se como se puxado de solavanco para um lugar muito distante, a uma velocidade tal que se efetuou curvas, não podia dizer nada, pois não percebera. Foi quando tudo parou e ele recuperou a visão.
     Em uma cama de hospital ele vê todos os que vivem com ele. Não sua mulher e seus filhos, mas sim sua mãe, seu irmão e seus amigos que realmente importavam. Estavam todos com caras serias ao redor de um corpo inerte que respirava levemente. Quem era? Era o próprio R.K. que parecia estar dormindo. Nesta hora ouve-se os conselhos do medico, que entra compassivo. O laudo é um sono prolongado que já se estendera por mais de quatro dias.
     Foi então que R.K. Se lembrou de quem é, ou era: um jovem estudante, de vida simples e solitária. Alguém sem muitas expectativas mais com alguns poucos sonhos. Entre eles a mulher perfeita, os filhos perfeitos e a vida perfeita. }Talvez não absolutamente perfeitos, mas o mais perfeitos possível.
     O garoto se imergiu em sonhos e agora se defrontou com a realidade. A vida que por mais que tente negar é a dele. As pessoas que por mais que ele não ame, o amam. A vida de dias chatos de musica, solidão e estudo... A vida que a pouco escolheu ter... Será que haveria como despertar o corpo e voltar ao normal? Será que poderia simplesmente voltar? Tentar se jogar em si próprio? Mas nada disso funcionava com certeza...
     Alem disso havia outra reflexão: Será que valeria a pena tentar voltar? E se ele conseguisse? Os sonhos tão tangíveis virariam pó diante de seus olhos... Toda a vida que sonhara ter desapareceria. Tudo! Sem filhos perfeitos, sem mulher perfeita, sem emprego perfeito...
     R. K. foi acometido de pensamento estranho: “E se eu não conseguir voltar?” Sem mãe, sem irmão, sem amigos... Certo, algumas destas pessoas realmente significavam muito pouco, mas e as que significavam algo? E as pessoas que o amavam de verdade? E a faculdade que escolheu? Será que valeria apena trocar tudo que construíra ate hoje para viver um sonho? Trocar todo amor que lhe oferecem por um amor que na verdade só existe em sua mente... Em suas antigas especulações de futuro...
     O relógio toca. “5:30 / Wednesday”... Escovar os dentes, tomar café, um beijo na sua mãe, mochila nas costas... R. K. segue para mais um dia comum... Quem sabe hoje não viva um sonho? Quem sabe prefira algo real?

domingo, 19 de setembro de 2010

Selos 2, 3 e 4: Três Sensações em uma Alma

Sensação 1: O Desespero
(Trabalho com frases em primeira pessoa.)

Sei que é difícil, mas é o que eu mais domino...
Acho isso muito fácil pra cair...
Com esta parte eu tenho mais dificuldade...
Acho que não vou ter que fazer isso...
Vou indo pra sala, ok?...
Será que eu perdi a caneta?...
Estou pronto...
Caiu só a parte que eu não sei fazer!...
E se eu tentar...
E se eu fizer isso...
Talvez se eu fatorar...
Nada que eu faço funciona!...
Vou resolver o que eu sei...
Eu integro isso brincando!...
Será que é só eu fazer isso?...
Pronto, agora volto para as difíceis...
Não adiante, eu não sei...
Eu não vou deixar em branco!...
Acho que isso me dá um ponto?...
Será que eu entrego?...
Tento mais uma?...
Minha prova, professor...
Pelo menos gráficos eu desenho, né?...
E se meu coordenador ver...
Mas se a resposta for essa eu errei...
O que eu faço?...
Não sei...


Sensação 2: Felicidade Anestésica
(Trabalho com estrutura de monologo.)

     Na duvida do que vestir, a escolha foi por mesmo a melhor roupa que tinha no armário e sai. A prova nada feliz do dia anterior tinha me torrado a cabeça, mas hoje era muito diferente: a prova era de física! Minha área. Sem medo algum foi ao ponto e esperei o primeiro ônibus que passasse se quer perto da faculdade. No meio do caminho me dei conta de que tinha esquecido a calculadora, mas isso nem me abalou. Como diz meu professor: “Calculadora é para os fracos!”
     Nenhumas das minhas expectativas estavam erradas. Fiz a prova na menor velocidade possível, e com isso entreguei com menos da metade da duração. Sai e fui em busca de meus amigos. Saímos caminhando da faculdade, todos contentes com a prova. Íamos para o shopping, pois aviamos decidido por almoçar num restaurante de comida italiana. Escolhi um trivial prato feito, que por sinal estava uma delicia. Outros amigos preferiram massas mais ousadas, cheias de gorgonzola e gratinadas, que também pareciam estar ótimas. A sobremesa foi uma torta sabor prestigio, eleita por uma amiga como a melhor sobremesa do grupo. Foi esta amiga a que deu a idéia do dia.
     Ela nos convidou para ir à casa dela. Com isso fui logo para a minha e tomei um banho. Por falta de opção, acabei por não mudar de roupa, por que esta que usava era mesmo a melhor do armário. Nas costas minha amada mochila, um cafuné nos sobrinhos e na hamster, peguei o telescópio e sai.  De carona com um amigo, fui para o sitiozinho onde minha anfitriã vivia. 
     Era um lugar lindo: Pastagem ao redor, e ao longe montes recobertos por matas praticamente intactas. Na frente da casa havia um lago enorme, um dos maiores que já vi de perto. A decoração do interior da casa era rústica, mas ao mesmo tempo casual e com toques de tecnologia. O quarto de minha amiga, por sua vez, era um baú do tesouro! Jogos, instrumentos musicais, ornamentos inusitados e divertidos... Aliais, ornamentos não eram problemas, eles se espalhavam pela casa, a números inimagináveis. Bandeiras, pratos decorados, corais, peças tribais, mais instrumentos musicais, bebidas...
     Pra completar a noite maravilhosa com os amigos, uma mesa de sinuca. Tudo bem, não sei jogar sinuca. Se soubesse, também não ajudaria, pois era uma sinuca profissional, muito diferente das que vemos por bares e DA’s.
     A simples presença de amigos e suficiente para nos dar uma injeção no coração, que paralisa os sentimentos ruins e os torna bons e puros. Simples mas fortes. Tão fortes que podem ate nos enganar e nos tornar temporariamente feliz. 


