segunda-feira, 10 de maio de 2010

Guardião das Horas

Tic-Tac, Tic Tac...
O barulho é incessante
Um eterno ranger de dentes
Um eterno dilacerar de corpus
Este é o barulho do Vigilante
O uivo do Devorador de Horas
Que consome a minha vida
Segundo por segundo
E a cada instante digerido
Mais um é engolido
E neste ritmo macabro
Minha vida se consome
E o Vigilante segue rindo
Inerte, lento...
Mas basta que eu me vire
Para ele deglutir minhas horas
Com muito mais voracidade
E esta é triplicada nas horas alegres
Pois assim como uma criança
O Sarcástico Glutão prefere doces
E fica ruminando por horas
Os pequenos segundos indigestos
Que gostaríamos que passassem
E enquanto escrevo este poema
Lá esta ele, me fitando
Com a mesma melodia funérea
Tic-Tac, Tic-Tac...
Mais segundos foram embora

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