terça-feira, 28 de setembro de 2010

Meu Narciso

Minhas lágrimas distorcem seu rosto
E me impedem de te decifrar
Mesmo só te vendo de olhos abertos
Não consigo através deles olhar
E quando tento tocar sua face
Vejo você se aproximando também
Mas sua imagem desaparece...
É como amar uma pintura
Amar um auto-retrato animado
Quero beijar os lábios de um amor
Imerso em um lago espelhado
É como tentar salvar um príncipe
De uma prisão de cristal gelado...
Talvez possa te ter ao me imergir
Pois tenho sua imagem como companheira
Durante um mergulho nos meus sonhos
Mas entre sua imagem na minha mente
Prefiro ver você no meu dia a dia
Mesmo que seja só a sua imagem...
Sigo nesta tortura incessante
De abraçar e dar a mão ao cristal
À esta rocha enorme que nos separa
De seus olhos misteriosos
E tentar digerir a idéia fatal
De que não tenho forçar para romper este muro
Principalmente tentando rompê-lo sozinho...
Pense, meu Narciso, e escolha
A pedra funda mental da minha prisão
Está diante de seus olhos...

Um comentário:

  1. Nossa, nem tenho o que dizer oO
    Ficou maravilhoso. Profundo. Não cabe em mim comentários.

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