Sensação 3: Atração Remota
(Trabalho poético arquivado como “O Garoto-Gato”.)

Ele está dormindo
Não sussurra nem ronca
Olhos levemente fechados
E delicioso o ver assim
Mas que pena, não é pra mim...

Brincando com o gato
Faz dele, alem de gato, sapato
E ele se entrega em seu colo
E segues o ritual de caricias
Enquanto o gato quase adormece
Que pena que é só gato
Que não possa fazê-lo em mim

E ao caminhar pelas estradas vazias
Age como uma inocente criança
Ou talvez apenas como um bobo
E corre livre e criativo
Sorrindo largos sorrisos
Mas nenhum deles será para mim

As vezes canta sozinho
E eu baixinho o acompanho
E ouso nossas vozes somadas
O tenor e o mezzo complementados
E a peça ganha um aveludado
Que orna as palavras de amor
Que nunca serão ditas a mim

E o golpe final de misericórdia
Seu olhar inerte no meu
Sua expressão de qualquer coisa
Quando ele olha pro vazio
Quando ele está com sono
O olhar me diz pouco sobre ele
Mas acho que uma certeza tenho
Ele não me olha como eu o olho

Na verdade ele me olha
Mas olha com o seu olhar
Ele é o cara perfeito
Que merece o mais puro amor
Mas não posso tentar dar-lhe isso
Pois ele diverge de mim em uma coisa
Que impossibilita tudo

Logo o que me resta é seguir assim
Seguir como um garoto homem
Ser teu amigo, te ajudar no que puder
Mas o que eu queria mesmo
É que não descordássemos neste detalhe
Que você gostasse de mim
E que eu fosse o seu garoto-gato...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

1º Selo

Honra ou Lógica?

  As pessoas vistas de cima do Town Time parecem uma massa de formigas eufóricas. Todo dia fico em cima desta arranha-céu e posso notar que nos últimos anos nada mudou. A mesma massa caótica, as mesmas mentes simplistas, individualistas e pragmáticas. E o que me torna diferentes dessa massa? O simples fato de estar aqui em cima, olhando tudo de fora.
  Quando venho aqui faço uma analise do que fiz, das pessoas que ajudei ou salvei. Das pessoas que prendi, que impedi ou, em casos mais freqüentes do que eu gostaria, matei. Sim, por que matar é ruim, mas as vezes é a mais lógica atitude a ser tomada. Não me julgo capaz de avaliar quem morre ou não, por isso prefiro evitar matar pessoas. Já as pessoas que ajudo são sempre as mesmas: Senhoras, crianças, banqueiros... Todos com o mesmo sorriso e a mesma gratidão...
  Sabe o que mais me dói? É salvar pessoas que sorriem para minha mascara. As pessoas ao sorririam para o analista de sistemas comum e quase desapercebido que sou por detrás desta roupa. Elas sorriem para um herói, não para um homem. Eu poderia continuar voando, lendo mentes e salvando vidas, que as pessoas nunca iam se dar conta de que eu sou alguém. Minto, ainda sobrariam jornais sensacionalistas para cumprir este papel.
  Mas isso me leva a me perguntar, quem sou eu? Será que quando uso esta mascara ainda sou eu? Será que quando invado mentes, a minha ainda está aqui dentro? Eu sou um analista de sistemas, formado a pouco, namoro um carinha normal que conheci na faculdade, falo dois idiomas, tenho intolerância a lactose e ronco. Te parece muito normal, não? Mas um belo dia inventei de fazer um suéter diferente, mostrar que tinha talentos legais e ajudar um pouco as pessoas. Acho que desde que fiz isso, não dá mais pra falar que sou comum... Que sou massa...
  Talvez a face mais negra de ser um herói seja salvar pessoas e olhar na cara delas depois, notando que salvou alguém que não merecia. Ou que você deseja ate matar... Tinha 14 anos e começava a aprender a ler  mente das pessoas. No colégio sempre fui o estranho, o nerd. E como sempre aviam os que se achavam melhores e nos surravam... Um dia reagi e denunciei um deles na ilusão que a perseguição parasse. Na manha seguinte o cara estava lá, impune.
  Na hora do intervalo fui pego e levado pro banheiro. Um dos brutamontes ficou na porta, enquanto outros cinco cuidaram de me dar uma surra e me estuprar. Eu britava por socorro, e nada... As pessoas passavam do lado de fora e eu escutava suas mentes... Tinham pessoas com mais medo que eu... Talvez eu fosse o menos vitima, todos os outros são reféns do que estes poucos “melhores” falam ou pensão...  Acredite, nesta hora eu ouvi cada pensamento deles. São dignos de pena...  Gays mal resolvidos, crianças abandonadas, rapazes mau amados... Nem esta pena suprimiu o ódio que criei deles... Nem todos estes anos foram o suficiente para esquecer este dias... Estas três horas que pareceram pra mim uma eternidade...
  Esta escola pegou fogo hoje, e eu salvei cada um dos que estavam lá dentro. Acalmei cada pessoa. Achei cada vitima que ainda fosse capaz de pensar... Não sou do tipo super forte ou invulnerável, mas sei pensar muito mais do que um fortão com uma cueca por cima do pijama. Assim que as chamas se dissiparem fui ver como estavam as cabeças das vitimas, que sempre estão uma bagunça nestas horas. Lá estavam quatro dos garotos que me violentaram naquele dia. Salvei cada um deles sem pensar nem quem eram, sem nem olhar...
  Este tempo de atuação me tornou uma maquina de primeiros socorros. Alguém que por mais genial que pareça é programado para fazer sempre a mesma coisa. Quando era criança, me disseram que fazer o bem era o certo e que nos faria feliz... Dia a dia prendo pessoas bem mais felizes que eu... Pessoas que tiveram tudo que quiseram... Pessoas que são puras no sentido de não terem ouvido, ou não terem acreditado, no mito de que a caridade é o caminho da felicidade... Sou feliz como sou e é fato. Mas será que seria mais eu mesmo se não fosse um herói?

