quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Uma carta ao pseudônimo

Caro Alastus;

Quando o vi pela primeira vez fora em um sonho,
Em que inflamada flecha cruzava seu peito.
Ao despertar dei-me com sublime fato:
A infame flecha também me havia afetado.

Quando resolvi vida dar-te, com negras penas e alvas paginas,
Não pensei que almas de tinta também a mortais cativavam,
Não pensei que o coração que em mim pulsa também te dava vida,
Não pensei que estava criando um segundo eu.

Hoje Alastus sou, e sem pesares;
Hoje posso voar e cantar junto aos bardos assim como tu,
Hoje posso fazer o que só fazia em tinta e papel,
Hoje sei que te prendi nas paginas para me soltar na vida.

Para me libertar precisei ser quem tu eras
Porem eu vi que eras tu um reflexo de mim
Porem sem pele, sem algemas, sem roupas, sem rótulos.
Mesmo prezo a tinta sempre foi mais livre que eu.

Algo nos consola, Alastus!
Não somos nos medico e monstro.
Quanto mais alto eu for, mais alto vou sonhar,
E é nestes meus sonhos que você voa!



Seja plena, criatura!
João Paulo A. de Mendonça

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