domingo, 19 de setembro de 2010

Selos 2, 3 e 4: Três Sensações em uma Alma

Sensação 1: O Desespero
(Trabalho com frases em primeira pessoa.)

Sei que é difícil, mas é o que eu mais domino...
Acho isso muito fácil pra cair...
Com esta parte eu tenho mais dificuldade...
Acho que não vou ter que fazer isso...
Vou indo pra sala, ok?...
Será que eu perdi a caneta?...
Estou pronto...
Caiu só a parte que eu não sei fazer!...
E se eu tentar...
E se eu fizer isso...
Talvez se eu fatorar...
Nada que eu faço funciona!...
Vou resolver o que eu sei...
Eu integro isso brincando!...
Será que é só eu fazer isso?...
Pronto, agora volto para as difíceis...
Não adiante, eu não sei...
Eu não vou deixar em branco!...
Acho que isso me dá um ponto?...
Será que eu entrego?...
Tento mais uma?...
Minha prova, professor...
Pelo menos gráficos eu desenho, né?...
E se meu coordenador ver...
Mas se a resposta for essa eu errei...
O que eu faço?...
Não sei...


Sensação 2: Felicidade Anestésica
(Trabalho com estrutura de monologo.)

     Na duvida do que vestir, a escolha foi por mesmo a melhor roupa que tinha no armário e sai. A prova nada feliz do dia anterior tinha me torrado a cabeça, mas hoje era muito diferente: a prova era de física! Minha área. Sem medo algum foi ao ponto e esperei o primeiro ônibus que passasse se quer perto da faculdade. No meio do caminho me dei conta de que tinha esquecido a calculadora, mas isso nem me abalou. Como diz meu professor: “Calculadora é para os fracos!”
     Nenhumas das minhas expectativas estavam erradas. Fiz a prova na menor velocidade possível, e com isso entreguei com menos da metade da duração. Sai e fui em busca de meus amigos. Saímos caminhando da faculdade, todos contentes com a prova. Íamos para o shopping, pois aviamos decidido por almoçar num restaurante de comida italiana. Escolhi um trivial prato feito, que por sinal estava uma delicia. Outros amigos preferiram massas mais ousadas, cheias de gorgonzola e gratinadas, que também pareciam estar ótimas. A sobremesa foi uma torta sabor prestigio, eleita por uma amiga como a melhor sobremesa do grupo. Foi esta amiga a que deu a idéia do dia.
     Ela nos convidou para ir à casa dela. Com isso fui logo para a minha e tomei um banho. Por falta de opção, acabei por não mudar de roupa, por que esta que usava era mesmo a melhor do armário. Nas costas minha amada mochila, um cafuné nos sobrinhos e na hamster, peguei o telescópio e sai.  De carona com um amigo, fui para o sitiozinho onde minha anfitriã vivia. 
     Era um lugar lindo: Pastagem ao redor, e ao longe montes recobertos por matas praticamente intactas. Na frente da casa havia um lago enorme, um dos maiores que já vi de perto. A decoração do interior da casa era rústica, mas ao mesmo tempo casual e com toques de tecnologia. O quarto de minha amiga, por sua vez, era um baú do tesouro! Jogos, instrumentos musicais, ornamentos inusitados e divertidos... Aliais, ornamentos não eram problemas, eles se espalhavam pela casa, a números inimagináveis. Bandeiras, pratos decorados, corais, peças tribais, mais instrumentos musicais, bebidas...
     Pra completar a noite maravilhosa com os amigos, uma mesa de sinuca. Tudo bem, não sei jogar sinuca. Se soubesse, também não ajudaria, pois era uma sinuca profissional, muito diferente das que vemos por bares e DA’s.
     A simples presença de amigos e suficiente para nos dar uma injeção no coração, que paralisa os sentimentos ruins e os torna bons e puros. Simples mas fortes. Tão fortes que podem ate nos enganar e nos tornar temporariamente feliz. 


Sensação 3: Atração Remota
(Trabalho poético arquivado como “O Garoto-Gato”.)

Ele está dormindo
Não sussurra nem ronca
Olhos levemente fechados
E delicioso o ver assim
Mas que pena, não é pra mim...

Brincando com o gato
Faz dele, alem de gato, sapato
E ele se entrega em seu colo
E segues o ritual de caricias
Enquanto o gato quase adormece
Que pena que é só gato
Que não possa fazê-lo em mim

E ao caminhar pelas estradas vazias
Age como uma inocente criança
Ou talvez apenas como um bobo
E corre livre e criativo
Sorrindo largos sorrisos
Mas nenhum deles será para mim

As vezes canta sozinho
E eu baixinho o acompanho
E ouso nossas vozes somadas
O tenor e o mezzo complementados
E a peça ganha um aveludado
Que orna as palavras de amor
Que nunca serão ditas a mim

E o golpe final de misericórdia
Seu olhar inerte no meu
Sua expressão de qualquer coisa
Quando ele olha pro vazio
Quando ele está com sono
O olhar me diz pouco sobre ele
Mas acho que uma certeza tenho
Ele não me olha como eu o olho

Na verdade ele me olha
Mas olha com o seu olhar
Ele é o cara perfeito
Que merece o mais puro amor
Mas não posso tentar dar-lhe isso
Pois ele diverge de mim em uma coisa
Que impossibilita tudo

Logo o que me resta é seguir assim
Seguir como um garoto homem
Ser teu amigo, te ajudar no que puder
Mas o que eu queria mesmo
É que não descordássemos neste detalhe
Que você gostasse de mim
E que eu fosse o seu garoto-gato...

2 comentários:

  1. Desculpem, amigos leitores pelo papelão que fiz. Nos últimos dias nem pude postar os selos corretamente. Hoje, que tive um pouco mais de tempo, escrevi estes três textos que contam em detalhes o que foi este fim de semana.
    Em especial, com o selo 3 (“Sensação 2: Felicidade Anestésica”), homenageio meus amigos: Jose Guilherme, Ricardo Kloss, Raissa, Chico e Felipe. Eles me proporcionaram um final de semana inesquecível. Obrigado.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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