quarta-feira, 22 de setembro de 2010

7º Selo: Não Posso Te Tocar

     Lembro de como era bom no começo: Eu era bobo e nem chegava perto de você. Por mais que se sofra com o amor mal correspondido, ele nos emociona e nos da esperanças de um amanhã dos sonhos. Mas o passado é como uma melodia contida numa caixa de musica, ele não vive, ele abita no nosso interior adormecido e só faz algum sentido cogitá-lo, quando lembramos que ele existiu. Este passado belo de cristal em que eu vivia já se partiu...
     Tudo começou com as declarações indiretas de amor. Sim, no começo nem era amor, era uma atração, um interesse, um conjunto de características em comum... Esta é a melhor época de qualquer amor, pois depende apenas de um para existir. No meu caso, este amor lindo durou ate muito... O sustentei por meses...
     Depois vem a fase mais triste de aturar, a fase onde abrimos o jogo. Nesta época perdemos horas falando para o teto palavras de amor, a fim de um dia ao lado da pessoa amada poder ter coragem de dizer a verdade. Doce ilusão... A coragem nunca chega! Ela é esgueira e foge quando mais precisamos dela. Quando passei por esta faze mal tive esta coragem... Mas tive uma resposta...
     A resposta: “Sim, eu te amo”. Tolinho, você me conhece mesmo? Se acreditou que a resposta foi esta provou que me conhece muito pouco. A resposta negativa é só uma confirmação do preceito obvio. Pior que um não é só um contra argumento, um detalhe, uma barreira. Algo que pareça simples mais que impossibilite tudo entre os amantes. Eu passei por isso...
     Agora passo por uma nova fase que superou todos os meus conceitos de dor: Verte triste e não poder ajudar... Querer te abraçar sabendo que tens medo de mim, do que eu sou, do que eu represento... E tem horas que não sei se a dor que sofres é por minha culpa, o que aumenta mais ainda a dor que sinto... Queria poder te abraças, dar um beijo em sua testa e te dizer: “Eu estou aqui...” Mas sei que não posso... Como posso te tocar sem motivo algum, sem que pense que estou passando dos limites? Que estou tentando forçar algo que não vai acontecer...
     Outras horas ainda penso se não se entristeceu com esta minha tristeza... Será que o simples fato de eu estar triste pela sua tristeza te deixa mais triste? Será que se importa comigo assim como eu me importo com você? Será que seria capaz de amar alguém que nunca vai te amar igual? Eu sou...

5 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Texto sugerido e idealizado pelo Tales, um cara que se revelou um ótimo amigo. A concepção original pedia algo mais feliz, mas optei por algo mais triste para combinar com meu emocional =p
    Leiam o blog do Tales também: http://talesinfect.blogspot.com/
    Com este texto, fechamos os selos de 2010. Espero que tenham gostado*-*

    ResponderExcluir
  3. Que lindinho, João.
    Esse texto dá um prazer diferente de ler, talvez pela linguagem, pela maneira como a escrita flui, não sei bem dizer... Mas ficou muito bem elaborado. Pena ser tão triste o relato.

    ResponderExcluir
  4. Triste, melancólico, mas muito muito bem elaborado! Obrigada pelo texto idealizado por idéias minhas! Você também se revelou um ótimo amigo!

    ResponderExcluir
  5. Não posso ver esse texto como triste, mais sim como um relato claro e direto de minha vida. Vejo o meu amor como algo acima de mim, não me permitindo o luxo de me abrir para a pessoa amada, sendo assim, considerado como uma ameaça para ela!
    Alastus: mando fácil.

    ResponderExcluir