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Iluda-me

Isso, continue a me iludir
Já passava da hora de fazê-lo
Ligue-me e marque de sair
Depois nem dê as caras por lá
Finja que me ama perdidamente
Em seguida me considere um estranho
E depois apenas suma da minha vida
Ouça-me por algum tempo
Depois não me ouça mais
Troque olhares e pensamentos
E simplesmente os esqueça
Eu preciso desta rotina
Ilusões podem não ser reais
Mas são fortes o suficiente
Pra animar uma alma carente

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Garoto lusitano

Ou o garoto das estrelas, talvez o filho do mar
O que nada tem haver com o passado da sua terra
Tem haver com uma alma que busca a plenitude
Busca certezas que ninguém tem para oferecer
Busca um eterno recostar-se na orla do mar
Busca um eterno balançar das ondas em seu corpo

Ou talvez o garoto dos olhos contidos
Pra mim ainda ocultos por pano ou negras lentes
O que ressalta as bochechas coradas
Marca forte dos portadores de belos sorrisos
Sorrisos largos, contagiantes e francos
Marca de quem merece muito mais que tem
De quem merece ser muito do que quer ser
E pouco de que querem que ele seja

Ou talvez o garoto Dops hibiscos
Das flores multicoloridas de seu jardim
Mas principalmente destas tão alegres
Hibiscos que aqui nascem por todos os lados
Quem dera pudesse velos na primavera
Quando se abrem e saldam os pássaros
Quando exalam seu cheiro a léguas de distancia
Quem sabe não pode sentir o cheiro deles
Ai onde estas, pertinho do oceano

Ou talvez simplesmente mais um filho de Apolo
Alguém com corpo humano, mas alma de deus
Com o espírito de um poeta ou ator
Com a bravura de um titã, de uma quimera
Mas ao mesmo tempo com a ternura de uma loba
Que mataria por quem realmente ama

É sim o garoto das palavras
Palavras que leio quase todas as noites
Escritas por alguém que merece
Acima de todas as coisas
Toda a felicidade que puder suportar

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Me Iludindo

A caba segundo volto meus olhos pro meu celular
Mas ele não vai ligar pra mim nem hoje nem nunca
Por que não existe mais ele... Talvez nunca tenha existido...
Espero por qualquer pessoa que queira viver comigo
Mas não existe alguém assim tão maluco
Apenas eu foi tolo e apaixonado a ponto de pensar assim
Chegar a pensar em viver o resto dos meus dias com alguém
Mas nunca senti isso por alguém que o sentisse também
Pra ser franco acho que ninguém sente isso por mim
E so eu que faço questão de pensar em todos sempre
A maioria so se da conta de que existo quando me vêem
E ai com sorriso amarelo me dão um falso “bom dia”...
Mas todas as noites de depressão e desespero
Espero por alguém que se lembre de que eu existo
Não só de manhã, nem de tarde, mas sim, todo o tempo
Porem já está claro que somente me iludo...
Afinal é querer demais ser amado como se ama...

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Onde Está Aquele Gosto...

    Não sei se posso chamar isso de uma reclamação da vida ou se devo apenas dizer que é mais uma prova de que o ser humano não se contenta nem com o perfeito, mas hoje irei escrever para vocês de algo que tem me ocorrido. De uns tempos para cá pouco tenho chorado. Sei que muitos de vocês podem se indagar: “Ue? Isso é muito bom, não é?” Porem os que escrevem sabem que para um poeta pode ser uma das piores fazes de sua vida.
    Não é verdade falar que nos poetas e escritores de romances gostamos de sofrer, porem é sabido que nossa arte não é lá uma das mais alegres e felizes. É sabido também que poucos de nos somos tão felizes ou completos quanto desejaríamos. Na verdade, acho que nos sabemos bem aumentar o vazio que todo ser humano sente, assim fazemos com que ele se pareça bem maior do que realmente é.
    Mas o fato que vos relato é bem particular. Passei por um ano perturbado desde o ultimo equinócio de primavera. Primeiro vieram as “Esmeraldas”, depois os gêmeos, depois um amigo, depois outro amigo... Em síntese, me apaixonei muito mais do que estava acostumado, e acabei me acostumando com as lagrimas, os lamentos e os poemas lançados ao vento. Mas é lógico, o que mais me faz fala é aquela esperança boba e vivida de alguém que acredita fielmente que passará o resto de sua vida com alguém. Que dará seu primeiro beijo nesta pessoa. Que viverão felizes para sempre...
    Gosto das coisas como estão: eu vivendo sozinhos, com amigos que surgem, somem, mas nunca desaparecem por completo. Com as pessoas que me cercam cheias de felicidade, ou simplesmente ainda vivendo a vida e seguindo em frente. Mas em meu peito sinto falta desta esperança de felicidade eterna que já não brilha aqui mais. Ouso meu coração todas as noites, não batendo e sim tremendo. O frio que faz aqui dentro, só os que já passaram por isso sabem como descrever...
      Estou cumprindo minha vida inercial, pacata e tola de sempre. Sigo em frente com meu computador, com meus amigos, com as festas raras e as alegrias que devido com um ou outro companheiro de estrada... Todos os dias acordo as seis e me deito quase a meia noite, sempre com a mesma cabeça, no mesmo quarto, após alimentar minha hamster e dar meu velho “Carpe noctem” no twitter... Não me queixo desta vida, ate gosto, sabem... Mas gostaria de ter aquele gosto de estrela de volta na minha boca, de ouvir os sinos de catedrais outra vês, de ter de novo a esperança tola de ser feliz...

