quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Carência

Carência é um substantivo
Cujo verbo não conheço
Porem não a esqueço
Pois insiste em me seguir.
Ela está lá no quarto escuro
Onde você não está
E fico assim sozinho
E ao mesmo tempo em companhia
Companhia do pranto
Companhia das sombras
Companhia do travesseiro
Companhia das lágrimas...

O que te custa se adiantar
O que te custa aquecer as coisas
Seja quem sei que tu és
Eu quero te ter aqui
E quero sem demora
Quero que seja a lanterna
Para dissipar as sombras
Sombras do grande quarto vazio

Eu não sou do tipo pião
Peça que anda pra frente
E que come desviando do difícil
Nem sou um cavalo
Que ignora os obstáculos
Cabe a ti vir como a rainha
E chegar a mim rápido
Antes que outro pião me trave

Quero apenas uma coisa
Que nas próximas noites
Quando aquele mesmo morcego piar
Eu quero te abrasar para me refugiar
Quero ter-te para me esquentar
Nas noites frias de setembro
Como faço para apenas te ter?

Quero olhar o reflexo da lua,
Enorme clarão branco na janela,
Enquanto remexo seus cabelos
Quero nesta ora te beijar e dizer
Não a ti, mais sim a solidão
Que se esconde na sombra
Do canto escuro deste quarto
Dizer as seguintes palavras:
“Estais derrotadas, frigida solidão.”
Mas enquanto não o faço
Resta-me abraçar a carência,
Apenas a ela beijar
E tentar dormir...

2 comentários:

  1. Ahhh, pára de tentar me fazer chorar! :(
    Ficou lindo! *-*

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  2. humm.... buabuabua!!!
    isso msm... me faz ter dor de... deixa pra la!
    perfeitooo!

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