domingo, 6 de setembro de 2009

Espelho

Em outros versos te chamei de espelho
Porem não notei a evidencia da afirmação
Mas não se pode ter afeto por um reflexo
Não se dedica amor ao vidro e a prata

Houve um herói que por amar-se pagou
Pois em sou vida só se amou
Primeiro pelas próprias rimas
Depois por sua face sobre a água cristalina

Pois pela ninfa Eco foi buscar
E por suas palavras belas se encantou
Porem seu fado foi seu inimigo
Pois Eco só repetia suas palavras terminais

Em outra data o jovem enamorou-se
Por um ser dentro de cristalino lago
Porem tal ser infame fugia ao ser tocado
E após poucos segundos voltava inabalado

Porem tal espírito do lago, infame e espelhado
Não passava de reflexo sobra a água projetado
Mas o jovem não podia mais conter-se
Morreu de esperar por seu próprio coração

Não terei a sorte de Narciso, pobre mortal
Não me tornarei rósea flor de alva folhagem
Não zelarei por quem jamais vi a face
Não me entregarei à água, que só sabe afogar

Prefiro ter o fado do jovem Jacinto
Que amava o claro e o limpo
E morrer de amar de forma livre
Tornando-me roxa e ensangüentada flor

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