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Alguém que Pensasse em Mim

Queria alguém que pensasse em mim em cada manhã de sua vida
Que se tocasse da minha existência antes mesmo da sua
E que dissesse meu nome para os galos antes que eles cantem
Que antes mesmo disto sonhe doces sonhos comigo
E que tenha recordações nossas para me contar e rirmos
Que lembre de me perguntar como foi meu dia normal de sempre
Que se dê o trabalho de me ligar para desejar boa noite
Que ofereça a mão para que eu possa subir em algum lugar
Que me ofereça um tempo de estudo de integrais em grupo
Que seja sempre o que me adverte, não o que só consola
 Que se faça de bobo para que eu me sinta obrigado a explicar
Que faça de cada dia uma reprise do dia maravilhoso que passou
E que a cada novo dia tenha o dom de ser mais profundo e romântico
O que quero mesmo é alguém que me ame de verdade
De um jeito que acho que só eu sei amar...

sábado, 21 de agosto de 2010

Desbotado

Quando foi que tudo perdeu a cor?
Meus versos apenas ficaram cinza?
Por que não te vejo mais como antes?
Será que meu mundo arco-íres sumiu?
Apenas não vejo mais graça de nada
Nem em seu jeito nem em seu gosto
Antes você era alto e belo como ninguém
Agora é baixo e apenas um amigo especial
E aquele outro? Que nem está aqui mais...
Antes era lindo como um campo de trigo
Seu corpo se movia como as folhas no vento
E seus olhos faiscavam tão brevemente
Que eu só via os pequenos reflexos verdes
Agora não é mais assim, tudo mudou
Todos mudaram para algo sem cor
Os caras bonitos se tornaram normais
Os normais tão sem graça quanto os bonitos
Esfriei, me tornei uma pedra
Não sei ver o mundo sem aqueles olhos
O olhar caleidoscópico de um apaixonado
Ou de alguém muito feliz por nada
Estou sem cor nem pra mim
Não vejo mais a difração de meus cálculos
De meus textos tão multicoloridos
De meus amores de tinta que já desbotaram
Agora sou só mais um garoto cinza
Não mais roxo nem verde, cinza
Que acorda numa casa cinza, de uma família cinza
E faz todo dia as mesmas coisas cinzas de sempre
Sobrevivendo apenas a custa de algumas doações
Das poucas cores que restarem aos meus amigos
Também praticamente já desbotados pelo sol e tempo
Tentando ver cor em algo que não tem
Tentando fazer aquarela dobre uma vida morta
Tentando ser roxo, quando no máximo
Usando todas as suas forças
Consegue ser apenas furta-cor...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Olhos e Sakuras

      Caros amigos e leitores, e com imenso peso no peito que escrevo este texto... Por quê? Porque já deveria ter o feito há muito tempo. Mas hoje cheguei de viagem e me recordei que deixei de ir num aniversário de uma grande amiga por conta deste compromisso. Sendo assim, resolvo agora pegar minhas dividas com minha amada Rhaissa-chan, dedicando a ela alguns versos. Espero que ela possa me perdoar pelo atraso. Um abração para todos e uma boa leitura. Bay bay!



Olhos e Sakuras

Nem só de olhos puxados se faz uma oriental
Nem só da beleza sutil das sakuras primaveris
O oriente se ergue dia após dia junto ao sol
Com centenas de pessoas que batalham e lutam
E não são todos gueixas ou samurais ou xoguns
São pessoas como eu e você que andam pelas ruas
Que vão ao banco e que fazem suas compras
Porem dentro de cada um dos filhos da Ásia
Nota-se que existe um dragão adormecido
Um tigre pronto para correr pelos campos
Ou uma antigo, poderosa a grandiosa Kitsune
Que sutil caminha sem deixar que a percebam
Sem deixar quão poderosa é esta youkai
O mais fascinante é ver que as suas almas
Não estão presas pelas águas do Pacífico
Suas almas podem ser achadas espalhadas
E não só apenas em corpos de pele amarela
Mas em filhos brancos, negros ou pardos
Que olham para o sol nascente com alegria
Que amam ser chamados de diferentes
E por muitos também de não nacionalistas
Apenas por amar uma pátria honrosa
Mesmo que esta não seja sua de nascença

Ao reparar pessoas assim devotadas
Portadoras de esperança sobre-humana
Fico feliz de ver que ainda restam sonhadores
Que não sou o único a amar uma terra distante
Mesmo a minha sendo bem diferente...
(velha, enevoada e com cheiro de chá)
Respeito aqueles que criam amores distantes
Que falam outras línguas ou mudam o visual
Ou simplesmente os que pintam um quadro
Não em molduras, mas na parede do próprio quarto
Do velho pais amado e cheio de vida
Das belas sakuras róseas que cobrem o chão
Ou do monte imperados da Terra do Sol Nascente
Que os sonhos não sejam lançados ao vento
E sim brindados com a dádiva da realidade
Mas enquanto isso resta-nos sonhar, não é?
Manter o youkai preso no fundo do peito
Foliar fotos esperando para ver fotos nossas lá
Em um canto qualquer de uma praça
Fazendo uma cara estranha, maluca e feliz
Afinal de contas, sonhar não exige visto
Nem temos que pagar passagem aérea
Apenas temos que fechar os olhos e sorrir...

domingo, 1 de agosto de 2010

Garoto mudo

Todos as noites a mesma coisa
O mesmo ar de sempre
As mesmas frases tristes
Mas frases não mudam o mundo
Nem a realidade de uma pessoa
Sinto muita pena dele
Alem de um desejo incontrolável
Desejo de ajuda e apoio
Desejo de chorar junto
Desejo de abraçar, dar a mão
Desejo de sentir o que ele sente
De ver o que ele vê
Para poder ajudar
Ele me faz sentir impotente
Um poeta sem saber que dizer
E não e fácil me calar
E consegues o fazer
Sem proferir uma palavra se quer
O que posso te dizer?
Se soubesse, já o teria dito...

