segunda-feira, 7 de junho de 2010

Mais uma de minhas tolas metáforas...

       Toda vez que vejo um alguém que amo e como se fizesse um vaso de argila. Primeiro disforme e mole, e pouco a pouco eu vou o dando forma. Mas por hora não deixa de ser um vaso mole que ainda aliso e trato a fim de o dar formas belas e sublimes.  Chega uma hora que não posso mais moldar tal vaso. Esta hora é quando chega a paixão. Ai nada mais me resta a modelar. O fogo vem e erigisse a argila assim como estiver, mesmo que ainda torta e pouco pensada. Esta feito, tenho um vaso agora. Mas tal vaso assim mal modelado deve ser escondido  numa estante bem isolada, para que ninguém o note.
    Mas assim como todo artista não posso abandonar tal criação. Quanto mais o tempo passa, mas irresistível se torna dar uma pequena mão de pintura no ornamento. Primeiro um tom lilás discreto. Por que não por um vermelho. Roxo junto! Põem uma flor aqui! Um bordado dourado... Quando me vejo, estou me deparando com uma obra mais complexa do que imaginava. Estava ali já uma peça pronta pra ir à exposição.
Esta é a pior parte, onde descobrimos que nada somos. Olhamos as outras obras que já foram rejeitadas, todos os cacos de vasos largados no chão do ateliê. Não, não vale a pena fazer mais um entulho desses me expor ao ridículo de novo. Mas não é um entulho. Eu gastei um tempo bordando este vaso. Eu quero que ele seja do mundo, e o mundo o julgue como quiser! E num lapso de coragem, mesmo que for catálogos ou por jornais, eu esperançoso lanço aos olhos dos interessados este vaso.
     Logo vem a noticia da aceitação. Nada, mais uma vez falhei. Não sou bom em fazer vasos... Ninguém tem nada por meus pobres vasos, nem um sentimento se quer. Eles não são capazes de causar sensação nenhuma. Este foi só mais um vaso entre tantos que já pintei.
      Ma vejo mais uma vez como o artista fracassado que sou e sempre fui: sentado no chão de minha casa, admirando meu belo vaso quebrado. Fico tentando reencaixá-lo, colá-lo com minhas lagrimas... Tudo em vão... Fico assim, sabia? Ainda vou ficar tentando achar um encaixe pra esta historia toda por um tempo... Vou parar horas de minhas noites sem sono pra analisar meus erros nesta obra. E talvez ate tente remontá-la a partir destes cacos. Mas uma coisa é sertã: Vou demorar ate moldar um vaso com uma pintura tão bela e formas tão puras quanto foram as deste ultimo.

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