quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Reclamo a Posse

Só um idiota não reclama pelo que acha que merece
Reclamo a posse das palavras de amor que jamais ouvi
Reclamo por nunca ter visto alguém me amar de verdade
Por que se é direito ou dever eu não sei, mas é lógico
Que na vida todos possam ser amados ao menos uma vez
Reclamo pelos presentes prometidos que nunca ganhei
Pela rosa que até hoje deve estar me esperando por ai
Pelos beijos e abraços de amigos que nunca mais vi
Pelos objetos que tive que consegui por conta própria
Reclamo pelo que não tenho mais de certo devia ter
Pelo que todos concordam e dizem que sou merecedor
Reclamo por não ser um terço do que eu poderia ser
Reclamo por passar todas as minhas noites sozinho
Reclamo a posse dos meus tesouros que não são meus
Das coisas minhas que ainda não me foram dadas
Reclamo pelos amigos maravilhosos que não conheci
E pelo belíssimo conto de amor que não escrevi
E palas cartas de pessoas distantes que ainda não recebi
Pelo mérito de meus feitos que não são reconhecidos

Só um idiota reclama o que não é seu por direito
Mas sempre que algo não era meu, o cedi de bom grado
Mas será que eu também não posso ter nada meu?
A posse do pouco que tenho nunca me foi suficiente
E o direito cósmico de ter mais que isso me favorece
Mas mesmo assim o infortúnio me cerca a cada dia
E me priva das coisas que eu deveria ter...

Só um idiota reclama pelo que já esta em sua posse
Porem um idiota maior ainda abre a mão do que é seu
E cede por notar que o direito do outro é maior
Sou um exemplo pratico desta idiotice sem tamanho
Por incontáveis vezes larguei coisas que deveriam ser minhas
Por achar que os outros tinham mais direito que eu
E que aquilo outrora era meu, mas não o é mais
Restou-me por hora o fruto de meu fado estéril
Seguir ate que uma de minhas posses de direito me sorria
E ninguém a mereça mais que eu mesmo
Pra que em fim eu tente ser feliz...

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