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A Dança Sincera

(ou "Um Primeiro Improviso Poético")

O bailarino se aquece na beira do palco
Suavemente se move para o centro
Platéia imóvel e silenciosa como lapides
São os rostos estátuas inertes a observar
E o bailarino parado sobe as luzes da ribalta
Nem um só ruído, nem tose, nem sussurro
É o grande momento que ele esperava
Coreografia arquitetada com total zelo
Atenção nos detalhes digna de um pintor
Criatividade minuciosa de um poeta
E em um do sustenido começa a valsa
Os dedos da pianista se movem no compasso
No suave movimento três por quatro
E o bailarino se move tão lentamente quanto
Esboçando os primeiros passos
Em um passo ousado se move par a frente
E por um triz não cai sobre o publico
Mas fica na ponta do pé rente ao proscenio
Como uma garça se ergue no ar
Ainda apoiado no mesmo pé que antes
E mais uma vez sai da posição e se move
E desliza no palco como um cisne
Porem não é este o ballet que dança
Não é o ballet dos cisnes e princesas
É o bailar de seu coração volúvel
É só uma maneira de se expressar
De mostrar pra todos o que ele sente
Uns passos para representar a paixão
A mesma valsa que o viu valsar naquele dia
A mesma loucura do apaixonar-se
Mais outros tantos palcos para o entregar-se
Os passos de quem se declara amante
Os passos de quem se deixa envolver
Agora um jogo de luzes para o ardor
Algo de vermelho para as noites quentes
Um pouco de lilás para os beijos roubados
E as sombras para os corpos entrelaçados
Mais alguns passos de ligação surgiram
As mãos da pianista já estão reclamando
Mas de repente ouvisse um grave acorde
Mais dois logo em seguida, e mais outros dois
Um rodopio, um tropeço, um corpo no chão
O bailarino prostrado, ofegante e entregue
Momentos de amor, prazer e paixão arruinados
Um apagar das luzis sutilmente da fim ao espetáculo
A platéia se ergue em palmas e gritos
Mas no palco... Sem luz... Sem vida...
Ouve-se apenas o pranto do artista...
Bailarino... Amante... E abandonado...

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Obrigado Lua Amiga

Minha doce guia e mentora celestial
Grande Lua que a cada dia brilha mais
Orbe majestoso que me encanta sempre
Ouve a voz deste teu filho poeta
Poeta sim, pois foi você a tempo
Que em noites de solidão e amargura
Me ensinou este velho oficio
Venho não mais lamentar meus dias
Nem quero te pedir nada esta noite
Vim só render glorias e homenagens
Por tudo que me tem feito ultimamente
Por ter me mostrado meu eu lupino
Um lobo que desabrochou como flor
Perante seu tão singelo luar
Porem sei que esta branda luz tem poderes
Poderes estes que não posso calcular
Mas posso mensurar os efeitos
Vendo tanta felicidade que me trazem
E o que tem feito pelos meus amados
Para meus amigos queridos
Que tem estado tão felizes
Mesmo sem que eu nada faça
Mas sei que no fundo os guiou também
Assim como faz comigo sempre

O Lua cheia que o céu ostenta
Não ligue para as lagrimas de um tolo poeta
Sei o tanto que já sofres por mim
E peço apenas o luar de amanhã
E o que vem no dia seguinte
E ainda os de depois e depois
Pois o luar não só me alimenta e vigora
Mas também traz a paz e o amor
Não só à mim, mas aos que amo

terça-feira, 27 de julho de 2010

Lembra?

Queria saber se ainda se lembra de mim
Se ainda se lembra das coisas que fiz
Se ainda se lembra deste garoto normal
Que para muitos é tudo menos isso

Queria saber se lembra das nossas vindas
De nossas saídas sem destino algum
Queria saber se ainda vai aquele lugar
Onde por sorte te vi pela primeira vez

Estou a pensar se ainda pensa em mim
Mesmo depois de tantas voltas do mundo
Mesmo depois de tudo que passamos
Mesmo depois de tudo que mudamos

Queria saber se guardou minhas palavras
Se ouviu aqueles meus conselhos idiotas
Se sequer lembra-se de mim às vezes
Só para dizer que eu um dia estive ai

Na verdade você nem se lembra direito
Nem forma mais meu rosto em sua mente
Mas por que me preocupo com isso?
Porque penso em você todos os dias...

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Oculares Errantes

Oculares brilhantes diante dos olhos
E ele caminha livre pelas ruas da remota cidade
Lentes negras para poder fazer de tudo
Olhar sem que saibam que está olhando
Trocar olhares mesmo sem que o outro saiba
Para olhar o tempo passar o dia todo
Sem ter que parar pelo sol do meio dia
Poder ornar seu rosto sem muita tinta
Poder tingir o dia da cor da lente
Poder fingir que está prestando atenção
Enquanto observa a capa da revista na banca
Ou enquanto olha um jogo de xadrez na praça
Descompromissado com a vida

Levando os óculos escuros como mascara
De um herói que não quer ser reconhecido
De um arlequim que não quer exibir as lagrimas
E aos amigos mostra apenas os sorrisos
Leva seus óculos como jades e safiras
Pedras tão raras de serem vistas
Que ele não as trocaria por nada
Óculos que usa sem pensar
Sem pudor e sem medo de errar
Ao deles se dispor por um breve momento
E lançar um olhar sedutor ao vento
Ou a quem dele possa se agradar
E após isso, num breve movimento
Põem de volta o sutil ornamento
E segue em sai caminhando sem rumo
Segue o garoto com seus óculos escuros
E seguem também os olhos ocultos
Ao olhar por detrás das lentes
A sua própria visão de mundo...

