sábado, 23 de julho de 2011

Dos Males da Noite Fria

O que me aterroriza são as paredes do meu quarto
Que me cercam caladas e ao mesmo tempo tão imponentes
O que me apavora é este silencio frio da madrugada
Tão denso quanto o tormento dos ruídos e gritos do dia
E nem sei se a noite me conforta mais ou me enlouquece
Pois ao menos sub o sol eu enxergo o que está à minha frente
E não tenho medo do incerto, das trevas errantes
Ainda mais temo o travesseiro que abraço como um amante
Que pôde por vezes me sufocar sem ninguém ver
Se a ele fosse dada a vida de que dispomos

A morte não é o maior temor de alguém solitário
É sim apenas um risco eminente ao qual todos estão sujeitos
O maior dos medos que circundam um solitário
É a permanência da própria solidão gelada
Desta anfitriã tão indesejada quanto odiada por nós
Deste fardo que é o excesso da falta de alguém
Deste desejo que nos faz chamar em silencio e sonhando
Qualquer anjo doce que esteja de passagem
E nos faz a ele desejar mais uma vez, dentre tantas:
- Apenas faça aquele garoto feliz...
Eu não sou tão importante...

Um comentário:

  1. Como sempre né João... seu texto ta otimo! Só que tem uma coisa que queria dizer... vc não ta sozinho cara, você tem amigos! ^^

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