domingo, 16 de setembro de 2012

Primeiro Selo: Os Sonhos


     Um peixe me disse uma vez que o caminho natural dos sonhos é o despertar. Transpor esta membrana que separa o Sonhar e o mundo em que vivemos é uma tarefa pra poucos, ouso ainda dizer, para os obstinados. Os sonhos são o momento em que a nossa mente despreza todas as leis da realidade, todas as limitações da “realidade”, e se deixa experimentar. Enquanto dormimos, nossa mente nos testa em situações de alegria e de tristeza a fim de nos tornar mais conhecedores de nos mesmos, alem de nos oferecer pequenos momentos de realização.
     Não é a primeira vez que escrevo sobre meus sonhos, na verdade já o fiz tanto que não me lembro nem qual foi a ultima, muito menos a primeira. Gostaria de ser capaz de escrever todos os meus sonhos, o que provavelmente daria um best-seller, principalmente para nerds, homossexuais e amantes da boa musica. Mas talvez possa resumir minha maratona de sonhador em três ápices, três historias de estórias que vivi em sonhos:
    Primeiro gostaria de contar do meu maior sonho, desde o momento que comecei a pensar sobre relacionamentos: O primeiro beijo, debaixo de uma chuva torrencial, roubado pela pessoa por quem você se apaixonou. Acho que, tirando eu, deve sobrar meia dúzia de homens no mundo com o mesmo sonho. Bem, meus leitores assíduos podem se lembrar da série “Mon Petit Chat Noir”. Esta serie foi escrita para o garoto com quem dei o meu primeiro beijo. Foram sonhos e sonhos narrados nesta época neste mesmo blog. Devo dizer que meu primeiro beijo não foi um marco da transição sonho-realidade. Em meus sonhos havia mais grama, mais pessoas e era eterno. Mas eu consegui pelo menos que foi roubado, foi do cara por quem eu estava perdidamente apaixonado e chuviscava no dia. Por mim foi perfeito e eterno. Dizem que o primeiro beijo nunca se esquece, eu acho que é bobagem. Mas afirmo categoricamente que nunca esquecemos da realização de um sonho.
     O próximo sonho de que quero falar é deveras estranho. Numa noite, eu estava na oitava serie na época, eu sonhei com um jovem mago. Estranhamente este mago tinha a pele toda roxa, assim como os olhos e o cabelo. Eu não sei por que, mas a partir daquele instante, eu sabia o seu nome. Era como se a palavra surgisse dentro da minha cabeça, uma palavra que nunca tinha ouvido: Alastus. Ele era tudo que eu queria ser, era como eu queria me sentir, ele era a personificação de todos os sonhos que tinha naquela época. Neste mesmo sonho, Alastus foi atingido por uma flecha no coração e socorrido pela sua irmã. Que rapidamente arrancou a flecha dele. No susto eu acordei, já era hora de ir à escola. Quando fui me trocar, vi que no lugar onde ele tinha sido atingido pela ponta de aço, eu tinha um arranhão em forma de “x” que não me recordava de onde tinha conseguido. Ignorei. Nas próximas duas noites, sonhei com Alastus, em ambos os sonhos ele era atingido, mas não morria, lutava e persistia com seus poderes. Na primeira noite foi a flecha, na segunda foi mordido na perna e na terceira uma lança no ombro...  Não sei como explicar ao certo, mas todas as noites acordei com arranhões nas formas dos ferimentos. Sei que parece uma besteira, mas pra mim foi muito real. Hoje, acabei por me tornar Alastus e transferir muito de mim a ele. Somos parceiros de estrada. Espero que em breve possa apresentar ele pra vocês.
     O ultimo sonho que gostaria de falar é o exemplo de sonho que não se cumpre nunca: Felicidade. Recentemente aprendi uma palavras que pode soar estranha: Eudemonismo. Mas consiste apenas do pensamento de que o objetivo da vida humana é a felicidade. Sou adepto deste pensamento, embora acho que a felicidade é utopia. Felicidade é um estado pleno onde nossas almas não se importam com nada, apenas com o agora. Não há necessidade de pensar no amanhã, nas conseqüências e nem nos riscos se somos felizes. Felicidade, acima de tudo, só é felicidade se é eterna. O que fazemos é colecionar pedacinhos de felicidade aos quais demos belos nomes: Amor, Alegria, Orgulho, Honra... 
     Acredito que não existe um caminho comum para todos, uma receita de felicidade. Devemos nos permitir sonhar e degustar as pequenas amostras que temos. Devemos tentar ser felizes sem nos atentarmos ao fato de que a vida não permite que sejamos plenamente felizes. Devemos apenas deixar seguir.A busca pela felicidade não é justificada pelo resultado, e sim pelo caminho.



Este desenho é a imagem que mais me indica os sonhos que narrei acima. Ela trás consigo um pouco do roxo, cor que pra mim se tornou uma bandeira, e também as fatias de felicidade que tanto procuro em minha vida. Sonhar é dar um passo a mais na direção da realização.

3 comentários:

  1. Em fim, o primeiro dos Sete Selos de Alastus do ano de 2012. Sem duvida é uma grande conquista, e nada melhor do que um texto sobre sonhos para dizer isso!!! Obrigado a todos pela visita, espero que tenham gostado. O texto de amanhã sera sobre "O Espirito". Espero contar com todos vocês.

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  2. Parabéns João! Ficou muito bom!
    Queria dizer mais, mas reclamei tanto do ócio durante a greve que agora me encontro correndo contra o tempo! rs
    Mas Parabéns outra vez! Ficou bom mesmo!

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