terça-feira, 20 de julho de 2010

Para Meus Amigos

      Este não é o primeiro texto que dedico a meus amigos. Na verdade acho que já fiz tantos com este intuito que nem sei mais o que falar de vocês, que são peças fundamentais da minha vida e que me impedem de ficar maluco... Impedir... Não sei bem... Alguns de vocês até ajudam a me deixar maluco as vezes! Mas o mais importante e que amo vocês e quero carregá-los por toda a minha vida, ok? Bem... Após dizer isso, acho que posso dedicar alguns parágrafos pra alguns de vocês em especial, não é?
      Dedico este primeiro aos meus amigos de longa data. Estes que me fazem realmente enxergar o que é a amizade. Estes que estiveram ao meu lado quando estive mal, que comemoraram minha gloria, que enxugaram minhas lagrimas e que até já me bateram incessantes vezes. Espero que saibam que os amo de verdade e que nem sei o que faria sem ter-los aqui ao meu lado!!!
     Outros amigos que não tem como esquecer são aqueles que vem em nossa vida e passam como brisa. Nos vemos as vezes... Falamos no MSN... Fazemos tudo juntos durante um tempo, e depois simplesmente paramos de nos falar ou nos distanciamos por infortúnios quaisquer... Não pensem vocês que me esqueço de cada sorriso! As vezes os pego feito bobos achando que eu esqueci de vocês, mas não!!! Eu não esqueço nunca de pessoas que realmente foram especiais para mim. Devo a vocês muitas coisas que elevaram meu caráter e me fizeram crescer... Estou com saudades de todos...
     Outros amigos que ganhei que não tem como deixar de comentar foram duas aquisições muito importantes... Não cabe aqui por nomes, mas foram pessoas com quem me envolvi, me apaixonei, me iludi, chorei e agora estamos aqui como grandes amigos!!! Espero que vocês saibam o quanto é importante ter vocês por perto. E que o amor que sentimos por uma pessoa não diminui, ele só muda de forma! Poder tê-los como amigos é muito gratificante! Espero estar ao lado de vocês apara ver seus sucessos. 
     Agora, pra encerar, faltavam vocês, não é?! Vocês que estão ai lendo este texto!!! Meus amigos virtuais tão reais quanto os que me acompanham dia a dia. Agradeço a vocês por nunca terem me deixado desistir de escrever, de ser quem eu sou e acima de tudo de nunca terem me deixado sem uma boa pergunta para responder!!! A vocês que me acompanham todas as noites, fale a língua que for, onde quer que você esteja, meu muito obrigado e torço pra que se ainda não nos vimos pessoalmente, que nos vejamos em breve!
     Agora venho ao geral, que todos sem duvidas tem amigos, não é? Então!!! Vamos tornar este dia especial? Vamos sair e abraçar nossos amigos com toda a força!!! Tomar sorvete, rir e falar besteira! Pois amigos sim, são pra todas as horas. Mas convenhamos que as horas divertidas e felizes são as melhores!!!
Feliz dia do Amigo!!!

domingo, 11 de julho de 2010

Apaguei as Fotos

     Apaguei as fotos... Rasguei alguns versos... Todo fim é uma catarse, uma ruptura brusca daquilo que você jurava que era assim... Não é fácil... Muito menos rápido... Mas esta sendo ótimo ponderar partir pra próxima. Perceber que a vida não acabou foi um grande passo. O seguinte foi começar a olhar que existem outras pessoas no mundo... Começar a ver as pessoas como realmente são.
     Algumas coisas tive que repensar, outras que regurgitar em cartas que lancei ao vento, na esperança que chegassem ate você... Em fim vou partir, ciente de que poderei achar outra ilha em um lugar qualquer por ai. Ciente que um adeus bem dito vale mais que juras falsas ou solitárias.
     Olho Apolo com seus loiros deitando-se sobre os campos de Pan, o doce Pan, que me encanta ultimamente como jamais encantou... Eu sigo assim errante, vou cantando a minha canção de solidão pelas estradas, fazendo com que ela seja ouvida pelos lugarejos e vilas... Um dia, quem sabe, algum errante tope fazer um dueto comigo, e assim seguiremos dois cantando esta velha cantiga de solidão... A final, o que é o amor se não um vinculo formado entre duas pessoas que compartilham uma só solidão?

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Carta Escrita ao Relento

     Hoje o nevoeiro que já era denso se tornou bem mais que isso. Ele se tornou um muro impalpável diante de meus olhos. As arvores nem balançavam, mas o vento frio cortava meu rosto e molhava minha face com gotas de sereno. Molhava sim, pois as gotas de lagrima que escorriam de meus olhos não chegavam sequer a pingar na folha de papel. Elas se cristalizavam na fria manhã de inverno.
     Finalmente me dei conta do que fiz, eu e meu vicio de estar ciente de tudo. Essa ingrata maldição da pressa e da incerteza. Fui ate aquele garoto de óculos e de jeito tímido, e com toda coragem que tinha (que não era muita) me abri para ele. Ele se abriu também, e nem foi em versos como fazemos varias vezes. Ele foi o mais nobre e puro possível ao me dizer que não me amava. Foi a pessoa certa para me dizer que eu merecia ser feliz, quando nem eu acreditava. Porem, ao fazer isso me deixou claro que não seria ao seu lado...
     Eu tentei incessantes vezes esquecê-lo, tornar isso tudo um processo natural de aprendizado... Não consegui... Este amor ficou aqui... Incubado... Porem hoje ele explodiu! E não foi por nada! Foi só porque ele não quis sair comigo. Por que na ultima hora ele desmarcou uma saída que já estava marcada a mais de um mês... O mais engraçado é que nestas horas nem pensamos que a pessoa pode ter outro compromisso... Nos não nos tocamos, mesmo que seja tão obvio.
     Eu tenho a péssima mania de assumir toda a culpa. De falar que todos os pecados são meus. Mas se ponha em meu lugar: Ele saiu comigo algumas vezes, quis sim sair e tudo mais, estava ate animado... Aí o idiota vai lá e se declara! Chora horrores... Depois disso, duas semanas mal se falando. E agora mais esta... Não! É coincidência demais.A única ótica aceitável é que ele está fugindo de mim, fugindo do idiota que fez com eu uma grande amizade virasse amor. E que este ‘amor’ destruísse esta amizade...
      Me resta ficar aqui, ao relento, após ter perdido o meu melhor amigo e o amor mais puro de minha vida. Ficar chorando e escrevendo, sentado num banco molhado da universidade. Sentindo meu rosto se enrijecendo. Vendo minha boca, que jamais foi tocada por outra pessoa, se tornar branca e rachada. Me restou escrever esta confissão e tentar absorver este sofrimento e culpa, mesmo que demore uma eternidade...


