domingo, 20 de junho de 2010

Janelas da Alma

Dizem os velhos e os sábios populares
Que os olhos são as janelas da alma
Porem os seus olhos não são janelas
No máximo são basculantes fechados
Sua alma a mim é um livro trancado
O vejo vagando e procuro entender
Ler o que seus passos escrevem na areia
Ler o que seus olhos lêem no céu
Mas é impossível decifrar em palavras
Este código que pra mim é você
Mal sei descrever o que ele diz pra mim
Então saberia dizer o que é de fato?
Acho que nem você se conhece
Acho que ninguém te conhece
Mas juro que se tivesse chance
Seria eu ladrão ousado
Invadiria sua alma por completo
E te comoveria de amor tanto
Que não poderias suportar
Porem não cabe a mim pular janelas
Muito menos invadir almas
A um bom poeta apaixonado
Basta apenas admirar olhos distantes
Profundos, sinceros, brandos...
Cabe a mim, pobre poeta
Apenas decifrar o indecifrável
E tentar entender você...

Um comentário:

  1. Nos deparar com olhares indecifráveis não é tarefa fácil, principalmente quando gostamos da tal pessoa. Também não é fácil para o portador de tal olhar, pois muitas vezes ele quer se expressar, mas não consegue. Fica aí o risco disto o corroer por dentro, e só então se mostrar nítido aos outros quando não houver mais interior, consumido pelo ácido do silêncio.

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