domingo, 10 de outubro de 2010

Sobre Meus Versos

       Versos de amor não mudam vidas, eles apenas exteriorizam algo que dói no nosso intimo e que nos faria sofrer se não os escrevêssemos. Eles foram a marca de cada amor que tive, foram o que meus amantes me deixaram... Não tenho beijos dos quais lembrar, não tenho dias felizes para recordar... Não tenho juras de amor pra poder ouvi-las ecoar em minha mente... O que ecoa é só silencio, que expande e torna mais cinza ainda meus dias de primavera...
       Versos são obras de um intimo insaciado, carente e dependente de atenção... Fruto do desespero desta alma errante... Não so no sentido de varar ao leu por ai, mas também no sentido de errar repetidas vezes a procura de um amor que não existe. A procura de alguém que o me mereça... Existem muitos que me merecem, porem será que mereço alguém? Uma alma já tão desbastada e triste... Será que poderia fazer alguém feliz? Não sei nem se ainda sou capaz de ser feliz...
       Estes dias estão cada vez mais sombrios. Até os amores que eu invejava estão ruindo. Tenho visto meus amigos sofrerem por amor. Por amores difíceis, por amores acabados, por amores mal correspondidos... Talvez seja uma cruz de quem tem um coração capaz de amar de verdade. Talvez o sofrer seja mais um dos sintomas do amar. Porem, aos poucos ainda restam memórias felizes para recordar... De tempos onde o amor mostrou sua face mais alegre e sorriu para dois amantes. O que dizer para alguém a quem o amor nunca sorriu? O que dizer a um amargurado que passa os sábado deitado no seu quarto na esperança de dormir e despertar no dia seguinte sem a dor que sente todas as noites...
       Se o amor sorri as vezes ele esqueceu que também deveria sorrir pra mim... Ou talvez a dor seja para me fazer perceber que não sei mais o que é o amor... Mas minha alma fica aqui, parada, na esperança eterna. Muitos me achariam louco, mas acho que no fundo eu sou feliz. Tenho a chance de recomeçar do zero a cada vez que me dizem não... Tenho a difícil tarefa de uma fênix, agüentar a dor das chamas da morte e depois me reerguer pra começar de novo. Tenho a difícil tarefa de crer que a vida pode ser roxa, mesmo em dias cinzas... Tenho que ter esperança em mim... Mas será que ainda tenho alguma esperança? Será que ainda arde em mim uma chama capaz de amar com a mesma intensidade com que já amei? Que o tempo me dê a resposta...

Um comentário:

  1. Preciso mesmo dizer quão belas são as fênix? E quão poderosas? Seria dado a alguém carregar uma cruz cujo peso não lhe fosse suportável?

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