Perdão se falo de você,
no fundo quero falar de mim
porém você está em mim
e não consigo negar isso...

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Beijos com Gosto de Felicidade

       Você já deve ter reparado nisso, não é? Sei que parece estranho alguém que beija sorrindo, mas não posso evitar. As vezes ate lagrimas eu deixo fugir durante nossos neijosf... Sempre me lembro daquele primeiro encontro, das minhas idiotices  de menino adolescente. Lembro de como foi difícil olhar diretamente nos seus olhos. Lembro que suava horrores apenas para tocar sua mão, para abraçar você na frente de todo mundo, quando no fundo a minha vontade sempre foi de gritar aos sete ventos que eu te amo.
       Lembro o quanto eu era burro e passava horas na frente do espelho treinando pra me declarar pra você. Nossa, e como foram difíceis da falar aquelas palavras, mesmo com todo ensaio. Hoje sei que tinha que ter passado por tudo isso mesmo! Por que, se não, não seria tão especial.
       Quando em noites como esta, acaricio seus cabelos, olho em seus olhos cintilantes e beijo seus lábios, eu me lembro do quanto chorei e tive que sofrer pra estar assim hoje. E quando me vejo te tocando, acariciando céus contornos e face... Me desculpe, mas me é impossível não sentir a mais gratificante felicidade do mundo... Se acostume, por que se continuar a te a mar como te amo hoje, ainda sentira o gosto de lagrimas de felicidade nos meus beijos por muito mais tempo...

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Versos e Folhas Verdes

Lembro que você escreveu
Em versos que compreendi dificilmente
Sobre folhas que ondulavam
Dançando com a brisa fria
E hoje vi estas folhas ondulantes
Será que sentimos a mesma coisa
Para repararmos nas mesmas circunstâncias?
Ouvindo as mesmas palavras...
Na mesma hora...
No mesmo dia da semana...
Hoje só está mais frio...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Mudando

Esta estória de amor eterno e perfeito
Este mesmo que tem “felizes pra sempre”
Só funciona pra debutantes da realeza
Do tipo que tem uma fada madrinha
Eu não sou nem príncipe encantado
Nem tenho fada madrinha, nem cupido
Sou só um garoto comum a procura de vida
A procura de viver algo especial
Mas se for pra contar com este amor
Estes dos meus velhos contos infantis
Eu desisto agora mesmo, sem demora
Não posso esperar cem anos dormindo
Nem posso ficar beijando sapos por ai
Eu quero simplesmente viver
E acho que já ate passou da hora
De ser o garoto roxo que tenho que ser
Agora é pra valer mesmo
Que se exploda o que vão achar
Vou ser franco sem hesitar ou fraquejar
Vou te responder tudo que quiser ouvir
E vou disser antes que você possa perguntar
E não mais vou procurar nos outros
Um amor que só existe em mim
E que de ninguém posso esperar
Se quizer vir comigo, ser amigo
É melhor me acompanhar e acelerar
Pois não vou ficar parado esperando
Não faço mais isso por ninguém
Se não vou no mesmo caminho
Sinto te deixar pra traz
Mas não dá mais pra ser assim:
Pensar primeiro nos outros
E só depois em mim?!
Agora é a minha vez
De ser tudo que quero ser
Se amor surgir, que ele me acompanhe
Já corri atrás dele quase vinte anos
Ele agora é que corra atrás de mim
Tenho mais a oferecer aos outros
Do que eles podem imaginar
Do que podem sequer quantizar
Que o primeiro que perceber se habilite
A vir me procurar e me falar
Ai sim poderei caminhar com esta pessoa
Mas cansei de correr atrás
De um vulto que não existe...

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Culpado

Não quero ver uma lagrima em seu rosto
Não quero me deleitar de seu sofrimento
Não quero que tenha receio de me falar
Nem que não olhe em meus olhos
Pois de quem sofre aqui já me basto
Já me basto de me culpar por tudo
Martirizar-me por tudo que passamos
Culpar-me por não mais ter-te ao meu lado
E lamentar ter te jurado meu amor
Mesmo sabendo que este não te interessava
Mesmo sabendo que poderia perde-lo
E agora quando vejo esta distancia
Sei que no fundo a causa foi minha escolha
Arriscar em algo que eu não podia ter
Por versos demais num só soneto
Tentar ser feliz de tamanha maneira
Que sei que não é tão simples assim
E que talvez nem me seja possível
Não a esta altura de minha vida
Sempre soube que era tudo muito bonito
Bonito demais pra ser real
Sabia que eu estava criando este amor sozinho
Eu o vi crescendo dentro de mim
E não fiz nada pra pará-lo
E agora sofro pra poder seus galhos
Pra não deixar que este amor nos destrua
Ou que destrua o que restou de nossa amizade

sábado, 26 de junho de 2010

O Dom de Terpsícore

Das artes que brilham entre as nove mudas
Este jovem poeta domina grande parte
Destaco a escrita, o drama e o canto
Mas existe uma dádiva que não me foi dada
A grande graça da sétima musa grega
O dom de Terpsícore, a rodopiante
Não me foi dado o talento de dançar
E como o invejo, caros leitores
Pois a dança é mais que simples versos
É a pura essência que me inspira
É a poesia antes mesmo de virar poesia
É a combinação de sentimentos e prazeres
Numa ligeira alquimia mundana
Que torna do corpo a pura alma
Expressa entre a musica e os passos
Entre os rodopios e os olhares sutis
Entre cada movimento coreografado
E ate em cada improviso quironomico
Não posso ser dono de todas as artes
Mas posso admirar um jovem talento
Posso descrever meu jovem Hélios
E posso às vezes ousar em meu quarto vazio
Dançar ao som de minhas musicas melódicas
Ou sapatear enquanto todo piano
Posso brincar de ser o jester da peça
Mas sempre sabendo que apenas brinco
Pois a arte plena é dos poucos que tem dom
E não possuo este de que falo
Me reata apenas fazer como sempre
Absorver os passos do artista que vislumbro
E transformar em meus eternos versos de amor...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Quero um Amigo Emo

Quero um amigo que sinta e compreenda minha dor
Que ao me ver chorando, chore junto comigo
E que sem motivos me abrace e sorria pra mim
Que a cada segundo me lembre de que é meu amigo
Quero alguém que não fale como se fosse fácil
Quero alguém que não me deixaria sozinho
Por que não gosta também da solidão
Eu quero um amigo que transborde emoções
Emoções mil que este poeta não possa descrever
Estas que possam me contagiar e motivar
A me tornar cada dia mais seu amigo
Quero poder desejar bom dia a esse alguém
E sorrindo dizer que ele é o cara mais legal do mundo
Sem medo de que as pessoas entendam errado
Por que no fundo o que importa é o amor
E não a nada mais perfeito que o amor entre amigos
E só um poeta ou alguém muito emocional podem sentir
Como é puro e sagrado este amor eterno
Por isso quero um amigo assim
Pois de poeta já me basta a mim
Quero um cara que saiba chorar quando for a hora
E que olhe pra mim e sorria se me ver feliz
E eu prometerei estar sempre lá pra apoiá-lo
Para dizer-lhe o que quiser ouvir
E pra aceitar que a vida dele também é difícil
Pois seremos amigos pra todas as horas
Eu e meu futuro amigo emo...


domingo, 20 de junho de 2010

Mil Abraços

Hoje o que eu realmente queria
E um presente que ganho pouco
Mas tão simples de presentear
Que aos poucos que eu o peço
Sempre tenho a agradecer
Queria hoje apenas um abraço seu
Seu e de todo o resto
Centenas de abraços sucessivos

Queria abraços dos meus amigos
Que nem sempre estão aqui
Mas que sempre me abraçam
E chegaram a me viciar
Nesta simples troca de afeto
Entre irmãos não irmãos

Queria abraços de meus inimigos
Dos odiados ate os professores
Dos ladrões aos traidores
Queria poder dar-lhes perdão
Dizer-lhes que tenho pena
Pedir-lhes misericórdia
E desejar-lhes sorte na vida
Mais do que eu tenho na minha
Pra que sigam seus caminhos em paz

Queria um abraço dos que não conheço
Que tanto tem a me oferecer
Que horas tem livres pra conversar
Que curiosidades tem pra eu sanar
E que pesares tem ao me olhar
E tem desejo de me indagar
E medo das minhas respostas

Porem, mas que qualquer abraço
Queria o de alguém que eu ame
E que me ame tanto quanto
E que possa me oferecer alegrias
E pequenos fragmentos de felicidade
Mesmo que sem grande valor real
E que me abraçasse sempre que desejasse
Assim como hoje desejo abraços
E não tenho a quem abraçar
Nem amigos, nem inimigos
Apenas meu travesseiro

Janelas da Alma

Dizem os velhos e os sábios populares
Que os olhos são as janelas da alma
Porem os seus olhos não são janelas
No máximo são basculantes fechados
Sua alma a mim é um livro trancado
O vejo vagando e procuro entender
Ler o que seus passos escrevem na areia
Ler o que seus olhos lêem no céu
Mas é impossível decifrar em palavras
Este código que pra mim é você
Mal sei descrever o que ele diz pra mim
Então saberia dizer o que é de fato?
Acho que nem você se conhece
Acho que ninguém te conhece
Mas juro que se tivesse chance
Seria eu ladrão ousado
Invadiria sua alma por completo
E te comoveria de amor tanto
Que não poderias suportar
Porem não cabe a mim pular janelas
Muito menos invadir almas
A um bom poeta apaixonado
Basta apenas admirar olhos distantes
Profundos, sinceros, brandos...
Cabe a mim, pobre poeta
Apenas decifrar o indecifrável
E tentar entender você...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Andando Sozinho

De minha boca saem espirais nebulosas
E de meus olhos, os meteoros congelados
Não, quem os fala não o faz como astrônomo
Nem como dragão de lagrimas encantadas
Quem vus fala é só mais um garoto qualquer
Que caminha sozinho pelo frio nevoeiro
Que caminha sobre a grama molhada de sereno
E que tenta seguir os passos que já foram dados
Por quem já passou pela mesma caminhada
E tenta não se perder na densa fumaça
O que este pobre garoto observa com pesar
É que não há mais trilhas de pagadas
Pelo menos não para onde quer chegar
E que agora não enxerga mais nada
Só vê o branco da nevoa e o verde da grama
Mas não há mais referencias de rastros
Agora terá que se guiar sozinho
Seguindo apenas seus instintos e talentos
E a voz de seus amigos que ouve de longe
Mas em plena consciência de que eles falam
Mas que jamais passaram por ali
Pois não se vê marcas na grama gélida
As únicas marcas são as deste garoto
Que agora caminha sem ver ninguém
Tentando achar trilhas onde não tem
Tentando chegar a um lugar
Que ele ainda nem pôde ver...